Chega ser bizarro ler e ouvir notícias sobre a preocupação da mídia monopolista com as fake news. Haja cinismo! De repente, justamente a maior propagadora de notícias falsas do país resolve recorrer a agências de checagem para avaliar a veracidade de alguns lixos que circulam nas redes sociais nestas eleições.
Como não acredito em milagres, estou longe de me comover com a súbita conversão da Globo, dos jornalões e das revistas em fiscais da informação de qualidade, em paladinos da garantia do direito da sociedade de acessar fatos e não fakes.
Como pode querer ser levada a sério uma imprensa que, de braços dados com o sistema de justiça do país, há mais de dez anos se entrega a uma guerra suja contra o Partido dos Trabalhadores e tudo que ele representa em termos de inclusão social e soberania popular e nacional?
Porta-voz da Casa Grande nativa, que é capaz de apoiar todo e qualquer arranjo antidemocrático sempre que os de baixo experimentam alguma melhoria de vida, a mídia vem seguindo à risca desde 2005 os ensinamentos de Joseph Goebbels, ministro da propaganda do partido nazista alemão, para quem uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.
Ao perceber que através das regras democráticas e do voto seria praticamente impossível derrotar o PT, o consórcio golpista formado pelos barões da mídia e instituições do Estado, como Ministério Público, Judiciário e Polícia Federal, decidiu a lançar mão de forma obsessiva da disseminação de mentiras.
Ou seja, as fake news, que hoje eles fingem combater, estiveram no centro da tática que levou ao golpe de estado de 2016 e à gigantesca farsa do processo que culminou com a prisão de Lula. O ovo da serpente que deu a luz à besta-fera do fascismo vem sendo chocado, porém, de mentira em mentira, desde o processo do mensalão.
O mensalão, da forma que a imprensa martelou na cabeça das pessoas, jamais existiu. Das mais de 600 testemunhas ouvidas, todas, com exceção de Roberto Jefferson, negaram sua existência. Jamais ficou provada a tese de que parlamentares recebiam mesada para apoiar o governo, que, aliás, contava com folgada maioria no Congresso Nacional.
Para condenar os petistas, foram utilizadas teorias esdrúxulas e estranhas ao nosso direito como o domínio do fato. No vale tudo contra o PT, acabou sendo deixada de lado a verdadeira essência do mensalão: um caso típico de caixa 2, à época utilizado por todos os partidos, e como tal deveria ter sido julgado.
Depois veio o rolo compressor da Lava Jato, operação urdida por setores da inteligência dos EUA para golpear a nossa democracia e abrir caminho para a entrega das riquezas do país aos estrangeiros. Para isso, era preciso remover o governo do PT do caminho. Desta vez o estoque de mentiras superaria até mesmo o utilizado para tentar legitimar a Ação Penal 470. Não hesitaram inclusive em destruir o setor de óleo e gás, desmoralizar a Petrobras e desempregar milhões de trabalhadores. Tudo para justificar perante à opinião pública a tomada de assalto do governo da República.
Sempre sob o falso pretexto do combate à corrupção, ações banais de governo passaram a ser criminalizadas. As doações legais de campanha ao PT por parte de empresários (à época, contribuições de pessoas jurídicas eram permitidas por lei) foram taxadas de criminosas, provocando a prisão de tesoureiros petistas. As fontes dos demais responsáveis pelas finanças dos outros partidos, as mesmas usadas pelo PT, eram limpas e cristalinas. Só as do PT eram sujas.
Não é á toa que fascismo e antipetismo hoje se confundem
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