quarta-feira, 28 de março de 2018

Fascistas não precisam de votos, por Rogerio Maestri


Fascistas não precisam de votos, por Rogerio Maestri

As pessoas ficam achando que movimentos de programa de ação como os fascistas italianos ou os nazistas alemães por terem poucos votos nas pesquisas eleitorais não tem a mínima chance nas eleições, entretanto a história não é bem assim.

Os fascistas italianos nas eleições de 1921 concorreram com o nome Fasci italiani di combattimento, e com esta denominação chegaram a obter a irrisória votação de 0,45% dos votos ficando em 15° lugar, ou seja, receberam de 11.477.210 de eleitores a insignificante votação de 29.549, o que significou dois representantes no parlamento italiano, como eles concorreram junto com outros direitistas pelo Blocchi Nazionali que obteve uma votação de 1.260.007, correspondendo 19,07% dos votos e 105 representantes a extrema direita italiana obteve 107 representantes.

Mesmo representando menos de 20% da votação de 1921 em 23 de setembro de 1922 com a Marcha sobre Roma os fascistas assustam a direita mais conservadora e o Rei Victor Emanuel III nomeia Benito Mussolini primeiro ministro italiano. Após isto, Mussolini muda a legislação eleitoral, bane os partidos de esquerda e assassina o deputado Giacomo Matteotti, um deputado socialista moderado e antifascista, e com tudo isto, concorrendo somente contra dois partidos aí Mussolinoi atinge a maioria no parlamento, que posteriormente fica por lei somente um partido.

Os Nazistas alemães têm uma trajetória mais interessante, nas eleições em 14 Setembro de 1930, os nazistas atingem 18,25% dos votos, em 31 Júlio de 1932 eles atingem o seu máximo, ou seja 37,27% dos votos e no mesmo ano em 6 de novembro eles caem para 33,09%, ou seja, 1/3 dos votantes. Em 30 de janeiro de 1933, apesar de estar em minoria no parlamento, o general Hindenburg que era presidente da Alemanha chama Hitler para assumir o cargo de primeiro ministro. Depois de Hitler assumir o poder, são convocadas novas eleições logo após um incêndio no parlamento alemão que é atribuído a um anarquista holandês Hitler consegue 43,91% dos votos e somente em novembro de 1933 quando só concorria um partido que era o nazista e mais convidados não filiados ao partido Nazi mas simpatizantes Hitler obtém 92,11% dos votos não nulos e não brancos.

Em resumo, tanto Mussolini como Hitler em eleições livres não ultrapassaram 20% dos votos e 33%, respectivamente, para assumir o governo, ou seja, JAMAIS OS FASCISTAS TIVERAM ALGO PRÓXIMO A MAIORIA para assumir o governo, inclusive como mostram os resultados o partido Nazista estava perdendo eleitorado num ritmo de 1% em cada mês.

Logo aqueles que acham que como Lula tem um bom eleitorado no momento e que Bolsonaro está em segundo lugar, não fiquem tranquilos com isto, pois como se vê na HISTÓRIA, fascistas jamais precisaram fazer maioria para chegar ao governo.

A grande maioria que tanto os fascistas italianos como os nazistas utilizaram para assumir o governo foi a maioria da VIOLÊNCIA e INTIMIDAÇÃO, os primeiros com os desorganizados ‘squadristi’ e o segundo com as marciais Sturmabteilung (SA) ou traduzido Tropas de Assalto.

Apesar da história mostrar que as forças de direita se impõe pela intimidação e pela violência, muitos elementos progressistas sugerem que Lula adote uma política de se esconder para não sofrer atentados, quando qualquer um sabe que um atentado pode acontecer quando a pessoa está andando de automóvel (vide Marielle Franco).

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