
Lula e Benjamin Netanyahu (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Reuters/Ronen Zvulun/Pool)
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Quando Lula deu a bombástica declaração de que apenas uma vez na história se viu algo semelhante ao que acontece em Gaza não foi uma declaração impensada, no calor do momento. Não menosprezem a inteligência de um homem do tamanho de Lula.
Lula poderia ter recorrido a dezenas de outros exemplos. A "descoberta" do Brasil foi marcada pelo genocídio de povos originários. Toda a "conquista" da América Espanhola foi um show de brutalidade, com a dizimação de muitos povos. Incas, Maias e Astecas são somente os mais simbólicos desses genocídios. A escravidão dos negros vindos da África, na diáspora africana, foi talvez o maior genocídio da história, superando até os 6 milhões de judeus barbaramente assassinados pelos nazistas.
Ou seja, exemplos de genocídio não faltam na história da humanidade, e Lula sabe bem disso.
A propósito, qual é mesmo o conceito de genocídio?
Esse conceito surgiu em 1944. Sua formulação é atribuída ao jurista polonês Raphael Lemkin, que definiu genocídio com uma espécie de “limpeza étnica” em larga escala. Quando há o assassinato em massa de determinado povo por diferenças étnicas, religiosas, nacionais, raciais e, por vezes, sócio-políticas.
Dessa forma, em todos os episódios citados não fica claro o genocídio de determinados povos?
Nessas passagens da história, as práticas adotadas não tiveram poucas variações e basicamente consistiram em matar mulheres e crianças, destruir o sistema familiar e assim provocar a falência do tecido social? Não buscaram soterrar a cultura de um povo e romper com o sentido de nação que une determinadas pessoas com a conquista de seu território? Não foi esse o modus operandi de todos os genocidas da história? E não é como age Netanyahu, o carniceiro de Tel Aviv?
Mais de 20 mil pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, foram assassinados pela incursão militar do Estado sionista de Israel. O que falta para classificar isso como genocídio? Os palestinos estão sendo empurrados para o sul da Faixa de Gaza, mais de 1,5 milhão de pessoas hoje vivem em acampamentos insalubres, olhando para trás e vendo suas casas totalmente destruídas. Hospitais foram militarmente invadidos e pessoas que recebiam socorro médico foram assassinadas a sangue frio. Julgadas, condenadas e executadas por soldados de Israel.
Isso não é um ataque ao grupo terrorista do Hamas, isso é o extermínio de um povo. O Hamas é mera desculpa para justificar a ideia de que todo palestino, por ser palestino, é um “terrorista em potencial”.
Dezenas de intelectuais, muitos judeus, hoje falam da vergonha que sentem em ver o governo de Israel adotar para com o povo palestino a mesma estratégia de dominação de Hitler frente aos seus pais e avós. O Estado de Israel humilha todos aqueles que foram subjugados pelo nazismo ao fazerem estes assistirem pela TV e redes sociais ao mesmo horror que exterminou suas famílias e deixou gravadas na pele dos sobreviventes as marcas do holocausto.
Lula não fala do povo Judeu. Ele diz que o EXÉRCITO DE ISRAEL adota as mesmas práticas do nazismo. Qual a dúvida disso? Quem olha as milhares de imagens que rodam o mundo diariamente ainda tem alguma dúvida de que se repetem as mesmas ações criminosas do exército nazista ante os judeus, no período da Segunda Guerra?
O rebaixamento chulo da diplomacia israelense só mostra o quão desqualificado e medíocre é o governo de extrema direita de Israel, que se esconde vergonhosamente atrás da religião judaica para lançar mão do genocídio, com a absoluta conivência de grande parte da comunidade internacional. Lula se levanta com a corajosa voz da denúncia e se agiganta na história como estadista e único líder mundial que coloca em jogo seu nome e sua trajetória para trazer os fatos para o centro do debate.
Cada chefe de Estado, cada liderança ao redor do planeta tem nesse momento que tomar uma decisão. Ou o sangue palestino nas mãos e calar-se frente ao genocídio visto ao vivo em Gaza, ou juntar-se ao clamor dissonante de Lula e denunciar a barbárie.
A nós que possuímos o poder do celular na mão, o poder de expressar nas redes sociais as nossas opiniões, cabe a denúncia, o pedido de socorro por aqueles que hoje têm seus gritos abafados pelas bombas israelenses. É urgente que amplifiquemos a voz de Lula, que assumiu o papel de chamar a atenção do mundo.
Lula e muitos que reverberam sua fala assumem seu lado na história.
E você, de que lado da história estará ?
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