quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

O amor digital é melhor do que o ódio digital

Imagem gerada por inteligência artificial simula Mark Zuckerberg e Elon Musk se beijando (Foto: Gerada por IA/Reprodução/Redes sociais)


"O ódio é um negócio do poder e o amor está sempre na mira. Mas só o amor pode conter o poder e o ódio", diz Marcia Tiburi

Marcia Tiburi

O amor sempre será melhor que o ódio. A criação da inteligência artificial pela inteligência humana foi, certamente, um ato de amor ao conhecimento. E de amor ao ser humano que pode se beneficiar dela, se ele conseguir ter mais amor à vida do que a técnica, se conseguir manter a ética de amar os outros seres vivos como seus iguais mesmo quando são diferentes.

Fato é que amor, amor mesmo, qualquer forma de amor, qualquer tanto de amor, sempre será melhor que o ódio. O fascismo e o nazifascismo são cheios de ódio em geral. Verdade que o poder anda junto, o poder sempre está junto, o poder tem a potência do delírio e é ele que estraga o amor, como o gérmen do fascismo estraga a democracia.

O ódio é um negócio do poder e o amor está sempre na mira e tem sua fragilidade essencial. Mas só o amor pode conter o poder e o ódio, a potência da destruição que é um chamado da impulsão de morte.

Enquanto trabalhamos de graça para Elon e Mark, enquanto eles nos exploram fazendo a gente achar que se diverte ou virou sócio deles aqui nos enredamentos das redes, eles se empoderam e brincam de ficar cada vez mais ricos. Elon faz gestos nazistas também. Os dois jogam com o poder do capital e da hipnose nas telas. Eles arranjam adoradores - todos pobres coitados, porque perto deles ninguém é comparável.

Mas a inteligência artificial que eles manipulam e administram vêm mandando um recado pelas redes contra eles. Um recado na contramão do seu ódio: amem mais, amem de verdade, amem-se! Mas amem para além do poder, porque o amor ao poder não é amor, é ódio. Amor ao poder é contradição.

Há quem esteja vendo homofobia nesses trabalhos meméticos que circulam pelas redes sociais para zoar os patrões escravagistas digitais fascistas. Eu vejo esse recado de amor que também serve para nós. Mais amor, por favor. Amor na prática: respeito, reconhecimento, justiça social e econômica, segurança, não-violência, antirracismo, anticapacitismo, antimisoginia, antitransfobia e lesbofobia, anticapitalismo, luta por transformações sociais e econômicas, mais arte, mais educação, distribuição de bens, preservação do meio ambiente e da vida de todas as espécies. Mais amor e abaixo o fascismo nas redes!



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