Uma investigação da rádio alemã Deutsche Welle concluiu que durante décadas os media do mundo inteiro têm usado imagens de outra explosão para ilustrar o bombardeamento atómico de Hiroxima.
As explosões de Hiroxima, à esquerda, e Nagasáqui, à direita
Eram 8:15 da manhã de 6 de agosto de 1945 quando o tenente coronal Paul Tibbets, a bordo do bombardeiro Enola Gay largou a bomba chamada Little Boy sobre Hiroxima. Tudo correra segundo as ordens recebidas pelo piloto que descolara horas antes do arquipélago das Marianas. E exatamente 44,4 segundos depois, a bomba com cerca de 64 kg de urânio, atingia o solo.
A enorme explosão em forma de cogumelo que se seguiu foi captada por Bernard Waldman, um físico americano que seguia num avião de reconhecimento. Mas devido à humidade, essas imagens nunca foram reveladas. Portanto hoje, passados 75 anos sobre o fim da guerra no Pacífico, é a sequência gravada por outro cientistas, Harold M. Agnew, que constitui o único registo em vídeo do bombardeamento de Hiroxima. Conservadas pela Hoover Institution, nos EUA, as imagens mostram imagens tremidas de uma nuvem de fumo que parecerá a muito menos impressionante do que a que eles estão habitados a ver.
A razão é simples mas só agora uma investigação da rádio-televisão alemã Deutsche Welle a revelou: durante décadas os media de todo o mundo usaram imagens do cogumelo atómico de Nagasáqui, a cidade japonesa que sofreu um bombardeamento nuclear três dias depois de Hiroxima para ilustrar a explosão nesta cidade.
Foi ao fazer uma pesquisa para uma reportagem sobre os 75 anos do ataque nuclear contra o Japão que o jornalista Amien Essif descobriu que a agência fotográfica Getty apresentava duas fotografias idênticas como sendo a primeira da bomba lançada sobre Hiroxima e a segunda a lançada sobre Nagasáqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
12