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(Hoje em Dia) - A Comissão Européia acusou, formalmente, na
semana passada, os bancos HSBC, Crédit Agricole e JP Morgan, de promover
acordos, por debaixo do pano, para manipular a taxa interbancária EURIBOR - que
afeta diretamente o custo dos empréstimos para os tomadores.
Do golpe, participavam também o Barclays, o Societé
Generále, o Royal Bank of Scotland, e o Deutsche Bank, já condenados, pelo
mesmo crime, em dezembro, a pagar multa de mais de um bilhão de euros.
O Deutsche, maior banco da Alemanha, teve de ser
capitalizado em 8 bilhões de euros, esta semana, para não quebrar. O Banco Espírito Santo, de
Portugal, também a ponto de quebra, foi acusado, pela KPMG, de graves
irregularidades em suas contas. E o Crédit Suisse foi condenado a pagar 2.6
bilhões de dólares à justiça dos EUA, por favorecimento ao desvio de divisas e
à sonegação de impostos.
Para Bertold Brecht, era melhor fundar um banco que
assaltá-lo. E Bernard Shaw lembrava que não há diferença entre o pecado de um
ladrão e as virtudes de um banqueiro.
O mundo muda. Hoje, uma diferença de menos de 2% separa o
peso das seis maiores economias emergentes das seis maiores economias
“desenvolvidas” e as reservas em mãos do primeiro grupo quase triplicam as do
segundo.
Mas, no Brasil, continuamos ouvindo, como se fossem
oráculos, a opinião dos banqueiros estrangeiros, que só estão em nosso país
para organizar a espoliação sistemática de nossas riquezas e do nosso mercado.
Lá fora, a opinião pública chama essa gente de banksters
(foto) unindo em uma só palavra o termo bankers (banqueiro) e gangsters
(bandidos).
Aqui, o que diz um representante deles - que estão quebrando
ou são acusados de crimes em seus países de origem - é sagrado.
Independente de quem estiver no poder no governo, o Brasil,
se quiser continuar atraindo dinheiro externo, precisa estabelecer instrumentos
próprios de defesa da imagem do país lá fora, criando, como se está projetando
fazer com os BRICS, agências próprias de qualificação, bancos de fomento,
fundos de reserva, etc.
Até mesmo porque a credibilidade das principais agências de
qualificação que existem hoje está tão baixa, no exterior, quanto a dos bancos,
aos quais tantas vezes se aliam e protegem, para enganar e pilhar países e
correntistas.
É preciso que aprendamos a não dar ouvidos aos enganosos
oráculos da pilantragem.
Assim como no Brasil, na China os maiores bancos são
estatais, e a dependência de capital externo no mercado financeiro é – até por
uma questão estratégica - marginal e quase irrelevante.
A diferença que existe entre nós e eles – prestes a se
transformar na maior economia do planeta – é que, no Brasil, a opinião de
instituições externas, acusadas de envolvimento em duvidosos episódios e nas
últimas crises internacionais, orienta e pauta as ações do governo, e vai para
a primeira página dos jornais.
Em lugares como Pequim e Xangai, o país, os empreendedores e
os consumidores, estão se lixando, redondamente, para a opinião dos bancos
ocidentais.
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