Existe um risco de que a
humilhação do Syriza termine levando o partido a ficar sozinho em sua luta, sem
conseguir avançar em seu projeto.
Slavoj Zizek / www.cartamaior.com.br
Quando o breve ensaio “A coragem da desesperança”, sobre a Grécia pós referendo, foi reproduzido pelo In These
Times, mudaram o título para “Como Alexis Tsipras e o Syriza ganharam a partida
contra Angela Merkel e os eurocratas”. Embora eu efetivamente acredite que a
aceitação das condições da União Europeia (UE) não foi uma simples derrota,
estou longe de uma visão tão otimista. Abdicar do NÃO no referendo para dar um
SIM às exigências de Bruxelas representou uma comoção verdadeiramente
devastadora, uma dolorosa e frustrante catástrofe. Para ser mais preciso, foi
um apocalipse nos dois sentidos da palavra, a habitual (catástrofe) e a
original literal (descobrimento, revelação): o antagonismo básico da situação,
o beco sem saída ficou claramente exposto.
Muitos comentaristas de esquerda
se equivocaram ao ler o conflito entre a UE e a Grécia como o conflito entre a
tecnocracia e a política: o tratamento da UE à Grécia não é tecnocracia, e sim
política, em seu estado mais puro, uma política que age contra os interesses
econômicos – como ficou estabelecido claramente pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI), um autêntico representante da fria racionalidade
econômica, que declarou o plano de resgate inviável). Em todo caso, foi a
Grécia que representou a racionalidade econômica e a UE a que representou a
paixão político-ideológica. Depois que reabriram os bancos e a bolsa do país,
se produziu uma tremenda fuga de capitais e uma queda das reservas, que não
foram simplesmente um sinal de desconfiança com o governo do Syriza, e sim de
desconfiança com as medidas impostas pela UE, uma mensagem descarnadamente
clara de que (tal como estamos acostumados a dizer) o próprio capital não
acredita no plano de resgate da UE – e, aliás, a maior parte do dinheiro
emprestado à Grécia irá aos bancos privados ocidentais, o que significa que a
Alemanha e outras potências da UE estão gastando o dinheiro dos contribuintes
para salvar a seus próprios bancos, que cometeram o erro de conceder
empréstimos impossíveis de cobrar, para não falar do fato de que a Alemanha se
beneficiou bastante da fuga de capital grego da Grécia à Alemanha.
Quando Varoufakis justificou seu
voto contra as medidas impostas por Bruxelas, comparou o acordo com o Tratado
de Versalhes, que era injusto e que levava em seu seio uma nova guerra. Embora
o paralelo seja correto, eu preferiria fazê-lo com o Tratado de Brest-Litovsk,
entre a Rússia soviética e a Alemanha, nos princípios de 1918, no qual, para
consternação de muitos de seus partidários, o governo bolchevique cedeu às
exorbitantes demandas da Alemanha. Certo, se retiraram, mas isso lhes deu um
respiro para fortalecer seu poder e esperar. O mesmo acontece com a Grécia hoje
em dia: não estamos no final, a retirada grega não é a última palavra, pela
simples razão de que a crise vai voltar, em dois anos mais, ou antes, e não só
na Grécia. A missão do governo do Syriza é se preparar para esse momento, para
ocupar posições e planejar as opções pacientemente. Manter o poder político
nessas condições impossíveis, porém, oferece um espaço mínimo para preparar o
terreno para a ação futura, e para a educação política.
Aí está o paradoxo da situação:
se, por um lado, o plano de resgate não vai a funcionar, não há porque perder
os nervos e sair correndo, mas sim segui-lo até a próxima explosão. Por que?
Por causa da evidente falta de preparação da Grécia para o grexit (uma saída da
Zona Euro). Não há um plano B para esta dificílima e complexa operação. Até
agora, o governo do Syriza funcionou sem controlar realmente o aparato do
Estado, com seus dois milhões de funcionários: a polícia e o poder judiciário
pertencem, em sua maioria, à direita política, a administração é parte
integrante da corrompida máquina clientelista, etc. E terá que depender
precisamente dessa vasta máquina estatal no caso de ter que enfrentar o enorme
desafio do grexit (definamos que o grexit era o plano do inimigo, inclusive há
rumores de que Schäuble (ministro da Fazenda alemão) ofereceu cinquenta bilhões
de euros à Grécia para abandonar a Zona Euro). O que torna esse governo tão
irritante é o fato de ser de um país da Zona Euro: “a veemência com a que se
opõem se deve precisamente à presença da Grécia no euro. Realmente, a quem lhe
importaria se chegasse ao poder num pequeno país, com o dracma como divisa?”.
Que espaço de manobra o Syriza
tem, se aceita se reduzir a promulgar a política do seu inimigo? Deveria se
demitir e convocar novas eleições, em vez de promulgar a política que se opõe
diretamente ao seu programa? Uma decisão assim é muito fácil e, em última
instância, é uma nova versão do que Hegel chamava de “a beleza do espírito”.
Como explica Étienne Balibar, antes de tudo, o Syriza necessita ganhar tempo, e
as potências da UE estão fazendo todo o possível para privar o Syriza de tempo,
tratando de colocar o partido contra as cordas, de forçá-lo a uma decisão rápida:
ou a rendição total (sua demissão) ou o grexit. Tempo, para que? Não só para se
preparar para a próxima crise. Devemos lembrar sempre que a meta básica do
governo do Syriza não é nem o euro nem a exigência de saldar suas contas com a
UE, mas sim, sobretudo, a reorganização radical das instituições sociais e
políticas corruptas da Grécia a longo prazo: “O mais complicado problema do
Syriza, que não foi enfrentado por nenhum outro partido político no governo, é
o de modificar as estruturas institucionais internas, em condições de assalto
institucional externo” (como fez a Alemanha, no começo do Século XIX, sob a
ocupação francesa).
O problema que a Grécia está
enfrentando agora é o da “governabilidade da esquerda”: a dura realidade do que
significa para a esquerda radical governar no mundo do capitalismo global. Que
opções terá o governo? As alternativas óbvias (a simples social democratização,
o socialismo de Estado, a retirada do Estado e a dependência dos movimentos
sociais) não são suficientes, evidentemente. A verdadeira novidade do governo
do Syriza é que supõe um acontecimento de governo: é a primeira vez que uma
esquerda radical ocidental (não o velho estilo comunista) chega ao poder do
Estado.
Toda essa retórica de atuar
distanciando-se do Estado, tão querida pela nova esquerda, não pode se impor
sobre um elemento central: é preciso assumir heroicamente toda a
responsabilidade pelo bem-estar de toda a população e deixar para trás a
atitude crítica básica da esquerda, de encontrar uma perversa satisfação em
proporcionar explicações sofisticadas sobre porque as coisas tiveram que tomar
um rumo equivocado.
O dilema ao que o governo grego
se enfrenta é uma difícil escolha, que deve ser abordada em termos pragmáticos,
não é uma questão de princípios entre a ação real (de governo) e a traição
oportunista. As acusações de “traição” dirigidas ao governo do Syriza se
formulam para evitar a pergunta realmente importante: como enfrentar o capital
em sua forma atual? Como governar, como fazer um Estado funcionar “com gente”?
É muito fácil dizer que o Syriza não é simplesmente um partido de governo, mas
sim tem suas raízes na mobilização popular e nos movimentos sociais: o Syriza
“é uma coalizão pouco rígida, contraditória em si mesma e internamente
antagônica, de pensamento e prática esquerdistas, enormemente dependente da
capacidade dos movimentos sociais de todos os tipos, totalmente descentralizada
e impulsada pelo ativismo de redes de solidariedade num amplo campo de ação,
através de linhas de conflito de classe, de ativismo de gênero e de
sexualidade, de questões de imigração, de movimentos antiglobalização, de
defesa dos direitos civis e humanos, etc”. Entretanto, a pergunta continua de
pé: como essa dependência da auto-organização popular afeta, ou como deveria
afetar, a direção de um governo?
Sobre a Grécia traída, Tariq Ali
escreveu: “no começo do mês de julho, estavam celebrando o voto pelo NÃO.
Estavam dispostos a fazer mais sacrifícios, a se arriscar a viver fora da Zona
Euro. O Syriza lhes deu as costas. A data, 12 de julho de 2015, quando Tsipras
aceitou as condições que a UE impôs, chegará a ser tão infame como o 21 de
abril de 1967. Os tanques foram substituídos pelos bancos, como expressou
Varoufakis, depois de ser nomeado ministro da Fazenda”. Considero convincente
esse paralelo entre 2015 e 1967 mas, ao mesmo tempo, profundamente enganoso. É
verdade, tanques rimam com bancos em alguns idiomas (em inglês, tanks rima
efetivamente com banks), o que significa que a Grécia agora está de fato sob
ocupação financeira, com a soberania fortemente restringida, todas as propostas
do governo têm que ser aprovadas pela troica antes de se submeter ao
Parlamento, não só as decisões financeiras mas inclusive de dados que estão sob
controle estrangeiro (Varoufakis não tinha acesso aos dados de seu próprio
ministério, e foi acusado de traição por tentar obtê-los) e, o cúmulo dos
males, na medida em que o governo democraticamente eleito obedece essas regras,
proporciona voluntariamente uma máscara democrática a essa ditadura financeira
(enquanto as acusações recentes contra Varoufakis, por traição, são uma mostra
de obscenidade em seu estado mais puro: nas últimas décadas, desapareceriam
bilhões e o Estado manipulava informes financeiros falsificados, o único acusado
foi o jornalista que tornou públicos os nomes dos titulares das contas ilegais
nos bancos estrangeiros, contudo, agora Varoufakis é acusado, a partir de um
pretexto ridículo. Se houve um herói de verdade em toda a história da crise
grega, esse herói é Varoufakis).
Deve se assumir então o risco de
um grexit? Nos enfrentamos aqui a uma tentation événementielle, ou seja, à
tentação de seguir o curso dos acontecimentos: a tentação, numa situação
difícil, de cometer uma loucura, de fazer o impossível, de assumir o risco e
sair correndo, quaisquer que sejam os custos, sob a lógica subjacente de que
“as coisas não podem estar pior do que estão agora”. O problema é que, com toda
a certeza, as coisas podem ir ficar muito pior, até mesmo explodir, numa crise
social e humanitária total. A pergunta principal é: houve realmente alguma
possibilidade objetiva de um ato autenticamente emancipador que extraísse todas
as consequências políticas e econômicas do NÃO no referendo? Quando (o filósofo
Alain) Badiou fala de um acontecimento emancipador, sempre enfatiza num fato
que não é um ato em si mesmo: só se converte em tal com o carácter retroativo,
mediante esforçada e paciente obra de amor de quem luta por ele, que professa
fidelidade a ele. A questão da oposição entre o curso normal das cosas e o
estado de exceção caracterizado pela fidelidade a um acontecimento que
interrompe o curso normal das coisas deveria, portanto, ser abandonada
(desconstruída, inclusive). No curso normal das coisas, a vida simplesmente
continua por sua própria inércia, estamos absortos em nossas preocupações e
rituais diários. Então, algo sucede, um despertar causado por algum
acontecimento, uma versão secular de um milagre (uma explosão social
emancipadora, um encontro amoroso traumático…), se optamos pela fidelidade a
esse acontecimento, toda nossa vida muda, nos dedicamos à obra do amor e nos
esforçamos por inscrever o acontecimento em nossa realidade, e depois, em algum
momento, a sequência do acontecimento se esgota e voltamos ao fluxo normal das
coisas…
E se o verdadeiro poder de um
acontecimento deveria se medir precisamente por sua desaparição, quando o
acontecimento fica desconectado do seu resultado, da mudança da vida normal?
Vejamos um acontecimento sociopolítico: o que fica de suas consequências quando
sua energia estática está esgotada e as coisas voltam à normalidade? Até que
ponto essa normalidade é diferente da prévia do acontecimento?
Voltando à Grécia, é fácil contar
com o gesto heroico de prometer sangue, suor e lágrimas, de repetir el mantra
de que a política autêntica significa que não se deve aceitar os limites do
possível, e sim se arriscar ao impossível, mas o que seria isso no caso do
grexit? Em primeiro lugar, não esqueçamos que o referendo não era nem sobre o
euro (75% dos gregos preferem seguir com o euro) nem sobre a permanência ou não
na UE. A pergunta era: “Quer que esta situação continue ou não?”, o que
significa que o resultado tampouco pode ser lido como um sinal de que o povo
grego está disposto a suportar sacrifícios e mais sofrimento para afirmar sua
soberania. O NÃO foi um NÃO à sua situação sem saída, que era a situação da
austeridade, pobreza, etc. Foi uma demanda de uma vida melhor, não uma
disposição a mais sofrimento e sacrifício (em geral, os motivos de uma
disposição a um sofrimento exagerado são extremamente problemáticos). Em
segundo lugar, no caso do grexit, o Estado grego não se veria obrigado a adotar
uma série de medidas (nacionalização dos bancos, impostos mais altos, etc.) que
são simplesmente uma reedição da velha política econômica
socialista-estatal-nacional-soberana? Não há nada contra este tipo de política,
mas teria sucesso na Grécia de hoje, nas condiciones específicas que o país
enfrenta, com seu aparato estatal ineficaz e dentro de uma economia global? Aqui
estão os três pontos principais do plano antiausteridade da Plataforma de
Esquerda, enumerando medidas “perfeitamente realizáveis”:
“1– A reorganização radical do
sistema bancário, sua nacionalização sob controle social e sua reorientação
voltada ao crescimento.
2 – A rejeição total da
austeridade fiscal (superavits primários e orçamentos equilibrados), para
enfrentar a crise humanitária de forma eficaz, cobrindo as necessidades
sociais, reconstruir o Estado social e tirar a economia do círculo vicioso da
recessão.
3 – A aplicação de procedimentos
preliminares que levem a saída do euro e ao cancelamento da maior parte da
dívida. Há opções perfeitamente realizáveis que podem conduzir a um novo modelo
econômico orientado à produção, ao crescimento e à mudança no equilíbrio social
de forças em benefício da classe trabalhadora e da população”.
Além disso, duas especificações
adicionais:
“A elaboração de um plano de
desenvolvimento baseado no investimento público, permitindo também o
investimento privado em paralelo. A Grécia necessita uma relação nova e
produtiva entre os setores público e privado, para entrar numa via de
desenvolvimento sustentável. A realização desse projeto será possível uma vez
que se restabeleça a liquidez, combinada com a capacidade do país economizar.
Retomar o controle do mercado
interno, diante da disputa com os produtos importados, revitalizará e reforçará
o papel das pequenas e médias empresas, que seguem sendo a coluna vertebral da
economia grega. Ao mesmo tempo, as exportações serão estimuladas pela
introdução de uma moeda nacional”.
É difícil de ver nisso tudo algo
mais que o conjunto habitual de medidas intervencionistas do Estado: retorno à
moeda nacional, impressão de dinheiro, financiamento de grandes obras públicas,
apoio à indústria nacional… Medidas como essas, adequadamente calibradas, podem
funcionar, mas funcionariam na Grécia de hoje, com um enorme endividamento
externo de indivíduos e empresas privadas (que não podem ser pagos), com uma
economia plenamente integrada à Europa Ocidental e dependente dela, por
exemplo, para importar alimentos e produtos industriais e médicos? Em outras
palavras, onde, em que outro lugar, a Grécia veria a si mesma? Em que outro
lugar da Bielorrússia e de Cuba? Como Paul Krugman escreveu recentemente que é
preciso admitir que ninguém sabe realmente quais seriam as consequências do
grexit. É um território inexplorado.
Uma coisa está clara: “O grexit
significa uma política de independência nacional”, por isso não é de se
estranhar que alguns partidários da Plataforma de Esquerda prefiram inclusive à
extremamente problemática e (para mim) totalmente inaceitável definição dessa
como “populismo nacional” (por certo, deve-se rejeitar ambos os mitos
otimistas, o mito da Plataforma de Esquerda, de que há um claro procedimento
racional de empreender um grexit que traga uma nova prosperidade e sua
contrapartida – defendida por Jeffrey Frankel, entre outros – de que, ao
executar fielmente o plano de resgate, Tsipras pode chegar a se tornar um novo
Lula).
Portanto, a eleição já não é
simplesmente entre um grexit, a saída da Zona Euro, ou capitulação: o governo
do Syriza se encontra numa situação única, obrigado a fazer aquilo ao que se
opõe. Persistir numa situação tão difícil e não jogar a toalha é autêntico
valor. Neste momento, o inimigo do governo do Syriza não é, em primeiro lugar,
a plataforma de esquerda, e sim os que aceitam sinceramente a derrota, e o que
na verdade querem é jogar o jogo da UE. Esse perigo parece evidente quando temos
em conta o efeito da rendição do Syriza: pelo que Varoufakis m confessou numa
conversa privada, “moderou as posições daqueles que ficaram nos ministérios,
que ou são incapazes de realizar o projeto original ou não têm nenhum desejo
(para não incomodar a troica) de planificar a próxima ruptura. É mais, a troica
os usa como cobaias numa roda, fazendo-os correr cada vez mais rápido, para pôr
em prática as medidas tóxicas. Foram cooptados em poucos dias, se tornaram
incapazes de planejar algo próximo àquilo que foi proposto. Para finalizar esse
processo, o movimento decisivo da troica é o de forçar, inteligentemente, que a
normativa governamental inclua mais, e consolide alguns feudos próprios dentro
do Estado. Assim, por exemplo, as unidades de luta contra a fraude fiscal
acabaram sendo absorvidas pela Secretaria Geral de Ingressos Públicos (cuja
dependência da troica já foi denunciada), de forma que o governo não conta com
instrumentos ao seu alcance para combater a evasão fiscal da oligarquia. O
mesmo ocorre com as privatizações. A troica está estabelecendo novos órgãos que
controlam totalmente”.
Fica, então, algum resquício de
esperança? O verdadeiro milagre da situação, e uma das poucas fontes de
moderada esperança, é que, apesar de Bruxelas ter imposto suas exigências,
parece que cerca de 70% dos votantes gregos ainda apoiam o governo do Syriza. A
explicação é que a maioria percebe que o Syriza está fazendo o que tem que
fazer numa situação impossível.
Existe um risco de que a
humilhação do Syriza termine levando o partido a ficar sozinho em sua luta, sem
conseguir avançar em seu projeto, o que permitirá a reintegração plena de
Grécia na UE como um humilde membro em quebra, da mesma forma que há um risco
de que um grexit se transforme numa catástrofe em grande escala. Sobre esse
ponto não há uma resposta clara a priori, qualquer decisão só se justificará
com carácter retroativo, em função de suas consequências. O que há que temer é
não só a perspectiva de um maior sofrimento do povo grego, mas também a perspectiva
de outro fiasco que desacredite a esquerda para os anos vindouros, enquanto os
esquerdistas sobreviventes argumentarão que sua derrota demonstra uma vez mais
a perfídia do sistema capitalista…
* Filósofo e crítico cultural
esloveno, é professor da European Graduate School, diretor internacional do
Birkbeck Institute for the Humanities (Universidade de Londres) e investigador
senior no Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana.
Tradução: Victor Farinelli
Link:
http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/A-coragem-da-desesperanca/6/34142
Créditos da foto: Andrea Bonetti
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