sábado, 31 de março de 2018

O “culturalismo racista” como argamassa para a escalada proto-fascista das elites sulistas?

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Como advertência inicial, o autor do presente, que é nordestino e que não é nem sociólogo, nem historiador e nem antropólogo, enfatiza que o texto abaixo vem de reflexões pessoais advindas do convívio de quase década com a boa gente do Sul do Brasil. O texto não pretende ser uma tese sobre o assunto e está longe de ter suficiente amparo bibliográfico e acadêmico para ser levado a sério. Por isso vem a grande interrogação ao final do título do mesmo.

Ante os seríssimos episódios recentes de violência presenciados principalmente no Paraná, seja ao vivo seja no acompanhamento de notícias, o autor deste texto também pensa que seja crível que ou sociólogo, ou historiador ou antropólogo escreva algum livro sobre a panela de pressão reacionária, que já tem sérios elementos proto-fascistas, em que vêm se tornando alguns recantos do Sul do país, principalmente algumas cidadezinhas de colonização italiana no interior do Paraná e Santa Catarina.

Outra advertência: durante a leitura, pode-se achar que o presente texto pretende demonizar os descendentes dos imigrantes europeus do Sul. Longe disso. Até porque o autor do presente muito os admira, vive no meio deles, é casado com uma descendente de alemães, e destaca claramente que assim como há os habitantes das cidades e dos sítios, que vivem a sua vida pacificamente e com dignidade, há também, não se pode negar, uma elite branca racista também de descendência europeia, inimiga da diversidade e do pensamento livre, que muitas vezes domina politica e economicamente a região Sul e tenta ativamente influenciar muitos corações e mentes.

Dessa forma, não se pode generalizar. Mas todo cuidado é pouco: de fato há os habitantes do Sul que estão na região limítrofe do comportamento fascista; e estes são barulhentos, utilizam o grito, a rede social e sua influência na sociedade ou na política para insuflar a violência a partir das velhas ilusões exclusivistas presentes nas ideias fascistas. Essa gente acompanha o que se passa no resto do país via rádio, TV e computador, mas no fundo vivem em situações insulares, não só do ponto de vista geográfico, mas de isolamento em relação à multiculturalidade do mundo e particularmente do Brasil.

De qualquer forma, além das divagações pessoais, o presente texto também pretende refletir sobre o significado de “culturalismo racista” e tentará materializar ideias inspiradas a partir dos textos do sociólogo Jessé Souza, professor titular da UFABC e autor dos magníficos “A tolice da inteligência brasileira”, “A radiografia do golpe” e “A elite do atraso”.

Enfim, começando pela expressão “culturalismo”, como definida por Jessé Souza, ela se refere à teorização pseudocientífica dos denominados “estoques culturais” para explicar o comportamento diferencial dos indivíduos de uma determinada sociedade.

Uma das consequências da teorização “culturalista” é que ela pode levar a interpretações equivocadas tais quais as de que certas culturas são superiores a outras. E isso, inevitavelmente, leva à mesma problemática do racismo “científico” vivenciado nos tempos que antecederam à 2a Guerra Mundial.

Um dos principais efeitos excludentes do culturalismo é que ele pode garantir e legitimar a sensação de superioridade que uma nação ou grupo (que geralmente se vê na condição de dominante cultural, ou grupo de primeira classe) sente em relação a uma segunda nação ou grupo (que geralmente é visto, ou mesmo se vê, na condição de dominado cultural, ou grupo de segunda classe).

O exemplo mais clássico nesse sentido é como o grupo de nações europeias/nações norte-americanas (grupo 1) se vê diante dos habitantes do grupo de nações africanas/nações latino-americanas (grupo 2) em termos culturais. Não há dúvida de que, por diversos motivos, muitas pessoas pertencentes ao grupo 1 se acham culturalmente mais avançadas do que as pessoas pertencentes ao grupo 2, precisando se esforçar para não deixar que isso transpareça de forma muito evidente e portanto preconceituosa. E há também muitas pessoas do grupo 2 que acham que a cultura de seu grupo é inferior à cultura do grupo 1, o que produz o chamado “vira-latismo cultural” que tem como uma das consequências o entreguismo econômico que pensa que “o grupo 1 tem melhores condições de cuidar dos recursos naturais e econômicos do grupo 2, já que o grupo 1 é mais evoluído, mais capaz, mais trabalhador, mais inteligente, mais culto, etc”.

De qualquer forma, a educação ocidental de base predominantemente europeia leva ao perigoso senso comum de que tudo que tem base europeia deve ser culturalmente superior. O que pode levar a conclusões errôneas, mas aceitas por muitos como “verdades”. Por exemplo, a “verdade” de que franceses são superiores a brasileiros e portanto o que os franceses fazem, comem ou vestem deve ser instantaneamente copiado.

Internamente ao território brasileiro, esse culturalismo mistificador também pode levar à crença de que descendentes de imigrantes europeus que vivem no Brasil são superiores a mestiços, indígenas ou negros brasileiros. Ou de que as regiões onde há mais descendentes de europeus (Sul e Sudeste) são mais avançadas culturalmente do que as regiões colonizadas pelos “corruptos portugueses” que se “misturaram com negros e indígenas” (Nordeste, por exemplo). E essa é de fato uma crença mistificadora pois, seja no Sul ou no Sudeste, muitas das cidades e dos territórios foram igualmente colonizados pelos tais “corruptos portugueses” que também se “misturaram a índios e negros”. Como algumas cidades do Sul têm colonização exclusivamente italiana, alemã ou polonesa, os habitantes dessas cidades podem ter a ilusão de que todo o território do Sul é permeado somente por brancos descendentes de europeus. O que é um ledo engano, principalmente quando se trata das regiões mais próximas ao litoral. Há cidades como Londrina (PR), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) ou Florianópolis (SC) que têm um cosmopolitismo impressionante em termos de diversidade cultural e étnica, embora logicamente tenham uma quantidade menor de afrodescendentes que por exemplo uma Salvador (BA).

Principalmente nos ricões mais isolados do Sul, mas também em algumas comunidades cosmopolitas mais elitistas do Sul e do Sudeste (vide Jardins, São Paulo), não há como negar que certas pessoas se sentem “mais europeias que brasileiras” e não fazem nenhum esforço para esconder o quanto se acham superiores, emitindo as falácias de sempre como: “baiano é preguiçoso”, “nordestino não sabe votar”, “nós trabalhamos para pagar o bolsa-família de nordestino vagabundo” e por aí vai. Logicamente, essa não é a opinião de todos os moradores do Sudeste ou do Sul, mas elementos importantes das elites dessas duas regiões infelizmente reproduzem esse pensamento costumeiramente e usam a sua influência social para espalhar tal pensamento como verdade absoluta.

Há dois grandes fluxos de imigração europeia na região Sul ocorridos no século XIX. O primeiro deles levou à chegada de camponeses alemães fugidos da pobreza por volta de 1820-1830. A partir de 1870 começa um novo fluxo, dessa vez representado majoritariamente por italianos, portugueses e espanhóis, mas também por alemães e poloneses, entre outros. Fugiam igualmente das dificuldades econômicas impostas pelo despovoamento do campo devido à industrialização da Europa. Por um lado, os governos europeus estimularam esses fluxos migratórios como forma de controle social. Por outro lado, o governo de D. Pedro II, por incrível que pareça, tinha a meta de “embranquecer” e “europeizar” o povo brasileiro. A maior parte dos imigrantes recebeu terras no Rio Grande do Sul (as colônias), mas também em Santa Catarina, no Paraná e em São Paulo. Em São Paulo, especificamente, muitos italianos foram contratados para substituir a mão de obra dos ex-escravos negros na lavoura de café. Em relação ao imigrantes do Rio Grande do Sul, muitas das colônias se localizavam em áreas pedregosas ou muito íngremes. Devido a isso, ao longo de todo o século XX, os descendentes daqueles imigrantes começaram a procurar novas oportunidades em outros locais. O governo brasileiro, seguindo um projeto de povoação das áreas mais interioranas, começou a doar terras no oeste de Santa Catarina e Paraná, levando à fundação de cidades como Francisco Beltrão (PR) em 1952 e São Miguel do Oeste (SC) em 1954. Depois, terras de companhias inglesas começaram a ser adquiridas no oeste do Paraná, levando à criação de municípios de forte colonização gaúcha de origem italiana ou alemã. Foram os casos de Toledo, Marechal Cândido Rondon, Palotina e Maripá. A agricultura da soja e do milho em todos os municípios acima se tornou muito forte a partir dos anos 1980, incrementando o PIB dessas cidades, levando alguns agricultores a conhecerem pela primeira vez o significado da palavra riqueza. A partir daí, o fluxo migratório de gaúchos de origem europeia, visando a ampliação do agronegócio, se estendeu da região oeste do Paraná até o Mato Grosso e Rondônia.

Voltando à questão do culturalismo, e resumida a imigração europeia no Sul, pode-se questionar agora se há ou não um sentimento de superioridade por parte de alguns habitantes do Sul por se sentirem “europeus”. Talvez a primeira pergunta deva ser: os descendentes dos imigrantes italianos (ou alemães) se veem de fato como italianos (ou alemães)? Como observado de perto pelo autor deste texto, é bem possível que a resposta seja um sonoro sim. Alguns, principalmente os mais antigos, até falam entre si no dialeto vêneto e perguntam para os forasteiros se eles são da “raça” italiana ou portuguesa. Isso não é tão incomum de se ver. Os mais jovens falam somente português, torcem para a Seleção do Brasil, mas se percebem separados do resto do Brasil e se orgulham de ter um passaporte italiano ou de ter um sobrenome alemão. Mas o que leva o descendente de italiano a não se ver como um brasileiro e sim como um italiano? Uma pista vem do seguinte texto de Jessé Souza, em “A Elite do Atraso”:

"O culturalismo racista constrói uma fantasia da continuidade cultural [com outro país] que é falsa da cabeça aos pés. Ela se baseia em uma tese clássica do senso comum (…) que imagina que a transmissão cultural se dá de modo automático como o código genético. Nessa leitura de senso comum, imagina-se que alguém é, por exemplo, italiano apenas porque o avô era italiano. Depende. Se as condições sociais forem outras, ele não tem nada de italiano a não ser o código genético."
(“A Elite do Atraso”, Casa da Palavra/Leya 2017, p. 38)

A ilusão de se sentir importante “pois sou europeu” é alimentada por outra ilusão talvez ainda pior, que é a do “sou mais trabalhador”, que tem raízes na crueldade de como as elites brasileiras oitocentistas, após a abolição da escravatura, abandonaram os negros à própria sorte e elegeram os imigrantes europeus brancos como baluartes do trabalho. Como reflete Jessé Souza,

"se (...) em cidades como Salvador, Recife e Rio de Janeiro alguns negros, mas especialmente os mulatos, tinham acesso a funções do artesanato urbano, de atividades mecânicas e do pequeno comércio urbano, em São Paulo a situação era muito diferente. Lá a concorrência dos imigrantes, especialmente dos italianos, que não temiam a degradação moral do trabalho produtivo manual típico de todo regime escravista, foi devastadora para os libertos."
(idem, p. 75)

E complementa:

"Seja no campo seja na cidade, as novas chances da ordem competitiva se abrem para os segmentos mais capazes de arregimentar maior qualificação comparativa do trabalho, poupança e mobilidade espacial e ocupacional. Os imigrantes e os segmentos mais cultos ou semi-instruídos de origem nacional são os candidatos naturais a ocuparem os novos espaços."
(idem, p. 76)

Não há como fugir do fato de que a elite sulista é branca, geralmente descendente ou de italianos ou de alemães, tem sua grande captação de riqueza primária no agronegócio e portanto se vê como a elite mais importante do país por se sentir “a fonte do alimento”, “o verdadeiro trabalhador, em sua concepção mais nobre: o trabalhar da terra”, “a fonte primária de toda a economia do país”. Não é à toa que boa parte dos nomes mais influentes da principal bancada do Congresso Nacional, a bancada ruralista, tem sobrenome italiano e forte vínculo com a região Sul. Forte vínculo pois, muitas vezes há o deputado que está representando um Estado da Região Norte (como Rondônia) mas, como visto na história dos fluxos migratórios, é nascido no Rio Grande do Sul, criado no Paraná e estabelecido em algum arrabalde agrícola do Norte ou Centro-Oeste.

Há também os representantes dessa elite “europeia” desempenhando seus papeis em outros poderes, como no Judiciário, ou mesmo no Ministério Público. Basta ver os sobrenomes dos personagens mais destacados nacionalmente da Operação Lava Jato para verificar isso: Sergio Fernando Moro, nascido em Maringá, Paraná ou Deltan Martinazzo Dallagnol, nascido em Pato Branco, Paraná.

Nota-se que boa parte da elite sulista deixou-se levar de fato pelo mito da continuidade cultural: sendo descendentes de europeus então pensam que de fato são realmente europeus ou então uma espécie de embaixadores da Europa no Brasil. E como europeus, são portanto superiores ao resto do Brasil, trabalham mais, são mais organizados, mais empreendedores, mais cultos. Em particular, talvez a parte do “mais cultos” seja a maior ilusão de todas. Na verdade, a ignorância sobre a grande cultura que há no resto do país oblitera intelectualmente essa elite que se vê maior do que realmente é.

Muito possivelmente, quando chegou ao Brasil, o imigrante europeu não se percebia como contraponto cultural ao negro ou ao mestiço ou ao brasileiro em geral. No entanto, as elites brasileiras da época possivelmente alimentaram o orgulho dos descendentes dos imigrantes em um processo de humilhação principalmente do negro liberto, acirrando o racismo cultural. Uma pista vem de outro trecho do texto aqui trabalhado de Jessé Souza:

“(…) as elites que comandaram esse processo [o processo da escravidão] foram as mesmas que abandonaram os seres humilhados e sem autoestima e autoconfiança e os deixaram à própria sorte. Depois, como se não tivessem nada a ver com esse genocídio de classe, buscaram imigrantes com um passado e um ponto de partida muito diferente para contraporem o mérito de um e de outro, aprofundando ainda mais a humilhação e a injustiça.”
(idem, p. 84)

A radicalização da direita sulista e os fatos de extrema violência ocorridos durante a passagem da caravana de Lula no Sul, especialmente no Paraná, têm relação estreita com o que foi acima exposto. Principalmente no que tange à força de trabalho e à riqueza que vem disso: “minha força de trabalho está gerando impostos que são usados para quê? Para bolsa família de nordestino vagabundo?”. As políticas de inclusão dos governos do PT foram vistas inicialmente com desconfiança que depois se transformou em indignação e depois em raiva. Por exemplo, este autor presenciou em 2013 um debate sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) em uma cidadezinha rica do Sul cuja elite se vê como italiana. A grande preocupação era sobre a presença dos termos “indígenas”, “quilombolas”, “vulnerabilidade social” no texto do PNE. “Aqui se fala em quilombola mas não se fala dos italianos!”, alguém pontuou.

Além dessa análise culturalista, há também a reverberação do ódio incutido pelas elites históricas centrais do país em relação à esquerda e ao pensamento progressista. Assim, além de se ver como culturalmente superiores, muitos da elite sulista também se percebem como notadamente conservadores e portanto dignos de ouvir o discurso moldado pela imprensa conservadora, com os seus conteúdos empobrecidos de sempre. De experiência própria, o autor do presente conhece de perto muitas das grandes e pequenas cidades do Sul e especialmente as do Paraná. As mais ricas da Região Oeste do Estado, por exemplo, são aquelas cuja riqueza vem do campo, do agronegócio e da agroindústria. Nas cidades, o comércio é fortalecido pelo capital que se origina das atividades agrícolas. O agricultor da região tem por princípio ser conservador e religioso. Uma pequena cidade de 5 mil habitantes, cujos moradores são descendentes de alemães, pode ter até 20 diferentes igrejas cristãs de denominações diferentes. Portanto, a regra do homem do campo por estas bandas é de fato a tradição, a família, sua propriedade e Deus acima de tudo. Apesar de ter recebido os maiores incentivos em termos de maquinário e capital durante o governo Lula, o agricultor por aqui aprendeu com o Canal Rural, com os donos das Cooperativas Agroindustriais e com os representantes do Sindicato Patronal Rural, que Lula defende os índios e os trabalhadores do MST e portanto “está prestes a retirar as terras do pobre colono”. Esse discurso é repetido à exaustão e realimentado via whattsapp.

Nas pequenas cidades da zona rural onde o contato ocorre entre famílias que já se conhecem há muito tempo, em que não há tanta diversidade quanto a cidade grande, os rumores crescem como bolas de neve e quando a avalanche se forma ela toma proporções destrutivas. “É o Lula criminoso que vem em caravana? Como ousa?”. Na cidade grande, principalmente as capitais Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, o cosmopolitismo dilui o reacionarismo, embora, não se iluda, Curitiba seja de fato um caso a se avaliar com muita meticulosidade, pois sua elite “italiana” se concentra em bairros-fortaleza como o Batel ou Santa Felicidade, bairros que tentam em vão se igualar a Milão ou Florença. Voltando às cidades pequenas do Sul, ali, na dúvida, vota-se no candidato descendente de italiano que defenda o homem do campo, o porte de arma, a exclusão dos índios e que fale grosso contra esse “negócio de políticas de gênero e afins”. Em muitas cidades do interior do Paraná, por exemplo, serão encontrados diversos outdoors do Jair Messias, erguidos com muito orgulho e onde se lê: “esta cidade apoia Bolsonaro”. Do lado, se colocam os nomes de três ou quatro pessoas influentes da cidade e suas formações, Agrônomos em geral.

Esse é o quadro presenciado pelo autor. O acirramento dos ânimos vem do discurso perverso das elites locais, representadas principalmente pelos caciques do agronegócio que muitas vezes também coincidentemente são congressistas da bancada do boi. A maioria da população dos lugares envolvidos não sabe exatamente o que se passa, mas algumas vezes se deixa levar pelo discurso de ódio das elites citadas. Esses são fatos que qualquer um pode constatar. O que fica em aberto para uma melhor análise futura: há de fato o nascimento de um proto-fascismo na região Sul? Se sim, o culturalismo racista tem uma parcela de culpa no cartório? Quais os principais métodos de influência das elites sobre a população de pequenos e médios agricultores do Sul e sobre a população em geral? Como dito no início, são mais perguntas que respostas. De resto, este autor continuará a amar a região Sul, torcendo para que algumas maçãs podres não transformem o panorama local no alvorecer de uma nova Noite dos Cristais.

Um comentário:

  1. Tenho 29 motivos para separar o Sul do Brasil. Desafio alguém me apresentar um (apenas um) motivo para não separar o Sul.

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