Descoberto depósito de armas químicas ucranianas

Um alerta para o mundo civilizado
Os gases mortíferos seriam distribuídos por drones

Rainer Rupp [*]
Cloropicrina, cartaz.

A agência de notícias russa TASS, citando um relatório do serviço secreto russo FSB, informou que soldados russos que avançavam através de Krasnoarmeisk (Pokrovsk) na República Popular de Donetsk descobriram um armazém bem escondido com armas químicas prontas para uso.

De acordo com a TASS, no abrigo utilizado pelos combatentes ucranianos foi descoberto um esconderijo com recipientes selados com agentes químicos de combate e munições para drones de fabricação própria, bem como substâncias altamente tóxicas. Segundo o FSB, o esconderijo continha tubos selados com cloropicrina, um agente químico proibido, bem como explosivos plásticos e recipientes cheios de gasolina que, ao detonarem, produzem fosgénio, uma substância mortal por asfixia. Investigações posteriores revelaram o seguinte:

«Que as instruções para a fabricação e uso de armas químicas contra as forças armadas russas foram dadas pelo comandante do 108.º batalhão de assalto da 59.ª brigada de infantaria motorizada independente do exército ucraniano, Sergei Filimonov».

Surpreendidas pelo rápido avanço dos russos, as forças especiais ucranianas aparentemente não tiveram tempo de fazer desaparecer o conteúdo do armazém nem de usar as armas contra os russos sem colocar em risco o seu próprio povo.

Entre as armas encontradas no acampamento havia cargas explosivas com drones que continham cloropicrina, um agente asfixiante cujo uso é proibido pela convenção internacional sobre armas químicas.

A primeira reação do Ocidente foi, como é habitual quando as más notícias não se enquadram na narrativa de uma Ucrânia impecável, a incredulidade. Ou então, todo o assunto é descartado como propaganda russa. Nos países do BRICS, como a Índia e outros do Sul Global, foi imediatamente publicada a notícia das armas químicas de Vladimir Zelensky, as quais são distribuídas por drones e, ao explodirem, libertam fosgénio altamente tóxico. No entanto, nas capitais da OTAN e nos meios de comunicação ocidentais não se quer saber nada sobre o escândalo das armas químicas ucranianas. Resta saber quanto tempo levará até que surjam desculpas para justificar a preparação do uso de armas químicas por Zelensky.

Para isso, foram desenvolvidas, ao que parece, cargas explosivas lançadas por drones e misturadas com cloropicrina. Isto é estritamente proibido pela Convenção sobre Armas Químicas (CAQ) de 1993. A cloropicrina, também conhecida como tricloronitrometano, provoca graves irritações das vias respiratórias e vómitos, e pode ser mortal em doses elevadas. Já foi utilizada como gás de combate na Primeira Guerra Mundial e é considerada um precursor de substâncias ainda mais perigosas.

Segundo fontes russas, ainda mais preocupantes são os sistemas capazes de produzir fosgénio encontrados no armazém secreto do exército ucraniano. O fosgénio, um gás incolor cujo nome químico é cloreto de carbonilo, é um agente de guerra altamente tóxico que ataca os pulmões e provoca uma morte agonizante por asfixia. Já foi utilizado na Primeira Guerra Mundial e é proibido internacionalmente. O facto de estes sistemas serem concebidos para serem distribuídos por drones aponta para uma utilização ofensiva planeada. Os drones poderiam lançar estas substâncias sobre as posições russas para paralisar secções inteiras da frente. Isto não só colocaria em perigo as tropas russas, mas também os civis nas proximidades, uma vez que os agentes químicos são incontroláveis e são dispersos pelo vento.

O facto de os dispositivos para a dispersão de gases venenosos terem sido concebidos especificamente para utilização com drones implica uma preparação sistemática para ataques químicos, no caso de falha da defesa convencional. A Ucrânia, costuma apresentar-se como uma vítima inocente, mas agora parece disposta a recorrer a meios considerados como crimes de guerra graves. A Convenção sobre Armas Químicas, ratificada por quase todos os Estados, proíbe não só o uso, mas também o desenvolvimento, a produção e o armazenamento deste tipo de armas.

Portanto, a descoberta em Krasnoarmeisk revela o desespero de Kiev: após os fracassos nos combates convencionais, o regime de Zelensky procura agora vantagens assimétricas que quebram as regras da guerra. Em vez de deter o avanço russo, esta descoberta confirma algo mais sombrio:   as forças de Zelensky agora recorrem a táticas de terrorismo químico porque a guerra convencional já falhou. Enquanto Moscovo avança, Kiev mergulha no pânico.

Os analistas ocidentais, que a princípio prometiam uma vitória ucraniana, ficaram subitamente em silêncio. O avanço russo na zona-chave da frente de Pokrovsk revelou o colapso estratégico do plano de guerra ucraniano, concebido em grande parte por oficiais da NATO. No terreno, a artilharia e os grupos de assalto russos cercam progressivamente as guarnições ucranianas restantes. As rotas de abastecimento para o distrito norte de Pokrovsk estão cortadas e as unidades em retirada abandonam o equipamento pesado para poderem escapar. Os relatórios do campo de batalha descrevem as forças ucranianas como fragmentadas, exaustas e cada vez mais relutantes em manter posições suicidas.

O impulso e a dinâmica no campo de batalha, não apenas em Pokrovsk, mas ao longo dos mais de 1000 km de frente, são decisivamente russos. A queda definitiva de Pokrovsk, já conquistada em 75%, é inevitável e é apenas uma questão de dias. Então, Zelenski enfrentará, à vista de todo o mundo, a sua derrota política mais devastadora desde o início da guerra. Ao mesmo tempo, o Ocidente verá, da forma mais clara possível, o limite do apoio da NATO. A narrativa ocidental da contra-ofensiva ucraniana não passa mais de uma quimera.

Do ponto de vista estratégico, a luta pelo controlo de Pokrovsk foi, desde o início, mais do que uma simples batalha por uma cidade. O controlo do nó de comunicações de Pokrovsk foi considerado por ambas as partes como um ponto de inflexão que redefiniria militarmente o curso de toda a guerra na Ucrânia e que, devido aos últimos acontecimentos, terminará em breve numa catástrofe militar para a Ucrânia. E agora acresce-se a descoberta de armas químicas ucranianas escondidas e prontas para uso em Krasnoarmeisk, o que representa outra catástrofe política para a Ucrânia, desta vez a nível internacional.

Imaginemos que as forças ucranianas tivessem utilizado estas armas químicas em grande escala:   drones carregados com recipientes de cloropicrina ou fosgénio a sobrevoarem as linhas russas e espalhando os gases num raio de vários quilómetros. As consequências seriam devastadoras: os soldados tossiriam, ficariam cegos e sufocariam, enquanto os civis das aldeias vizinhas sofreriam danos colaterais. Sem dúvida, tais ataques teriam agravado o conflito e forçado a Rússia a tomar as medidas adequadas, possivelmente com outra arma de destruição em massa limitada, o que provavelmente teria levado a uma maior internacionalização da guerra.

A descoberta de armas químicas ucranianas é um alerta: o desespero leva ao proibido. O mundo deve estar alerta enquanto a Rússia dita a paz.

26/Novembro/2025

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