sexta-feira, 31 de março de 2017

Pesquisa com manifestantes verde-amarelo mostra rejeição a Temer e antipetismo latente

     Foto: Agência Brasil
 
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Jornal GGN - Uma pesquisa realizada com os manifestantes que foram à Paulista no domingo, 26 de março, mobilizados por grupos de direita como o MBL, revela que há um racha na base que deu apoio ao impeachment de Dilma Rousseff. À pergunta "Você é a favor da permanência do presidente Temer no governo?", 46,5% disseram que não e 46,9% disseram que sim, enquanto 6,6% não souberam opinar.
 
Quando a questão foi "Você concorda com a reforma da Previdência?", 74,8% repudiaram a proposta encampada por Temer, ante 19,3% que concordam com a reforma. Outros 5,9% não souberam responder.
 
A união inegável entre os manifestantes certamente apareceu nas respostas à pergunta "Você se considera antipetista?". Aqui, quase 85% responderam "muito antipetista", 5% "pouco antipetista" e 9%, "nada antipetista".
 
Sobre o nível de conservadorismo de cada entrevistado, a pesquisa identificou um nicho de 47% que se disse "muito conservador", 34% de "pouco conservador" e 14% de "nada conversador".
 
Uma das pautas mais curiosas da pesquisa foi a relação dos manifestantes com demandas feministas. Quando a pergunta foi "Você se considera feminista?", a grande maioria, 60%, respondeu "nada feminista", outros 23% "pouco feminista" e apenas 12%, muito feminista. 57%, inclusive, apontam que feminismo é o contrário de machismo, e não uma luta por direitos iguais.
 
Apesar disso, o estudo revelou que:
 
94% discordam que lugar de mulher é na cozinha
51% acham que aborto deveria ser uma decisão da mulher
78%, que a vida sexual da mulher só interessa a ela
65%, que fazer aborto nem sempre é errado
90%, que a mulher deve vestir o que quiser sem ser incomodada
 
A maioria também apontou que não acredita em políticas de cotas raciais (75%), união homoafetiva (59%), descriminalização da maconha (62%), violência da PM contra negros (47%), nem no sucesso do Bolsa Familia (82%), e ainda acha que os direitos humanos atrapalham o combate ao crime (67%) e que "cidadãos de bem" deveriam ter o direito de portar armas (60%).. Sobre redução da maioridade penal, 84% se declararam a favor.
 
ANTI POLÍTICA
 
Quando questionados sobre posicionamento político, 31% se disseram de direita, 17% de centro-direita e 36,3% disseram "nada disso", negando vinculação a qualquer corrente ideológica. A soma dos que responderam de centro-esquerda ou esquerda chegou ao patamar de 10%.
 
Diante de uma lista de partidos, 11% disseram ter afinidade com o PSDB. O segundo mais votado foi o partido NOVO (6%), seguido de DEM (1,6%). As demais legendas não conquistaram mais de 1% dos votos. A grande maioria, porém, respondeu que não tem afinidade com nenhum partido: 72,9%.
 
PERFIL SOCIOECONÔMICO
 
A maioria dos entrevistados se declarou de cor branca 75%, ante 15% de pardos e apenas 8% de negros.  Cerca de 30% declararam renda familiar de 5 a 10 salários mínimos; 20%, de 3 a 5 salários mínimos. Apenas 10% recebiam menos de 2 salários mínimos, e a soma dos que recebem de 10 a 20 salários mínimo é 25,8%.
 
Sobre escolaridade, 66% declararam possuir o ensino superior completo. 18%, o ensino médio, e 5,1% estão distribuídos abaixo desse nível.
 
A maior parcela dos entrevistados, 49%, tinha mais de 55 anos. Outros 21%, entre 44 e 54 anos e 15%, entre 34 e 44%. Na faixa dos 24 a 34, 9%. Entre 16 e 24 anos, 4,9%.
 
A "pesquisa sobre guerras culturais - 26 de março" entrevistou 512 pessoas maiores de 16 anos, entre 14h e 19h, no dia 26 de março, na Paulista, sendo 50% do sexo masculino e 49,8% feminino. A margem de erro é de 4,3%.
 
Embora as manifestações do dia 26 de março de 2017 tenham sido convocadas em apoio à Lava Jato e ao fim do foro privilegiado, a pesquisa não abrangeu esses temas. 
 
 
Realizado pelos pesquisadores Esther SolanoMarcio Moretto Ribeiro e Pablo Ortellado, o estudo está disponível aqui: http://rawgit.com/pesquisaR/resultados/master/relatorio2.html

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