Eduardo Guimarães
O esquema de isolamento total a que o ex-presidente Lula foi submetido, a cela projetada para isolá-lo de convívio humano, a proibição quase total de visitas, resumidas a uma por semana, tudo isso é um castigo cruel que está sendo considerado ato de vingança de Sergio Moro pelas críticas que o ex-presidente lhe fez pouco antes de ser preso.
A inventividade dos carcereiros teleguiados à distância por Moro para torturarem os presos da Lava Jato será levada ao paroxismo contra Lula. Há um claro propósito de quebrar o espírito do ex-presidente através de torturas mentais, das quais o isolamento punitivo é apenas a primeira.
A crueldade para com o septuagenário, porém, não se deve só à mente doentia do verdugo paranaense. A pressa da prisão de Lula deriva da preocupação eleitoral da Globo e dos interesses que ela representa. O amordaçamento radical do ex-presidente revela o medo irracional que a elite tem das palavras dele.
A saga de Lula ganha um capítulo dramático e literalmente hollywoodiano. Nem os autores mais criativos teriam capacidade de engendrar uma trama tão dramática, tão pungente, tão épica e tão revoltante no que diz respeito à imensurável covardia dessa gente. Covardes, querem eliminar Lula da cabeça do seu povo.
A estratégia de amordaçar Lula da forma como Sergio Moro está fazendo irá se revelar um tiro no pé. Se 2018 não fosse um ano eleitoral e se o processo de empobrecimento dos brasileiros que o golpe gerou não estivesse caminhando a passos tão largos, talvez houvesse como o povo esquecer Lula. Na situação atual, podem esquecer.
A imagem de Lula nos braços do povo e depois caminhando corajosamente até as garras de seus carrascos e torturadores se somará ao sofrimento que o golpe e suas medidas exterminadoras de direitos estão impondo à esmagadora maioria dos brasileiros e culminará com um movimento eleitoral poderoso, que pode fazer os golpistas perderem a cabeça e cogitarem não fazer eleições.
Todavia, o adiamento das eleições só irá piorar a situação e pode desencadear um levante popular. A insensatez e a arrogância dos golpistas pode apressar a inevitável chegada de uma “revolução francesa” no Brasil, que virá cedo ou tarde e, no caso, parece que virá mais cedo, já que esses golpistas estão dispostos a não se deterem diante de nada.
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