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Se for confirmada a aposentadoria de Joaquim Barbosa para
junho, chegará ao fim uma das mais trágicas biografias do sistema jurídico
brasileiro.
O legado de Barbosa resume-se em duas palavras absolutamente
incompatíveis com a posição de juiz e, mais ainda, de presidente da mais alta
corte nacional: ódio e vingança. Foi a negação do brasileiro, um tipo cordial,
compassivo e tolerante por natureza.
A posteridade dará a ele o merecido espaço, ao lado de
personalidades nocivas ao país como Carlos Lacerda e Jânio Quadros.
Barbosa acabou virando herói da classe média mais
reacionária do Brasil e do chamado 1%. Ao mesmo tempo, se tornou uma abominação
para as parcelas mais progressistas da sociedade.
É uma excelente notícia para a Justiça. Que os jovens juízes
olhem para JB e reflitam: eis o que nós não devemos fazer.
O que será dele?
Dificuldades materiais Joaquim Barbosa não haverá de ter. O
1% não falha aos seus.
Você pode imaginá-lo facilmente como um palestrante
altamente requisitado, com cachês na casa de 30 000 reais por uma hora, talvez
até mais. Com isso poderá passar longas temporadas em Miami.
Na política, seus passos serão necessariamente limitados.
Ambições presidenciais só mediante uma descomunal dose de delírio.
Joaquim Barbosa é adorado por aquele tipo de eleitor
ultraconservador que não elege presidente nenhum.
Ele foi, na vida pública brasileira, mais um caso de falso
novo, de esperanças de renovação destruída, de expectativas miseravelmente
frustradas.
Que o STF se refaça depois do trabalho de profunda
desagregação de Joaquim Barbosa em sua curta presidência.
Nunca, desde Lacerda, alguém trouxe tamanha carga de raiva
insana à sociedade a serviço do reacionarismo mais petrificado.
Que se vá – e não volte a assombrar os brasileiros.
Vi, em Trafalgar Square, a festa que os ingleses fizeram
quando Maggie Thatcher morreu. Um sindicalista contou que abriu e tomou uma
garrafa de uísque que guardara durante vinte anos para a ocasião.
Penso aqui comigo que muita gente no Brasil haverá de
comemorar o fim de JB como juiz. Mentalmente me uno a elas.

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