Fernando Haddad e Lula (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
“Apostar contra o governo é um vício das facções de ‘analistas’ interessados apenas em atacar Lula”, escreve o colunista Moisés Mendes
Moisés Mendes
Se a economia brasileira virasse uma bet, pagando só pelos acertos, uma facção de apostadores contra o governo Lula, todos viciados no erro, já estaria quebrada.
Mas eles apostam e, mesmo que errem, continuam ganhando. Porque a economia paga, inclusive os sabotadores, com bons resultados. Desde o início da volta de Lula.
Os analistas perdedores dos jornalões, que no século 20 eram apenas liberais, agora erram tudo porque se transformaram em torcedores bem próximos das ideias da extrema direita.
Não há análise, há torcida contra. Erraram tudo no ano passado. Continuam errando esse ano. E agora não conseguem esconder o desconforto com a notícia de que a agência Moody’s elevou a nota de crédito soberano do país de Ba2 para Ba1.
Foi um baque. O Estadão chegou a convocar Mailson da Nóbrega, um dos mais medíocres ministros da Fazenda da história, para dizer o seguinte: é uma boa notícia, mas é pouco provável que aconteça a volta do grau de investimento na gestão Lula.
O mesmo Estadão deu em manchete: “Melhora da nota é esforço de vários governos, mas mostra que PT não quebrou o brinquedo da economia”. O mérito de Lula foi não ter quebrado o brinquedo que teria sido tão bem cuidado por Bolsonaro.
Os analistas dos jornalões se desplugaram do mundo que deseja apenas ganhar dinheiro, mesmo que não pense em ganhos coletivos para a população, para ficarem mais próximos dos torcedores alinhados com o bolsonarismo, que ainda é a única forma organizada de anti-lulismo.
Para ser anti-Lula, fazer oposição e torcer contra, alinharam-se ao que existe de pior, para muito além da Faria Lima, sempre com o objetivo de tentar impor a sabotagem desqualificadora.
Vêm repetindo, desde o ano passado, que a queda da inflação surpreende os analistas. Que o crescimento do PIB deixa economistas sem explicação. Que o nível de emprego não era o esperado. E o pior: que o ritmo de crescimento, que também justificaria os juros altos de Roberto Campos Neto, é uma ameaça real ao país.
Se crescer mais do que 3%, o Brasil estará sob o risco do descontrole generalizado provocado por produção, ocupação, renda, demanda e, como dano, mais inflação. Crescer passou a ser um perigo.
Em tudo que os analistas próximos das ideias do bolsonarismo se metem, sempre tem um mas. Os números são bons, mas isso. As perspectivas favorecem até a arrecadação, mas aquilo. E com muitos issos e aquilos, vão se esforçando para sabotar o governo e o país.
Queixam-se até do excesso de crédito liberado pelo BNDES para a indústria. E alertam que, como aconteceu no primeiro governo de Dilma, o pleno emprego é um risco a ser combatido antes que se confirme.
Os analistas de viés sabotador sabem que a racionalidade de Fernando Haddad incomoda até parte do governo e das esquerdas. Que nenhuma bobagem, mesmo sob o ponto de vista da direita, foi cometida até aqui. E que a consistência da política econômica tem agora reconhecimento formal de uma agência que eles deveriam respeitar.
Segundo a Moody’s, há sinais de que o crescimento brasileiro será consistente e duradouro. Os níveis de emprego vão se fortalecer ainda mais. Em consequência, ganha o mercado interno. A Moody’s sinaliza que a confiança internacional está sendo resgatada.
Mas nada disso é bom para os analistas das corporações da mídia, que são jornalistas misturados a economistas e consultores da turma de Mailson da Nóbrega. Eles vivem da propagação de pessimismo, por saberem que, na bet da economia, podem continuar errando.
São pagos para chutar e errar. Ganham sempre, mesmo que o chute não dê certo. Não são pagos para acertar, mas para tentar conturbar o ambiente do jogo.
Essa é a aposta deles. Sabotar o que for possível, para disseminar desconfiança e tentar manter Lula e Haddad acossados pelos interesses do mercado financeiro, mesmo que os cenaristas externos e os resultados digam sempre o contrário. Como a Moody’s disse agora que o ambiente brasileiro vem “reforçando nossas expectativas de que um crescimento mais robusto persistirá".
As facções de apostadores não cansam, porque tem gente pagando pelo simples fato de que eles apostam contra. E depois ainda comentam por que erraram e por que vão continuar apostando e errando.
É um vício bem remunerado não pelo liberalismo que se desfigurou no Brasil, mas pelo sem-vergonhismo mesmo.
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