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O presidente eleito, que discursa todo o tempo contra as cotas de inclusão para negros na educação, já apresentou, ele próprio, um projeto de lei – o PLP – 354/2006 – propondo que metade das vagas de deputado federal fosse reservada a parlamentares originários “das populações negras e pardas”.
Na justificação, ele escreve:
“A cada dia se torna mais freqüente o surgimento das chamadas ações afirmativas, que buscam a inclusão de minorias e segmentos ditos “menos favorecidos”. Neste sentido, a previsão de cotas para as populações negras e pardas em Universidades Públicas ilustra bem esse contexto.
O exemplo tem que vir desta Casa que, por essência, é a legítima representação do povo e, em assim sendo, deve possuir de forma proporcional representantes de todos os segmentos sociais.”
Mas, calma… Apesar de ter subscrito o projeto, Bolsonaro esclarece que o faz por deboche:
“Mesmo sendo autor da proposição, por coerência, votarei contra esta matéria.”
Sim, é isso mesmo, ele propõe uma lei apenas para poder fazer politicagem com o tema das cotas raciais.
Arquivado duas vezes pelo término da legislatura, Bolsonaro pediu seu desarquivamento a cada novo mandato, pela última vez em 2015.
Não é à toa que jamais tenha sido levado a sério como parlamentar pelos seus pares.
Fico curioso do que seria a sua resposta caso um jornalista perguntasse, em meio a uma coletiva, porque ele havia três vezes proposto a criação de cotas para negros e pardos na Câmara dos Deputados.
-Eu ‘tava’ de sacanagem, tá ok?
Que tipo de governo um moleque pode fazer? Poupem-me da resposta.
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