sábado, 30 de julho de 2016

Um pesadelo, por Gustavo Gollo

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Neste momento 12 pessoas estão presas em um campo de concentração em Mato Grosso, incomunicáveis, sem direito a advogado, ou qualquer amparo legal. O responsável pelo sequestro é o governo brasileiro. Os presos são suspeitos de terrorismo. Segundo a ABIN, suspeitos de terrorismo usam roupas estranhas e mochilas, e devem ser denunciados pela população. Suspeitos de terrorismo perdem sua condição de cidadania, perdem seus direitos legais. Embora essa condição seja flagrantemente contrária à constituição federal, está sendo autorizada pela lei antiterror, uma lei inconstitucional.
O caso das prisões de supostos terroristas, além da inconstitucionalidade flagrante, causa estranheza por pelo menos duas constatações: nunca houve no Brasil nada parecido com homens-bomba; ataques suicidas não parecem fazer o estilo brasileiro. Como reunir 12 suicidas brasileiros? Outra estranheza decorre do fato inédito de supostos terroristas terem se entregado à polícia após a divulgação de seus nomes como suspeitos, nunca se viu terroristas suicidas se apresentando à polícia.

A lei antiterror utilizada para justificar essa atrocidade assemelha-se amargamente ao “USA PATRIOT Act”, acrônimo de "Uniting and Strengthening America by Providing Appropriate Tools Required to Intercept and Obstruct Terrorism Act”, lei americana de 2001, que em português pode ser traduzida como Ato de Unão e Fortalecimento da América por Providenciar Ferramentas Apropriadas e Necessárias para Interceptar e Obstruir o Terrorismo.

Entre outras medidas, essa legislação permite vigiar suspeitos de envolvimento com grupos terroristas, investigar documentos privados de instituições e pessoas, prisão de suspeitos sem culpa estabelecida e interrogatórios intensivos e permite que os órgãos de segurança e de inteligência dos EUA interceptem ligações telefônicas e e-mails de organizações e pessoas supostamente envolvidas com o terrorismo sem autorização da Justiça. Permite, por exemplo, monitorar conversas entre advogado e cliente em prisões federais, e mesmo negar advogados a presos.

A lei exótica incrustada na legislação brasileira estabelece abusos legais análogos a esses, aprovados nos EUA sob a comoção do ataque às torres gêmeas em 2001, e sem nenhuma ameaça que justifique sua implantação aqui. Ao que parece fomos compelidos a estender uma lei americana absurda ao nosso território. Trata-se do início da implementação de um estado policial ditatorial de vigilância integral dos indivíduos. Atente: essa lei permite que um cidadão considerado suspeito seja detido, isolado de contatos externos, privado de advogado e de amparo legal. Suponha por exemplo que um hacker, a mando de um inimigo seu, invada seu computador, plante nele alguma informação comprometedora e divulgue mensagens de apoio ao ISIS. Oh, preso em isolamento, sem advogado, e com tantas provas…

Um fato

Bancos centrais da Alemanha, do Japão e de vários outros países têm oferecido investimentos com juros negativos. Parece ser como rasgar dinheiro: por que algum maluco faria um investimento para receber, depois de ter seu dinheiro imobilizado por certo tempo, um valor menor que o aplicado originalmente?? Ironicamente, alguns sites dão umas respostas disparatadas, confiram se têm algum sentido. Fica sempre a pergunta: por que aplicar em um investimento que renderá menos que o “depósito no próprio colchão”? A resposta é inusitada, mas simples: porque o dólar chegou a uma situação insustentável. O FED, a reserva federal americana, que mentirosamente, ao contrário do indicado no nome, não é um órgão federal, mas privado, tem imprimido uma quantidade de dólares exorbitante, praticamente a esmo; muitos trilhões, talvez quatrilhões de dólares sem lastro. Existe mais dólar nominal circulando hoje que o valor de todas as coisas existentes. Dólares correspondem hoje apenas a números em uma conta, números vazios, nada mais.

Essa constatação impõe um paradoxo aos investidores que, sabendo da derrocada iminente do dólar, percebem que os “valores” em suas contas deixarão de existir, não passam de sonhos. Em vista dessa constatação, aplicam seu dinheiro no banco central de seus países na expectativa de que instituições tão sólidas como o governo da Alemanha, ou do Japão, honrem, no futuro, seus compromissos financeiros, salvando, desse modo, parte de seu dinheiro. Ou seja, a justificativa para as paradoxais ofertas de investimentos baseadas em juros negativos pressupõe a derrocada iminente do dólar. O investimento paradoxal revela a crença dos capitalistas internacionais na iminência de tal catástrofe, já prevista há anos.

É impossível prever todos os desdobramentos do desmoronamento do dólar, sabe-se, no entanto, que a catástrofe financeira demolirá as finanças de todo o ocidente gerando um efeito dominó que destruirá uma parcela considerável dos valores financeiros hoje existentes, quero dizer, muitos trilhões de dólares deixarão de existir do dia para a noite, fato que se desdobrará causando a destruição de inúmeras instituições hoje, aparentemente, sólidas e pujantes. O efeito cascata destruirá uma parte considerável de nosso mundo, terá um enorme efeito em nossas vidas, trata-se de fenômeno imprevisível em seus detalhes, mas cujas dimensões gigantescas podem ser nebulosamente imaginadas.

Dois resultados previsíveis são os seguintes: o dólar deixará de ser a moeda de reserva internacional, o que corresponderá a uma imensa perda de receita para os EUA, será a morte de sua galinha dos ovos de ouro. A consequência mais significativa do esboroamento do dólar, no entanto, será a perda do domínio econômico mundial. Os donos do mundo perderão o controle do jogo. Novas regras e novos juízes serão impostos em substituição aos atuais. Cada nova regra virá para construir um mundo novo, baseado em novos valores, destruindo, passo a passo o mundo que conhecemos, e que caminha em breve para a ruína. O eixo de poder se deslocará radicalmente, centrando-se na China.

A ruína do dólar, consistirá ao mesmo tempo na queda do ocidente, do capitalismo atual, de nossos valores, de nosso mundo. Será uma revolução radical em todos os níveis, da qual emergirão novos valores, bem diferentes dos atuais.

Os atuais donos do mundo percebem a iminência desses acontecimentos, sabem que uma crise sem precedentes se assoma. Sabem que suas mentiras virão à tona, que a imagem que fazemos do mundo ruirá. Haverá ira e insegurança. Os sistemas de seguros e pensões que nortearam toda a vida de bilhões de trabalhadores obrigando-os à labuta diária para conseguir uma velhice tranquila será um dos principais alvos da gula capitalista. Os EUA serão varridos por uma revolta brutal, pela incompreensão das massas empobrecidas que descobrirão ter vivido suas vidas inteiras imersas em mentiras, guiadas por elas. Furiosos, os americanos exigirão tudo o que lhes prometeram, exigirão o sonho americano de volta, a enorme mentira estilhaçada pela crise brutal, pela crise derradeira de um sistema em seus estertores.

A revolta ecoará pelo mundo inteiro, estados policiais precisarão conter as massas empobrecidas, em vários locais, famintas. Revoltas alimentarão revoltas. Impossível prever os resultados de tão dramáticas convulsões.

Estratégias maquiavélicas em ação

Algumas estratégias vêm sendo implementadas em antecipação a tudo isso, das quais a mais óbvia e brutal consiste num ataque radical à China, na eliminação do inimigo desde a raiz. O interesse dos americanos em insuflar desavenças no Mar da China cavando um pretexto legal para um ataque à China mostra que tal possibilidade encontra-se já engatilhada, restando, por exemplo, apenas atiçar algum navio vietnamita a desconsiderar as pretensões chineses de soberania no Mar da China, permitindo aos EUA representar o papel de justiceiro defendendo o amiguinho improvável, respaldando-o em um confronto com a China.

Alegando abusos dos chineses, e confiantes no domínio dos meios de comunicação na maior parte do mundo, os americanos tentariam isolar os chineses na querela, para, apoiados por boa parte da opinião pública mundial, aniquilar a China com um ataque nuclear avassalador, total, tentando varrê-la do mapa. Sabe-se que haveria retaliações. Sempre é possível conjecturar que o foguete chinês visto essa semana penetrando os céus dos EUA, por exemplo, tenha sido uma demonstração de tal poder.

Creio que as populações do mundo inteiro devam ter essa possibilidade muito clara em suas mentes para, em tal situação, posicionar-se enfaticamente contra a guerra, evitando o apoio a tal insanidade e isolando quem tente impor essa solução apocalíptica. Creio ser essa, hoje, uma das grandes decisões que devemos tomar: o repúdio a essa guerra insana.


O pesadelo

Além da guerra mundial em fermentação, planeja-se a disseminação de estados policiais com o intuito de controlar as populações empobrecidas e revoltosas.

A situação brasileira atual é imensamente preocupante. Após alguns anos conseguindo um desenvolvimento sem precedentes, fomos envolvidos em querelas internas que nos estão jogando no fundo do poço. Temo que, após as olimpíadas, as mesmas forças que nos jogaram nessa situação nos impinjam algo ainda pior que os ratos que nesse momento ocupam o poder guiados por ânsia irrefreada de se locupletar.

Temo, após as olimpíadas, um golpe de extrema direita com vieses claramente fascistas, que jogarão o país em um período tenebroso no qual “suspeitas” justificarão censura, prisões orwellianas e torturas. Constituirá cabresto e arreios que submeterão a população e prepararão o país para a adesão a uma guerra mundial apocalíptica.

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