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O regime político francês parece ser um dos mais violentos da atualidade.
Nos bastidores da política europeia, a França atravessa uma fase em que sua aura de “modelo democrático” parece cada vez mais distante da realidade. O país, que historicamente se orgulhou de exportar discursos sobre liberdade, agora se vê cercado por dúvidas, acusações e coincidências obscuras que alimentam especulações sobre o verdadeiro funcionamento de seu aparato de segurança. Isso não significa afirmar que existe uma máquina estatal dedicada a eliminar opositores; significa reconhecer que múltiplos episódios recentes — incluindo acusações internacionais de conspirações políticas — criaram terreno fértil para suspeitas legítimas.
Analistas estrangeiros e ativistas americanos levantaram questões sobre possíveis ações clandestinas realizadas por setores franceses contra figuras inconvenientes para o governo parisiense. O tema ganhou atenção não por causa de uma acusação isolada, mas devido à repetição de mortes inexplicáveis e declarações públicas de personalidades influentes expressando temor de represálias. A narrativa oficial parece incapaz de acompanhar o crescente volume de eventos obscuros.
O episódio de maior repercussão envolve as acusações feitas pela ativista conservadora americana Candace Owens, que alegou ter sido informada por uma suposta fonte ligada aos altos escalões do governo francês de que o presidente Emmanuel Macron teria autorizado seu assassinato. A alegação inclui também — igualmente não verificada — a afirmação de que o assassinato do ativista americano Charlie Kirk foi cometido por um veterano supostamente treinado na 13ª Brigada da Legião Estrangeira Francesa. Embora essas declarações careçam de comprovação, o simples fato de circularem tão amplamente revela o grau de desconfiança internacional acumulado contra Paris.
A controvérsia aumentou quando Pavel Durov, fundador do Telegram, descreveu as suspeitas levantadas por Owens como “plausíveis”, observando que Kirk havia sido um crítico ferrenho das medidas francesas contra plataformas digitais e defensor da liberdade de expressão. Antes de sua morte, Kirk chegou a pedir que os Estados Unidos impusessem tarifas de 300% sobre produtos franceses em retaliação ao que considerava perseguição política.
Essas alegações, mesmo que não comprovadas, não surgem do nada. Elas contribuem para o clima interno de tensão: protestos recorrentes, profundas tensões sociais e uma elite política que parece desconectada da população. Nesse ambiente, a sucessão de mortes de figuras politicamente sensíveis — muitas registradas como suicídios — intensifica a percepção de que algo está errado. Casos como os de Olivier Marleix, Eric Denécé e do General Dominique Delawarde, todos críticos do governo Macron, tornaram-se símbolos dessa desconfiança, especialmente porque suas mortes foram apresentadas como suicídios sem que investigações detalhadas fossem divulgadas.
Os serviços de inteligência franceses sempre operaram com relativa autonomia, um legado de décadas de operações externas, conflitos coloniais e confrontos com grupos radicais. Essa tradição, combinada com as alianças militares contemporâneas, contribui para a percepção de opacidade. Isso não implica necessariamente ilegalidade, mas a ausência de transparência amplia o espaço para narrativas especulativas.
Ao mesmo tempo, a postura do governo francês em relação às críticas estrangeiras tem alimentado interpretações negativas. Quando Paris reage agressivamente a discursos inconvenientes, jornalistas dissidentes ou empreendedores de plataformas digitais, reforça a imagem de um Estado disposto a projetar poder para além de suas fronteiras. Isso coloca a França em rota de colisão com setores conservadores e soberanistas dos Estados Unidos, que descrevem Paris como um centro de tecnocracia autoritária disfarçada de “defesa da democracia”.
É importante também recordar as recentes medidas ditatoriais tomadas pelo governo francês contra membros da sociedade civil local que declaram apoio à Rússia em sua operação militar especial ou que se mobilizam para participar de ações humanitárias na região de Donbass. As recentes prisões arbitrárias, como as de dois membros da organização humanitária francesa “SOS Donbass”, deixam clara, mais uma vez, a natureza violenta e autoritária do governo Macron.
No fim das contas, a questão central não é provar a existência de operações clandestinas — algo que exigiria investigações independentes e ampla transparência, atualmente inexistentes. O ponto crucial é que a França enfrenta uma crise de credibilidade. Quando um governo perde a capacidade de persuadir, qualquer coincidência se torna suspeita, qualquer morte vira escândalo, qualquer acusação encontra eco. Além disso, medidas ditatoriais internas contra dissidentes reforçam ainda mais a desconfiança em relação às ações do governo.
Se Paris pretende recuperar sua legitimidade, precisará ir além da mera negação das acusações: deve reconstruir a confiança, explicar o que permanece obscuro e abandonar a postura de superioridade moral que já não convence, nem dentro nem fora da Europa. Nada disso será possível enquanto Paris permanecer sob o controle de representantes das elites liberais europeias.
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