
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
A cirurgia de Lula é uma questão política de elevadíssima importância
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Lula vai realizar uma cirurgia no quadril na próxima sexta-feira (29/09). Não se trata de uma operação de risco, mas é, sem dúvidas, uma cirurgia complexa. Deverá ser realizada por um ortopedista especialista nesse tipo de cirurgia.
Não será realizada, portanto, pelo seu médico Roberto Kalil Filho - mas um especialista de elevadíssimo gabarito e que deverá realizar a performance com sua equipe médica. Mas, como ocorre com qualquer chefe de Estado, a cirurgia de Lula é uma questão política de elevadíssima importância.
Assim, médicos do seu partido tem o dever de acompanhá-la do início ao fim. Devem também lembrar que o óbito de um paciênte de sua idade pode ocorrer também depois do procedimento cirúrgico.
Vamos aqui ser bem diretos: eu não confio nos médicos brasileiros que são - em sua esmagadora maioria - bolsonaristas e que odeiam Lula desde que ele existiu no cenário político. Lembremos do grupo de WhatsApp da época em que Marisa tinha tido um AVC e a celebração daquela horda de médicos com a piora e posterior morte da mais digna primeira dama da História desse país.
No ano passado, lembrava com alguns amigos, que a radicalização ocorrida no Brasil se assemelhava com aquela que eu vivenciei na época em que visitei a Venezuela, quando Hugo Chávez havia acabado de partir para Cuba para ser operado e tratado de um câncer na região pélvica. Dilma ofereceu o Sírio Libanez, mas Chávez elegantemente rejeitou e aceitou a acolhida de Fidel.
O que se falava - tanto do lado dos apoiadores, como do lado dos seus oposicionistas - era o mesmo: caso ele tivesse ficado em Caracas ou ido para o Brasil, ele morreria nas mãos dos médicos. Foi para a Havana para o alívio dos seus apoiadores e para a tristeza de seus opositores. As coisas ali estavam postas às claras. Sem o nosso melindre de achar que não há médicos no Brasil que cometeriam um “erro” fazendo com que Lula viesse a óbito.
Quanto vale a vida de um homem como Lula? Para um extremista da direita, ter a oportunidade de estar a um bisturi de distância de acabar com a vida dele é uma enorme tentação. O mesmo não ocorreria se um médico de esquerda estivesse operando Bolsonaro… Por que? Porque ser de esquerda é subir um grande degrau na escala civilizatória. Ponto final.
O processo histórico é feito por homens e mulheres, em sua quase totalidade anônimos. Porém, por vezes um homem acaba sintetizando e representando o desejo de todo um setor da sociedade. Não há nada de anormal nisso. Essa é a época histórica em que vivemos. Estamos presos a ela. Lula é essa síntese do lado progressista.
A segurança de um político como Lula vale muito nacionalmente e, muito mais do que se imagina aqui nesse país, para o mundo. A esquerda europeia o escuta, a África e a América Latina o veem como um grande líder do hemisfério e a Ásia o reconhece como importante interlocutor.
Sem nós estendermos, a saúde de Lula é de fundamental importância e cabe ao PT garantir toda a segurança possível para que ele passe por essa cirurgia de maneira serena e tenha plena recuperação. Qualquer erro será de inteira responsabilidade do Partido. A História está repleta de casos de conspiração de médicos que assassinaram lideranças do campo da esquerda, a começar na escandalosa “crise médica” ocorrida na década de 50 na URSS.
Espero que tudo corra muito bem. Espero também ler essas linhas no futuro breve e julgar que fui quase paranóico. Mas para que assim seja, há que se ter o máximo de cuidado e fiscalização sobre esse procedimento. A depender de mim, Lula nem mesmo operaria no Brasil, país onde médicos inventam procedimentos cirúrgicos para postergar a eventual prisão de Bolsonaro e não se vacinam para a COVID. Faria Lula operar na Rússia, na China ou em Cuba.
Mais uma vez, a responsabilidade é única e exclusivamente do PT. Do início ao fim da cirurgia até a alta completa. Uma “alvissareira” embolia pulmonar pós operatória é a forma mais fatal de se assassinar alguém sem deixar pistas. Basta errar na dose do anticoagulante ou até mesmo não ministrar o mesmo no pós-operatório… e por aí vai…
Espero que Lula viva mais de cem anos. Mas vivemos no país que liderou a “Operação Condor”… e não podemos nos dar ao luxo de nos esquecermos disso.
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