sábado, 6 de julho de 2024

Lula

Fontes: Rebelión [Imagem: Cartaz alusivo à caravana com que Lula percorreu todo o Brasil]

Por Emir Sader
rebelion.org/

Com este artigo o autor refere-se às ofensas que o presidente Milei lançou ao seu homólogo brasileiro nos últimos dias.

Ao final da quarta Caravana da Esperança com Lula, com a qual percorremos todo o Brasil, fizemos o balanço político daquela ação no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante um final de semana.

Em meados da semana seguinte foi decretada a prisão de Lula. Houve uma discussão sobre o que fazer, a grande maioria foi contra ele ir à polícia. Lula disse que não era pessoa de passar à clandestinidade, que iria se apresentar, provar sua inocência e sair em liberdade. Ele tentou sair da primeira vez, mas a cidade não permitiu.

Até que finalmente ele saiu para iniciar o processo de prova de sua inocência. Ele e praticamente todos nós acreditávamos que ele ficaria pouco tempo na Polícia Federal de Curitiba. De manhã e à tarde gritávamos: Bom dia, presidente Lula! Boa noite, presidente Lula! Lula respondeu acendendo e apagando a luz de sua cela.

Até que conseguiu recuperar a liberdade – mais tarde a Justiça reconheceu sua total inocência. Ele foi novamente candidato à Presidência do Brasil e o país mais uma vez tem o melhor brasileiro para liderá-lo.

Lula nunca se preocupou em se defender dos insultos dos apoiadores de Bolsonaro. Ele sabia que eram produto do desespero dos derrotados. Sua imagem está muito acima de tudo isso. O mundo reconheceu a grandeza da imagem e da carreira de Lula.

Os bolsonaristas protagonizaram o que a extrema direita argentina está fazendo agora. Enquanto o Brasil está em processo de retomada do crescimento econômico, de resgate do seu melhor nível de emprego e de recomposição da balança comercial do país, Bolsonaro e os bolsonaristas estão derrotados.

Lula nunca precisou de ninguém para defendê-lo. É o melhor comunicador do Brasil e do seu povo, o melhor defensor dos interesses do Sul do mundo. Ele nunca precisou de ninguém para defendê-lo. Não será justamente agora que ele precisará procurar alguém que o defenda das ofensas da pior figura política do país para onde Lula viajou no início deste século, para abraçar Néstor e consagrar a aliança mais próxima que os dois irmãos países já tiveram.

Lula deu a volta à pior situação que o Brasil já viveu, resgatou a sua imagem de líder da América Latina e do Sul do mundo. Não serei eu, que o defendo em todas as circunstâncias, quem responderá a um personagem sórdido, repudiado pela maioria dos argentinos e ridicularizado pela opinião pública mundial. São ofensas que são levadas pelo vento, que também levará esse mesmo personagem até que desapareça do cenário político argentino.



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