A mais profunda e prolongada crise da historia brasileira vai se aproximando de um desenlace: ou a democracia é restaurada no Brasil este ano ou a direita consolida um regime de exceção como forma de governo no pais por muito tempo.
Os governos do PT e a liderança do Lula representaram as extraordinárias transformações que o Brasil viveu neste século, constituindo-se nos governos mais importantes que o pais já teve na sua historia, pela dimensão e profundidade das transformações realizadas. O pais mais desigual do mundo deixou de frequentar o Mapa da Fome, sua população teve atendidas suas necessidades básicas, a economia voltou a crescer distribuindo renda, o pais voltou a ser protagonista importante da politica mundial.
Foi por esses méritos que os governos do PT se transformaram no inimigo fundamental da direita brasileira, que montou o golpe, para realizar seu sonho desde 2003: se reapropriar do Estado e dar continuidade às politicas neoliberais.
A polarização entre o PT e a direita reafirmou que a polarização fundamental do nosso tempo é entre governos neoliberais e governos antineoliberais. Que o aprofundamento desse modelo antidemocrático, antinacional e antissocial ou a construção de modelos de sua superação é o centro dos enfrentamentos políticos no Brasil, na América Latina e no mundo de hoje.
O governo golpista se esgota quando não consegue dar mais continuidade a seu pacote de medidas antipopulares e antinacionais, além de ser incapaz de ter candidatos à sucessão que defendam esse governo. Diante da possibilidade real de derrota eleitoral e de retorno do governo do PT, a direita se concentra numa feroz perseguição ao Lula e ao PT. O pânico se estende de a possibilidade do Lula triunfar – até mesmo no primeiro turno – à possibilidade de, se impossibilitado de ser candidato -, o Lula ser o grande eleitor e eleger a alguém do PT, para representar a continuidade e a atualização do projeto antineoliberal.
Eleição sem o Lula é fraude, mas nem por isso deve ser abandonada pela esquerda, caso se concretize. O Lula tem todo o direito de se candidatar a voltar a presidir o Brasil, não apenas pelo que ele já fez pelo Brasil, mas por ser o único candidato que apresenta as propostas concretas de resgate do pais da crise, com as credenciais de quem não apenas promete, mas que já fez e demonstrou que pode voltar a ser feito. Além de ser o único líder politico com enorme prestigio popular, a acusação ao Lula não tem nenhuma prova concreta, se revelam, cada vez mais fajutas, confirmando que se trata de uma reles perseguição politica.
Mas ele mesmo diz que, se não puder ser candidato, será o grande eleitor, revelando que não aderira' a nenhuma tese suicida de boicotar as eleições, mesmo com as restrições que pretendem impor. Da mesma forma que fica claro que o Lula buscará quem represente a continuidade e o aprofundamento do projeto dos governos do PT.
Ilusão a de outros nomes que pretendem que, sem o Lula, possam ser herdeiros dos seus votos ou que se produziria um vazio e que a disputa começaria do zero. As pesquisas indicam que o candidato indicado pelo Lula seguiria sendo favorito para ganhar as eleições. E ninguém tem duvida que o Lula em campanha pelo Brasil vai transferir seu enorme prestigio para quem ele indicar e vai ser presença fundamental no governo que venha a ser eleito.
A direita não se engana: convive com outros candidatos, mas sabe que seu inimigo fundamental, destino das suas perseguições, é o Lula e o PT. Defender o Lula e o PT é defender a esquerda, é defender a democracia hoje no Brasil. Defender o direito do Lula ser candidato e do PT não ser perseguido como tem sido é objetivo de todos os que querem o resgate da democracia, até para defenderem suas próprias candidaturas. Só um governo do Lula e do PT pode restaurar a democracia e garantir a todos o direito a concorrer, a eleger e a fortalecer os seus partidos. Só um governo com a força popular e a legitimidade de quem já governou com sucesso o Brasil pode garantir o resgate da democracia.
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