quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A boiada aponta os chifres para os tropeiros golpistas

                  DOM ORVANDIL // http://www.brasil247.com/

Prezado Ator, Médico, Professor e Psicanalista Júlio Conte, Porto Alegre, RS

Desde 2013 assistimos nosso povo reduzido à condição de boiada.

Como numa tropa os pobres gritaram “fora Dilma”, bateram panelas imitando as dondocas desocupadas, a inexistente e iludida “classe média” virou caminhões de coxinhas malcheirosas e azedas, todos gritando palavras de ordem insufladas pela Globo, pela elite vendida e pelos macacos treinados nos laboratórios do imperialismo.

Estarrecido encontrei aqui em Goiânia distribuidores de panfletos em semáforos acusando Dilma de corrupta e repetindo os xingamentos que viam nos carrões da burguesia rentista e ruralista.

As manifestações de ruas com multidões clamando por monte de bobagens como golpe militar, saudações fascistas a Sérgio Moro, a Eduardo Cunha e Aécio Neves viraram demagogicamente as “vozes das ruas” para os golpistas.

Dos estúdios e sedes das emissoras de TV e de rádio da mídia, historicamente porta voz do atraso e dos privilegiados que se querem donos do Brasil e de suas riquezas, apresentadores, jornalistas vendidos e os tais comentaristas cuspiam “informações” e matérias para manter a pastagem da boiada desorientada.

O resultado de tudo desembocou no golpe judicial parlamentar, colocando no poder o bando de ladrões, corruptos, investigados e maus caráteres sob o comando do traidor, usurpador e marionete Michel Temer.

Pronto, coxinhas e burguesia passaram a discursar que era preciso fazer sacrifícios para recuperar a economia e os empregos.

Desde o judiciário os traidores da justiça fizeram sua parte com “convicção” para ajudar o golpe. Contou com os aparatos armados dos policiais modelo soldados de Herodes, sempre prontos a atravessar espadas no povo e espetá-lo com muito ódio.

O golpe sujo dos desonestos ocupantes do poder deu passos largos contra o povo que eles ajudaram a reduzir à condição imoral de boiada, de bois de piranha mais apropriadamente.

Passo a passo os golpistas chegaram à aprovação da agudização imoral do golpe, a tal PEC que começou 241 na Câmara e virou 55 no Senado, onde os canalhas fizeram o serviço sujo de sua aprovação, sem deixar pedra sobre pedra.

O golpe “pequista” é a culminância de todo o trajeto percorrido pelos tropeiros da morte, que jogaram a boiada no embretamento entre a total falta de segurança e de apoio do executivo, ocupado pelo bando golpista; do Congresso tomado por insanos e canalhas corruptos e pelo judiciário dos vendidos promotores, procuradores e juízes plenos das convicções de traição à Pátria, à soberania nacional, à democracia e à Constituição, mais do que nunca emporcalhada e reduzida a excrementos.

Felizmente o povo começa a sacudir os couros e os chifres de bois que a elite lhes impôs sob deboches para que ele nada mais seja do que tropa conduzida ao matadouro.

A PEC desgraçada foi aprovada pelos sabotadores lesa Pátria, mas o povo reage.

Antes da seção terminal que aprovou o atentado aos direitos humanos pesquisa divulgada pelo jornal catecismo dos traidores e dos tropeiros divulgou que a opinião pública é 60 % contra a PEC 55 e 19% responderam que não sabem de que trata o texto da desgraça.

94% são contra a eleição indireta do possível substituto do golpista Temer.

As pesquisas refletem o debate que se dá em todo o País revelando a inequidade do que querem os golpistas ao protegerem os interesses dos ricos roubando dos pobres.

As centrais sindicais se unem cada vez mais e se organizam para a derrubada de Temer e seu bando de saqueadores.

No dia 13 de dezembro pedras voaram contra as vidraças do símbolo atual do golpe e do fascismo patronal em São Paulo, a FIESP, uma das patrocinadoras da sabotagem contra a Constituição e do Estado social. Em Brasília trabalhadores trancaram estradas e incendiaram ônibus.

Esses são alguns dos milhões de sinais da perda de paciência do povo com o golpe que castra seus direitos.

A retomada do sentido de povo despoluído das lavagens injetadas pelo consórcio mídia-bancos-imperialismo sinaliza cansaço e reação contra a barbárie imposta e falsamente legal.

Um povo que desperta das cangas, dos couros e dos chifres de boiada, figura urdida pelos safados que o manipulam, pode se revoltar e fazer o acerto justo com quem o desrespeita.

Portanto, é hora da unidade através de uma agenda séria que seja capaz de orientar a rebeldia que estourará logo após as festas de passagem de ano.

A unidade não rejeitará ninguém nem mesmo os trabalhadores iludidos e feitos coxinhas traidores devem ser preteridos. O momento é de mudanças e todos são incluídos e não julgados pelos erros de seguir a trombeta dos traidores e golpistas.

Não nos surpreendamos com as mudanças de posições no próprio chiqueiro dos traidores e golpistas.

Apenas devemos praticar a lição de que a saída não deve se dar no campo da conciliação com os interesses dos golpistas nem sob a intimidação que deles partirá.

Chega a hora da virada, mesmo que o consórcio corrupto judiciário-parlamento-bancos-mídia pareça forte. A união nacional é muito mais forte.

Às direções políticas do campo nacional, democrático e popular cabe o dever da unidade. É preciso superar os desfiles de charmes e de hegemonismos com cada grupo querendo se impor aos outros.

O povo pede direções de qualidade política com clareza e objetividade da luta na superação de método “tropeiros que comandam boiadas instintivas”.

Agora é a hora da virada. O princípio lenilista de que “os de cima não conseguem governar os debaixo e os debaixo não querem mais ser governados pelos de cima” dá indícios inquestionáveis da falência do golpe e da bateção de cabeças dos golpistas. Quem tem o dever de não bater cabeças e falir é o povo.

Dom Orvandil

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