Por uma razão que ninguém sabe, os tucanos não desistem do projeto de entregar o Brasil para os Estados Unidos e nos tornar inteiramente dependentes da grande nação do Norte. Para isso contam com o apoio da grande imprensa e de parte do Congresso Nacional. O entreguismo, que caracterizou o governo de FHC, foi encampado pelo presidente interino Michel Temer que, em conluio com o seu ministro das Relações Exteriores, o tucano José Serra, pretende concluir a tarefa iniciada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso que, além de tentar privatizar a Petrobrás e entregar nossas reservas petrolíferas para o capital estrangeiro, também queria criar um enclave dos Estados Unidos em Alcântara, no Maranhão, onde nenhuma autoridade brasileira poderia entrar sem autorização expressa do governo norte-americano. Seria uma nova Guantânamo, que os cubanos tentam expurgar do seu território há 113 anos.
FHC, que desenvolveu uma tese segundo a qual paises subdesenvolvidos, como o Brasil, precisariam atrelar-se a uma grande nação, como os Estados Unidos, para desenvolver-se, quando Presidente promoveu uma devastação no patrimônio nacional, privatizando varias estatais, entre elas a Vale do Rio Doce, um verdadeiro crime de lesa-pátria que deveria ser punido, no mínimo, com prisão. E só não conseguiu privatizar também a Petrobrás porque seu mandato expirou, mas ainda chegou a quebrar o monopólio do Petróleo e fatiar a empresa, ensaiando mudar o seu nome para Petrobrax a fim de facilitar a sua venda. Lula, ao assumir a Presidência, acabou com a festa de FHC, mas o governo interino de Temer decidiu desenterrar todos os projetos entreguistas do ex-presidente tucano para coloca-los em prática. O primeiro passo já foi dado com a venda, na surdina, do campo de Carcará, no pré-sal de Santos. E o “Globo”, reconhecido entreguista, já deu seu apoio.
O jornal dos Marinho, que propõe ao Brasil entregar tudo aos estrangeiros, defendeu, em editorial, a venda de todas as subsidiárias da Petrobrás, a começar pela BR Distribuidora, como um importante passo para a privatização da empresa. Com o título de “Privatizações precisam ir além da BR”, o editorial do “Globo” diz que “inexiste qualquer razão estratégica pela qual o Estado deva controlar uma distribuidora de combustíveis, tampouco as outras subsidiárias da Petrobras”. E por acaso existe alguma outra razão para que não deva controlá-las? O jornalão carioca também defende a venda da Transpetro, que controla navios, terminais e dutos. “Sua venda – diz o jornal – também não colocará a pátria em risco, tampouco se o controle de todas as demais subsidiárias for vendido”. E acrescenta, para justificar as privatizações: ”Depois das histórias relatadas na LavaJato, nenhum grupo privado tem grande interesse em ser sócio minoritário da estatal, pois o risco é grande de pagar parte da conta de erros cometidos pela União na empresa”. Que erros da União? Quem cometeu erros foram os diretores que desviaram recursos da empresa e que já foram identificados e presos. Esse argumento dos Marinho, de que a Petrobrás está falida para justificar a sua venda, é falso.
Eles, os Marinho, aplaudiram a venda do campo de Carcará, negocio realizado sem licitação e com a cumplicidade do silencio da mídia, justificando a transação com “a necessidade de sobrevivência da Petrobrás”. Desde quando eles se preocupam com a sobrevivência da nossa mais importante estatal? Se aprovam a sua privatização é porque não se importam com a sua situação, pois o que desejam mesmo é que ela seja entregue ao capital estrangeiro. Além disso, ao contrário do que alardeiam aos quatro ventos para justificar a sua privatização, a Petrobrás está muito bem, recuperando-se do assalto de que foi vítima. Para entreguistas, porém, o que importa é descartar nossas riquezas naturais. Mas por que? Por que os tucanos e os Marinho se empenham tanto na privatização de nossas estatais? O que eles ganham com isso? Será que José Serra acredita que poderá concorrer a algum cargo nos Estados Unidos? Impressiona a obsessão deles pela venda de nossas empresas.
O pior, porém, ainda está a caminho. A dupla Temer-Serra está desencavando o projeto de Fernando Henrique de entregar aos Estados Unidos a base espacial de Alcântara, no Maranhão, que, se concretizado, pode se transformar numa nova Guantânamo. No final do seu governo FHC tentou arrendar a base militar de Alcântara para o governo norte-americano, cujo contrato era humilhante para o nosso país. De acordo com algumas cláusulas, nenhuma autoridade brasileira poderia entrar em Alcântara sem autorização expressa do Tio Sam, ou seja, os brasileiros seriam obrigados a pedir licença para entrar em sua própria casa. Outra cláusula determinava que nenhum contêiner que saísse de Alcântara poderia ser examinado pelas autoridades brasileiras. E o mais absurdo: o dinheiro pago pelo arrendamento só poderia ser aplicado onde os americanos indicassem. Assim mesmo FHC queria entregar a base, localizada na linha do Equador e, portanto, em lugar privilegiado para o lançamento de foguetes, criando um enclave americano no Brasil.
O contrato de arrendamento, no entanto, precisava da aprovação do Congresso Nacional para ter validade e foi aí que, graças à oportuna intervenção do deputado Waldir Pires, do PT baiano, o projeto entreguista de FHC morreu: como relator na Comissão de Relações Exteriores da Câmara o parlamentar segurou o contrato até a posse de Lula na Presidência da República. E o novo Presidente pôs fim ao sonho tucano de ter um território norte-americano dentro do Brasil. Com o apoio já declarado do “Globo”, manifestado em editorial, o presidente interino Michel Temer, com incentivo do chanceler Serra, quer agora materializar o arrendamento. Ao contrário de FHC, no entanto, que não encontrou nenhuma resistência na então governadora do Maranhão, Roseana Sarney, Temer vai ter de enfrentar o governador atual, Flavio Dino, que jamais aceitará sem briga a instalação de uma nova Guantânamo no seu Estado.
Diante dessa ameaça, que poderá se concretizar se Temer for efetivado no Planalto, existem pelo menos três alternativas para impedir mais esse golpe em nosso país: derrubar no Senado o impeachment da presidenta Dilma Roussef; o povo sair às ruas em todo o território nacional para barrar a aprovação desse arrendamento; ou, em última análise, as Forças Armadas reagirem a mais essa ameaça à nossa soberania. Se, porém, nada disso for feito, se os militares nacionalistas não esboçarem nenhuma reação, então será melhor anexar logo o Brasil aos Estados Unidos, porque a partir daí não será mais necessário privatizar nada, já que tudo que existe aqui será dos norte-americanos. E FHC, Serra e Temer poderão até ganhar estátuas como os heróis que conseguiram ampliar o território dos Estados Unidos sem disparar um único tiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
12