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Por AARON BENANAV*
O capitalismo, cujo dinamismo já elevou padrões de vida, esgota-se na estagnação oligopolista e na crise ambiental, demandando uma ordem econômica orientada por múltiplos fins, não apenas pelo lucro
1.
Poucos discordariam que existe, por trás da turbulência política atual, um profundo mal-estar econômico. As taxas de crescimento nas economias avançadas são baixas. Quando são impulsionadas por gastos públicos, os ganhos se concentram, desproporcionalmente, nas faixas de renda alta. Empresas oligopolistas ocupam o topo das cadeias globais de valor, mantendo direitos de propriedade sobre uma variada gama de produtos, ao mesmo tempo em que terceirizam os processos de produção para licitantes com menores custos já que estão forçados a competirem entre si.
Grandes parcelas dos lucros retidos das corporações não são mais investidos internamente, pois estão sendo canalizadas para aplicações em ativos financeiros. Como tais, elas não podem quebrar, podendo por isso ser salvas por meio do resgate público. Enquanto isso, as decisões de investimento, que moldarão o futuro da vida na Terra – geoengenharia, inteligência artificial, captura de carbono, energia nuclear –, são tomadas por pequenos grupos privados. E eles não recuam nem mesmo diante de riscos muito grandes para a humanidade.[i]
Por trás dessa tendência vertical para a consolidação oligopolista do poder econômico, ocorreu também uma mudança secular e horizontal na atividade econômica, da indústria para os serviços – saúde, educação, varejo, administração – em que as taxas de crescimento da produtividade são menores e a lucratividade só pode ser mantida por meio de exploração intensificada ou de preços monopolísticos.
A desindustrialização vem ocorrendo há meio século nas economias avançadas. Sintomas de “desindustrialização prematura” estão presentes nas economias do Brasil e da Coreia do Sul; ademais, eles estão agora surgindo também na China. Em todos os lugares, a queda nas taxas de natalidade significa que haverá menos trabalhadores jovens e consumidores para produzir e consumir as mercadorias capitalistas. Se os mercados futuros encolhem, se os incentivos para investimento privado se enfraquecem, a carga das atividades de cuidados, em contrapartida, aumenta sem cessar.
Nesse quadro, proliferam as necessidades sociais não atendidas; assim, crescem também as necessidades materiais associadas à pobreza, fome, doenças e habitação inadequada e elas se combinam com níveis crescentes de degradação ecológica, alienação social e estresse psicológico. Se algum dia houver uma ruptura à esquerda, que supere o atual impasse político – o liberalismo dominante, note-se, encontra-se agora abraçado com uma extrema direita ultra capitalista – isso exigirá, em última análise, a construção de um sistema econômico que difira significativamente do próprio capitalismo.[ii]
2.
Historicamente, a defesa do capitalismo baseou-se nos resultados que alcança. O seu foco implacável na lucratividade nunca se cingiu a explorar trabalhadores ou a extrair recursos para enriquecer investidores que cortam cupons. Especialmente no século XIX, a busca pelo lucro serviu também para atingir fins socialmente úteis – principalmente por meio da busca de eficiência econômica, tanto em termos estáticos (minimizando custos e maximizando receitas) quanto em termos dinâmicos (desenvolvendo métodos de produção mais eficientes e produtos totalmente novos).
A busca pelo lucro no capitalismo foi capaz de gerar saltos extraordinários nos padrões de vida materiais – os quais se refletiram não apenas no aumento da renda monetária, mas também na proliferação de inovações transformadoras em processos e produtos.
As primeiras incluíram a linha de montagem, o transporte de contêineres e o controle numérico por computador; e elas afetaram os equipamentos elétricos, as ferrovias, os carros, os aviões, as máquinas de lavar, os computadores, os produtos farmacêuticos, as refeições prontas e a indústria da moda. Nos países mais ricos, a renda real média aumentou por um fator de vinte desde a década de 1820 e, no mundo como um todo, por um fator superior a dez.
O capitalismo é, portanto, mais do que meramente um sistema de mercado cuja produção está baseada na exploração do trabalho e na extração de recursos naturais. Trata-se, sim, de um tipo distinto de economia mercantil – baseada que está na propriedade privada dos meios de produção e no trabalho assalariado – no qual as empresas precisam competir pela participação no mercado e, portanto, pela obtenção de lucro e sempre mais lucro.
O lucro, aliás, não advém apenas como recompensa nas atividades focadas em eficiência econômica, mas vem a ser também uma fonte de fundos de investimento que as empresas altamente eficientes utilizam para expandir as suas operações.[iii] A busca por retornos monetários sobre os investimentos gerou um dinamismo econômico sem qualquer paralelo na história mundial.
Os modos de produção anteriores, mesmo aqueles que tinham mercados significativos, desenvolveram-se sempre num ritmo muito mais lento. Ademais, seguiam ciclos de expansão e contração demográfica que duravam séculos; as práticas agrícolas adotadas permaneciam estagnadas por gerações. O imperativo do lucro do capitalismo, diferentemente, obriga as empresas a buscarem inovações continuamente – tanto em processos que reduzem custos e libertam recursos, quanto em produtos que redirecionam os recursos para novas formas de geração de receita. Juntas, essas dinâmicas produziram historicamente economias em que o crescimento foi capaz de se manter por décadas e décadas.
3.
Contudo, o próprio sucesso do capitalismo gerou problemas formidáveis que a busca pelo lucro não é capaz de resolver. A enorme expansão da indústria e do crescimento urbano, agravada pelo aumento do consumo de combustíveis fósseis, ameaça agora os sistemas ambientais e climáticos do planeta. A entrada de bilhões de novos trabalhadores rurais na força de trabalho capitalista tem exercido pressão para baixo sobre os salários, enquanto o excesso de capacidade produtiva acelera a fuga do capital para ativos financeiros.
A crescente longevidade, devida ao avanço da medicina e à queda nas taxas de natalidade, à medida que horizontes se abrem para as mulheres para além das atividades do lar, combinam-se para criar um peso demográfico associado mormente ao aumento da necessidade de cuidados.[iv] Como os motores globais do crescimento estão agora falhando, a defesa do capitalismo por seus resultados está se tornando cada vez mais difícil de ser sustentada.
Quando uma economia construída em torno da eficiência econômica deixa de ter ganhos ou mesmo se torna ineficiente, ela entra em estado de estagnação. A desigualdade aumenta e a especulação se torna dominante, tendendo mesmo ao excesso. Estratégias socialmente destrutivas de busca de lucratividade – externalizar custos para o meio ambiente, suprimir salários, consolidar o poder monopolista – estão sempre presentes, mas agora elas se tornam mais e mais agressivas; o capital se volta para a exploração, a extração e o cercamento sem limites.
À medida que o crescimento recua, as necessidades e aspirações humanas submetidas à lógica mercantil e enquadradas pela busca do lucro ficam bem expostas como problemas. Os defensores do sistema sempre argumentaram que o crescimento capitalista seria o melhor meio para lidar com desafios sociais mais amplos, sejam eles políticos, culturais ou ambientais.[v] De qualquer modo, as tentativas de incorporar outros princípios nas operações capitalistas – tais como consumo ético, investimento verde, programas de responsabilidade social corporativa – permanecem limitadas e contidas pela lógica do sistema que prioriza o lucro.
Metas qualitativas são transformadas em metas quantitativas, o que tende a gerar falta de qualidade e, assim, pouco efeito tangível. O mesmo ocorre com as reformas mais amplas apoiadas pelo Estado e que visam melhorar o sistema por meio da introdução de objetivos secundários – proteções social-democratas, regulação ambiental etc. – já que a lógica da “otimização segundo um critério único” – ou seja, produção para lucro – permanece inalterada.
Esses programas podem desempenhar um papel amortecedor, de mitigação da exploração e dos danos ecológicos, mas nunca deixam de estar submetidos aos requisitos de lucratividade do capitalismo. Por isso, serão reduzidos por meio de cortes nos gastos públicos sempre que as receitas estatais deixem de poder cobri-los sem aumento da dívida pública.
4.
Logo, o problema mais profundo agora não é apenas que o capitalismo está falhando em cumprir sua promessa de elevação do padrão de vida – a questão é que o padrão de vida continua a ser entendido de forma extremamente restrita: em termos de renda, medida pelo PIB per capita. Organizar uma sociedade em torno de um único critério sempre será uma forma empobrecida de estruturar a vida coletiva.
O mesmo padrão de deficiência se aplicaria a qualquer economia organizada em torno de um único princípio orientador. Mesmo uma ordem social pós-capitalista que abandonasse a maximização do lucro, mas mantivesse a maximização da produção como objetivo organizativo, ainda operaria por meio de otimização de critério único. Não importa qual métrica seja escolhida, o resultado será sempre uma simplificação radical dos problemas multidimensionais que a sociedade sempre enfrenta.
O objetivo, portanto, deve ser criar um sistema econômico no qual a coordenação possa ser estruturada de acordo com múltiplos critérios. No sistema alternativo aqui proposto, as imensas capacidades técnicas e produtivas das economias modernas seriam direcionadas para atender a fins humanos mais amplos, os quais evoluiriam ao longo do tempo.
O socialismo às vezes foi pensado como busca pelo tempo livre, pelo equilíbrio ambiental, pelo cuidado social em primeiro plano. Mas, como ele poderia perseguir todos esses objetivos – e, eventualmente, outros mais?[vi]
Ganhos e perdas compensatórias (trade-offs) entre os objetivos estão sempre presentes e, por isso, se mostrarão inevitáveis; nenhuma sociedade pode maximizar todas as prioridades ao mesmo tempo. Ora, essas trocas poderiam ser negociadas coletivamente por meio do debate político, em vez de serem ditadas por uma lógica impessoal.
A tarefa consiste em construir uma ordem econômica capaz de evoluir para acomodar novos valores e condições em mudança, ajustando gradualmente a organização da produção para abrangê-los. Uma economia multicriterial exigiria, portanto, uma mudança fundamental na forma como a produção vem a ser organizada e como as decisões econômicas são tomadas.[vii]
Um arcabouço como esse teria de ir além da noção segundo a qual a economia deve servir à maioria – ou seja, de que é preciso realizar uma democracia econômica para o povo. Ele não deve apenas querer incluir os trabalhadores no processo da administração por meio de uma democracia econômica feita pelo povo.[viii] Ele também precisa desafiar as tradições da esquerda que imaginam um mundo além do capitalismo como um mundo além da política. August Bebel imaginava que os interesses pessoais e sociais, sob o socialismo, coincidiriam tão plenamente que “a satisfação do egoísmo pessoal e o serviço à sociedade estariam harmonizados”.[ix]
5.
A democratização da produção, segundo August Bebel, envolveria debate técnico – sobre capacidades produtivas, necessidades sociais, tempo de trabalho incorporados em cada produto –, mas não discordância política substancial. No entanto, o cânone socialista herdado também contém concepções mais abertas que envolvem agência coletiva. Ecoando Karl Marx, Friedricha Engels escreveu que somente sob o socialismo “o próprio homem, com plena consciência, faria sua própria história”. Karl Kautsky também insistiu que um regime socialista “desde o início buscaria organizar a produção democraticamente”.[x]
O objetivo desde extenso artigo [aqui apenas introduzido] é ampliar essa concepção herdada de democratização econômica – ele será, assim, crítico das formas limitadas de democratização tais como aquelas implementadas no passado. O que se segue oferecerá uma ideia intrinsecamente multivalente de socialismo. Ao mesmo tempo, a crescente complexidade da sociedade capitalista moderna, desde os primeiros utopistas até a Revolução Bolchevique e além, será devidamente enfrentada.
O artigo examinará as tentativas significativas de pensadores heterodoxos de conceber formas de coordenação possíveis além daquela que se cinge ao motivo de lucro e daquela que se restringe ao plano central. Construirá sobre os erros, avanços e promessas do passado, visando lançar as bases para uma ordem econômica genuinamente multicriterial.
Na segunda parte deste estudo, será delineada a arquitetura institucional necessária para que tal ordem possa vir a existir. Para tanto, os passos de um programa de transição que possa conectar as lutas imediatas atuais a uma transformação social mais ampla será também apresentado.
*Aaron Benanav é professor do Departamento de Desenvolvimento Global da Universidade Cornell. Autor, entre outros livros, de Automação e o futuro do trabalho, (Boitempo).
Tradução: Eleutério F. S. Prado.
Introdução a dois ensaios (um está aqui e o outro aqui) publicados nos números 153 e 154, maio-junho de 2025 e julho-agosto de 2025, na revista New Left Review.
Notas
[i] Sobre a situação econômica mundial, veja-se, entre outros escritos eventualmente importantes, os seguintes: Summers, Lawrence, Reflections on the “new secular stagnation hypothesis”, em Coen Teulings e Richard Baldwin, eds, Secular stagnation: facts, causes and cures, Londres, 2014; Robert Gordon, The rise and fall of American growth: the US standard of living since the Civil War, Princeton, 2016; Dietrich Vollrath, Fully grown: why a stagnant economy Is a sign of success,Chicago 2020.
[ii] Uma obra fundamental nessa temática é Democracy and economic planning: the political economy of a self-governing society, de Pat Devine, Boulder CO ,1988. Nos últimos anos, houve um bem-vindo ressurgimento de trabalhos sobre futuros pós-capitalistas; nota-se o aparecimento de importantes estudos como Information technology and socialist construction, Abingdon 2014, de Daniel Saros, e Digital socialism? de Evgeny Morozov, NLR, nº 116–117, março–junho de 2019. Esses trabalhos integram a revolução na infraestrutura digital com propostas de coordenação econômica não mercantis. Leigh Phillips e Michal Rozworski deram uma reviravolta radical na concepção de planejamento com o livro The people’s republic of Walmart, Londres e Nova York 2019. Note-se também os livros Inventing the future: post-capitalism and a world without work, Londres e New York, 2015, Anitra Nelson’s Beyond money: a post-capitalist strategy, London 2022, e Simon Sutterlütti e Stefan Meretz’s Make capitalism history: a practical framework for utopia and the transformation of Society, Basingstoke 2023. Como todos esses livros e artigos têm-se bons exemplos de pensamentos novos e imaginativos sobre a temática do pós-capitalismo. Embora se baseie nas realizações desse rico e variado corpo de trabalho, a presente contribuição destaca a necessidade de uma arquitetura robustamente institucionalizada de democracia econômica multicriterial como base de uma ordem pós-capitalista.
[iii] Há, como se sabe, diferentes perspectivas sobre esse tópico; veja-se: Karl Marx, O capital – Crítica da Economia Política, volume III, Boitempo 2017, Cap. 15; John Maynard Keynes, A Teoria Geral do Emprego, Juros e Dinheiro, Abril Cultural, 1983, especialmente Cap. 11; Josef Steindl, Maturity and Stagnation in American Capitalism, Oxford, 1952; Hyman Minsky, Stabilizing an Unstable Economy, New Haven 1986, Chap. 8; Anwar Shaikh, Capitalism: Competition, Conflict, Crises, Oxford 2016, Chap. 7 e 13. Para uma visão nova sobre finanças, veja-se também: Richard Brealey, Stewart Myers e Franklin Allen, Principles of corporate finance, New York, 2017.
[iv] Discuto essas questões com mais detalhes em A Dissipating Glut? NLR, nº 140–141, março-junho de 2023.
[v] Para uma apresentação completa sobre essa temática, veja-se Martin Wolf, Why globalization works, New Haven, 2004. O argumento foi parcialmente repudiado pelo autor em seu livro mais recente, The crisis of democratic capitalism, Londres, 2023.
[vi] Sobre o tempo livre no socialismo, veja-se André Gorz, Critique of economic reason, Londres e Nova York 1989; Kathi Weeks, The problem with work, Durham, 2011; Srnicek and Williams, Inventing the future; Martin Hägglund, This fife: secular faith and spiritual freedom, Nova York, 2019; Helen Hester and Will Stronge, Post-work: what it is, why It matters and how we get there, Londres, 2025. Sobre a questão da sustentabilidade no socialismo, veja-se Barry Commoner, Making peace with the planet, Nova York, 1990; Paul Burkett, Marx and nature: a red and green perspective, Nova York,1999; e Kohei Saito, O ecossocialismo de Karl Marx: capitalismo, natureza e a crítica Inacabada à Economia Política, Boitempo Editorial, 2021. Sobre a questão do cuidado no socialism, veja-se Nancy Fraser, Fortunes of feminism: from state-managed capitalism to neoliberal crisis, Londres e Nova York 2013; Emma Dowling, The care crisis: what caused it and how can we end it?, Londres e Nova York, 2021; e The care collective, The Care manifesto, Londres e Nova York, 2020.
[vii] A ideia de multicritério “há muito faz parte da tradição da economia ecológica”, tal como observou Joan Martinez Alier nas páginas da NLR há trinta anos: “Incomensurabilidade significa que não existe uma unidade comum de medida, mas não significa que não possamos comparar decisões alternativas em base racional, em diferentes escalas de valor, como em avaliação multicritério. Veja-se J. Martinez-Alier, Political ecology, distributional conflicts and economic incommensurability, NLR, nº 211, maio-junho de 1995, p. 75. Para o argumento de que os valores evoluem por meio da experiência, reflexão e aprendizado social, veja John Dewey, Human nature and conduct, Nova York, 1922. Sobre a suposição dominante de preferências fixas e exógenas em economia, veja-se Paul Samuelson, Fundamentos da análise econômica, Abril Cultural, 1983; Milton Friedman, A Metodologia da Economia Positiva, Edições Multiplic, v. 1, n.3, fevereiro, 1981. Para uma crítica fundamental do homo oeconomicus, veja-se Amartya Sen, Rational fools: a critique of the behavioural foundations of economic theory, Philosophy and Public Affairs, vol. 6, nº 4, 1977.
[viii] Sobre a ideia de democracia econômica em que os trabalhadores administram o sistema econômico, veja-se Karl Marx, A guerra civil na França, Boitempo, 2011; Vladimir Lenin, O Estado e a revolução: doutrina do marxismo sobre o Estado e as tarefas do proletariado na revolução, Boimtempo, 2017; Nikolai Bukharin e Yevgeni Preobrazhensky, O abc do comunismo, Edipro, 2018.
[ix] August Bebel, Women and Socialism, Nova York 1910 [1879]. Veja também o Programa de Erfurt de 1891, que ecoa esse tema frequente na literatura socialista, ou seja, a crença de que, após a revolução, tanto a sociedade quanto a economia se tornarão harmoniosas — não apenas pela resolução dos antagonismos de classe, mas também pela eliminação planejada das crises de superprodução e subprodução.
[x] Veja-se, em primeiro lugar, Anti-Dühring (op. cit.) de Friedrich Engels. A questão aparece, claro, em o Estado e a revolução (op. cit.)de Lenin e no livro de Karl Kautsky, The social Revolution, Chicago, 1903 [1902]. No contexto do discurso político geral, Kautsky tendia a recair na compreensão de Bebel que, como já se indicou acima, reduzia a deliberação sobre a produção democratizada a um debate puramente técnico. Em contraste, Red Star, de Alexander Bogdanov, Bloomington,1984 [1908], no qual cientistas marcianos discutem sobre invadir a Terra ou Vênus em resposta ao esgotamento dos recursos em seu próprio planeta. Esse escrito representa um raro momento de verdadeiro debate político sobre uma utopia socialista, pois, como se sabe, esse tema, notavelmente, permaneçe restrito a especialistas.
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