DAVIS SENA FILHO
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O Partido dos Trabalhadores tem de se posicionar, de forma
clara e objetiva, quanto a discernir, ponderar, avaliar e, consequentemente,
perceber com lucidez e decisão de propósitos quem são seus inimigos e aliados
para poder separá-los, além de reconhecer quais são os traidores de sua base,
que se juntaram aos interesses políticos e econômicos dos partidos de oposição,
ideologicamente conservadores e reacionários, bem como aos ditames de uma
burguesia apátrida, antinacional, portanto, entreguista e golpista.
A burguesia que tem como principal ponta de lança de seus
interesses escusos e nada confessáveis a poderosa máquina midiática privada,
controlada pelos magnatas bilionários de imprensa, que ora se esforçam para
criminalizar o PT e, por seu turno, desconstruir a imagem da presidenta Dilma
Rousseff, porque a intenção é fomentar um clima de crise política e
institucional, artificial e sem fim, que favoreça a efetivação de um
impeachment, a ter como fundo de pano a corrupção na Petrobras e as
"pedaladas" fiscais, principalmente no tange ao uso de recursos da
Caixa Econômica para pagar os benefícios sociais, fato este rotineiro desde a
época do presidente tucano Fernando Henrique Cardoso.
Os dois pesos para um medida da oposição no que se trata a
combater o governo trabalhista de Dilma se tornou uma música de uma nota só. A
verdade é que se exauriu a tentativa e a má-fé por parte da imprensa familiar e
da oposição demotucana no que diz respeito ao impeachment, que vai fracassar, a
corrigir, já fracassou, porque até mesmo homens com poder e de oposição
consideraram inviável o impedimento da mandatária, a exemplo do presidente
conservador da Câmara, deputado Eduardo Cunha, do ex-presidente FHC, líder
nacional do PSDB, do eterno candidato tucano, José Serra, além de juristas de
renome e opositores do PT, nas pessoas de Miguel Reale Jr., Ives Gandra Martins
e José Eduardo Alckmin.
Eles não acreditam no impedimento de uma presidenta que não
incorreu em quaisquer crimes de responsabilidade, bem como jamais tergiversou quanto
ao combate à corrupção, realidade esta que recrudesceu nos governos
trabalhistas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, mandatários que
juntos realizaram mais de três mil operações de combate aos crimes de
corrupção, como não deixam margem à dúvida as prisões de empresários e
executivos poderosos da iniciativa privada, além de servidores públicos de alto
escalão, que há décadas roubavam a Petrobras, muito anos antes de o PT ter
conquistado o poder presidencial.
Eis que após duas décadas de alianças e lutas políticas e
eleitorais pelo poder, principalmente no âmbito federal, a partir de 2013 e
2014, políticos e partidos historicamente ligados às lutas populares e que se
consideravam de esquerda resolvem se afastar do Governo Trabalhista e romper as
alianças históricas em prol dos trabalhadores e dos interesses do Brasil.
Muitos tiveram esta conduta no decorrer do tempo, a exemplo de Luiza Erundina,
Luciana Genro, Heloisa Helena, Cristovam Buarque, Marina Silva, Eduardo Campos,
dentre outros, que não tiveram a compreensão, apesar dos muitos erros do PT,
que o Brasil avançou em direção ao seu desenvolvimento e independência.
Não entenderam realmente os avanços que, de uma forma ou de
outra, ou às duras penas, estão a ser efetivados por intermédio de inúmeros
programas, que se transformaram em uma gigantesca rede de proteção e inclusão
social, concomitantemente à implementação de um projeto de País, fiscalizado
pela CGU e demais órgãos de fiscalização e investigação do Governo Federal,
cujos atos e ações são inquestionavelmente republicanos e públicos, porque os
governos do PT deram publicidade à sua maneira de governar, por intermédio da
criação do Portal da Transparência.
Trata-se da ferramenta de onde a imprensa meramente de
mercado e de caráter alienígena retira suas informações, ao tempo que aproveita
para elaborar suas reportagens oposicionistas e mequetrefes, cujo propósito é
atacar o Governo Dilma, através de um portal que foi concebido no governo
trabalhista de Lula. Durma-se com um barulho desses. A verdade é que a doutrina
dos governos trabalhistas é a busca incessante pelo desenvolvimento, a luta
pela igualdade de oportunidades, a fundamentar a efetivação de justiça social,
bem como acabar com a pobreza extrema e fazer com que o Brasil deixe de ser uma
Nação onde milhões de indivíduos são vítimas da fome, e, com efeito, não tem a
mínima condição de ascender socialmente, porque quem sente fome não pensa,
quanto mais vai ter força para estudar, trabalhar, e, por sua vez, melhorar de
vida.
É dantesca ao tempo que quixotesca a falta de discernimento,
a vaidade temperada pela burrice de certos indivíduos como Marta Suplicy,
Paulinho da Força, Rodrigo Rollemberg e Carlos Lupi. Sempre foram políticos
medíocres, alavancados pelas circunstâncias e conhecimento político junto às
lideranças de seus partidos, no que é relativo ao apadrinhamento no começo de
suas carreiras, bem como à "sorte", no caso de Rollemberg, que viu,
no decorrer dos anos, praticamente todas as lideranças político-partidárias do
Distrito Federal se envolver em crimes de responsabilidade e denúncias sobre
corrupção.
Imputações que terminaram em prisões, a exemplo de pessoas
como Luiz Estevão e José Roberto Arruda, além de acusações gravíssimas a Gim
Argelo, sendo que Joaquim Roriz e Paulo Octávio foram cassados ou destituídos
de seus cargos eletivos, dentre muitos outros políticos que colocaram Brasília
como um lugar de governantes criminosos e corruptos, posseiros violentos e
ilegais de terras pertencentes ao Estado, além de patrimonialistas, sempre no
olho do furacão, a pôr em risco a democracia, porque o Distrito Federal quase
perdeu sua autonomia política e seus cidadãos o direito de eleger o governador
e os deputados distritais.
O governador Rodrigo Rollemberg, apesar de sua mediocridade
política, pois foi um péssimo deputado e senador, além de ficar em cima do
muro, sempre soube ocupar os espaços, não conquistados por competência do atual
mandatário do DF, mas, sobretudo, ocupados graças à incompetência e à vocação
para o crime de certas lideranças de Brasília, que ficaram a cair, uma após a
outra, em uma sucessão de miserabilidade política, que restou apenas a
Rollemberg concorrer às eleições para governador com a faca e o queijo na mão.
Os fatos conspiraram a favor de Rollemberg, porque o
petista, Agnelo Queiroz, apesar de seus reconhecidos equívocos políticos e a
dificuldade para se defender de muitas acusações infundadas e perpetradas pela
direita brasiliense, uma das mais reacionárias e violentas do País, foi alvo
constante de uma das campanhas mais infames e sórdidas que se tem notícia no
Distrito Federal durante todo seu mandato como governador. Desde o início
aconteceu uma movimentação da direita, em termos nacionais, para que o Governo
do PT no DF não conseguisse a reeleição, com a cumplicidade do PSB, ou seja, de
Rodrigo Rollemberg, que se beneficiou de aliança com o PT e depois o traiu em
âmbito nacional e regional. A resumir: Rollemberg tem compromisso com a
burguesia e com seus projetos pessoais, como, por exemplo, ser candidato a
presidente da República. Ponto.
Agnelo Queiroz errou muito. Não reagiu à altura contra os
diários conservadores Correio Braziliense e Jornal de Brasília, que sempre
foram beneficiados pela publicidade e empréstimos estatais, bem como cresceram
sob a proteção da ditadura militar. O petista se calou perante a TV Globo
local, que tem como principal voz oposicionista o jornalista direitista,
Alexandre Garcia, ex-porta-voz do governo do general João Figueiredo. Hoje,
Garcia se comporta como o "baluarte" da moral e dos bons costumes, o
que me leva a rir, quase gargalhar, quando ele demonstra
"preocupação" com a educação, a saúde e a corrupção.
A verdade, pura e simples, é que tal jornalista de confiança
dos Marinho apoiou todos os governos de direita desde a ditadura militar,
exatamente os governos mais corruptos e violentos, que entregaram as nossas
riquezas para os estrangeiros e ao empresariado nacional golpista e apátrida.
Soa ridículo, mas tal desfaçatez e hipocrisia acontecem todos os dias de sua
aparição na telinha global. Somente um ser alienado ou que compartilha com as
"ideias" de Alexandre Garcia poderia acreditar na suposta
"preocupação" de um executivo de confiança da Globo com os rumos do
Brasil. Um homem que, indubitavelmente, nunca primou pela defesa dos interesses
desta Nação. Duvida? Basta, então, pesquisar sua história e verificar o lado
que o jornalista sempre esteve. Ponto.
Rollemberg, astuto e sorrateiro, calou-se. Não defendeu, em
hipótese alguma, no plenário do Senado, o governador Agnelo Queiroz e o PT dos
ataques virulentos da direita. Jamais o oportunista parlamentar do PSB moveu
uma palha para proteger o governador e o partido que o ajudou, e muito, a se
eleger senador. Praticamente sumiu da CPI do Carlinhos Cachoeira, Época (Globo)
e Veja, quando Agnelo foi se defender e se saiu muito bem das armadilhas
montadas pela direita golpista, pois queria derrubá-lo do poder. Anteriormente,
Rodrigo Rollemberg traiu o PT nacional, o Governo Lula, a quem ele serviu como
secretário da poderosa Secretaria de Inclusão Social do Ministério da Ciência e
Tecnologia.
O político "socialista" sempre se beneficiou da
força política e eleitoral do PT, pois também ocupou o cargo de Secretário de
Turismo do Governo Cristovão, ex-político do PT e que hoje está no PDT, a fazer
uma oposição rancorosa ao Governo Dilma, porque demitido por Lula quando era
ministro da Educação, a ter um desempenho medíocre, retórico, pois sem
objetividade, realidade esta que não ocorreu no período do atual prefeito de
São Paulo, Fernando Haddad, à frente da Pasta, que abriu as portas das
universidades públicas e das escolas técnicas a milhões de brasileiros oriundos
das classes populares, que jamais sonhariam um dia terem acesso a tantas
oportunidades para se instruir e, por sua vez, melhorar de vida.
Rodrigo Rollemberg não é um socialista de fato. Nunca expôs
suas ideias e muito menos combateu a direita enquanto titular dos mandatos de
deputado federal e senador. Ingrato com seus aliados de esquerda, o governador
do DF pagou com traição política ao PT e ao governador Agnelo Queiroz, no
Congresso Nacional, e compôs com a direita na corrida presidencial de 2014. O
socialista histórico e ex-presidente do PSB nacional, Roberto Amaral, lamentou
a adesão do partido e de suas principais lideranças aos interesses da oposição
de direita, e afirmou:
"O PSB renasceu em 1985 como uma opção socialista e
democrática no campo da esquerda. Este era o projeto original comandado por
Jamil Haddad e consolidado a partir dos anos 1990 por Miguel Arraes. Da
esquerda transitou para a centro-esquerda, e, com a última decisão de apoiar o
candidato da direita (Aécio Neves/PSDB), optou claramente pelo campo do
centro-direita. Esse novo partido não pode mais dizer-se herdeiro de João
Mangabeira, nosso fundador em 1947, ou de Miguel Arraes, de cujo pensamento
comum transformou-se numa contrafação. O PSB de hoje repudia tudo o que seus
fundadores representam".
Roberto Amaral foi defenestrado e desconsiderado por Eduardo
Campos, Beto Albuquerque e, evidentemente, Rodrigo Rollemberg, que levaram o
partido de Jamil Haddad, Miguel Arraes e João Mangabeira para o campo da
direita. Atualmente, o PSB é um partido conservador, cooptado pelo sistema de
capitais e deslumbrado com o crescimento no Congresso e com a conquista de
alguns estados e municípios. A sua bancada se alinha aos interesses do
conservadorismo na Câmara e no Senado.
A coerência ideológica de Rollemberg tem a consistência de
um sorvete que caiu no chão, a derreter em asfalto quente. Trata-se, sem sombra
de dúvida, de um político de centro-direita e a serviço das oligarquias, mas
com um discurso dúbio, afeito aos coxinhas de classe média, mas não àquele
público que votou no PT e concedeu à Dilma Rousseff mais de 54 milhões de
votos, por compreender que acima das disputas políticas e dos escândalos que
servem como armas em forma de manchetes para a oposição de direita, aconteceram
realisticamente os avanços sociais, na forma de inclusão de segmentos da
sociedade brasileira que não tinham nem o direito de consumir quanto mais ascender
socialmente.
Rodrigo Rollemberg é filho da oligarquia e, como tal,
procede. Deveria assumir sua condição de político e governante que abandonou o
socialismo e hoje compõe e defende os interesses dos mais ricos ou dos que
sempre puderam mais. A inclinação do PSB para o conservadorismo é visível,
porque a renovação de seus dirigentes partidários e que ocupam ou ocuparam
cargos em prefeituras, governos estaduais, casas legislativas e ministérios se
deu por intermédio de tecnocratas, principalmente em Pernambuco, estado que
controla o PSB, mesmo após o acidente trágico que levou à morte o candidato
Eduardo Campos.
Esses tecnocratas saíram direto de seus cargos e funções
para a política. Esse processo se deu praticamente em todo o País, quando se
trata do PSB. Os novos políticos do ex-partido socialista não foram forjados na
luta partidária do dia a dia, bem como praticamente não conhecem a fundo a
história do PSB, seus princípios ideológicos e políticos, porque não se dedicam
a conhecer também as realidades sociais do povo brasileiro, que se apresentam e
têm de ser solucionadas, com o objetivo de melhorar sua vida. O PSB é um
partido que envelheceu em suas ideias e concepções e hoje é um inquilino da
Casa Grande, em forma de engenho do ciclo da cana de açúcar.
A aliança com o conservador PSDB de Aécio Neves, depois de
ser aliado de governos trabalhistas durante quase 12 anos, é um dos maiores
absurdos e erros cometidos pela classe dirigente do PSB, uma legenda que traiu
a si, aos outros e deixou sua militância perplexa. É imperdoável a postura
irresponsável de um partido que se dizia socialista e que abandonou o projeto
de País de governos que, apesar dos percalços, entraves e dificuldades, não
foram cooptados pelo sistema de capitais, cujos porta-vozes são as mídias
monopolizadas por meia dúzia de famílias que tem a ousadia e o atrevimento de
considerar que o Brasil de 210 milhões de habitantes e a sexta economia do
mundo é o quintal das casas delas. Seria cômico se não fosse surreal e trágico.
Os dirigentes atuais do PSB, à frente Rodrigo Rollemberg por
ser governador e jamais por ser um pensador político e ideológico, porque ele,
como o faz e sempre o fez a direita, recusa-se a pensar o Brasil, entregaram-se
ao hedonismo coxinha, que é ideológico e tem como combustível o ódio, que
fomenta os protestos da classe média brasileira nas redes sociais e nas ruas.
Engana-se redondamente aquele que pensa que o sentimento da direita é de
indignação, de injustiça e de dor quando protesta. Não, caras pálidas... É de ódio
por ter percebido que o Brasil está a ser construído para todos e não apenas
para as classes que sempre foram privilegiadas e favorecidas. O PSB escolheu
seu caminho, e é exatamente o caminho por onde já trilhava há 500 anos a
burguesia brasileira. Rollemberg trai e o PSB abraça a direita. É isso aí.
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