terça-feira, 29 de setembro de 2020

Como o fundamentalismo impediu o Brasil de se tornar uma potência exportadora

Hoje em dia, o mercado da América Latina sofre com a invasão chinesa. Por conta da queda do preço do petróleo e do boicote comercial dos Estados Unidos, a Venezuela se tornou uma sombra do que representou no passado para as exportações brasileiras.

          Por Luis Nassif

Critica-se com razão a diplomacia de Bolsonaro, pela absoluta falta de pragmatismo, colocando a ideologia acima do interesse nacional. Em outros momentos da história, as disputas entre potências eram aproveitadas por estadistas para obter as melhores negociações para o país.

Foi assim com o Brasil no período germanófilo, montando tratados comerciais pragmáticos com a Alemanha e, depois, quando se alinhou com os Aliados, obtendo compensações comerciais e financeiras dos americanos.

Se tivesse que escolher um termômetro do atraso brasileiro, seria a ideologização da diplomacia comercial. Perder a oportunidade de tirar vantagens para o país devido ao sistema político do parceiro é de um primarismo definitivo. Esse primarismo está nítido nas discussões sobre o sistema 5G e nos ataques dos filhos de Bolsonaro aos chineses.

Mas é um sentimento muito mais amplo do que se pensa. Basta conferir a maneira como a diplomacia brasileira se beneficiou da simpatia ideológica de países da América do Sul e da África, e a forma como a imprensa manipulou os acordos, como se fossem benesses para os parceiros.

Confira no gráfico abaixo. Mostra as relações comerciais do Brasil com a Venezuela. No acumulado de 12 meses, em agosto de 2014 o Brasil exportou cerca de US$ 424 milhões para a Venezuela, registrando um superávit comercial de US$ 322 milhões.
Hoje em dia, o mercado da América Latina sofre com a invasão chinesa. Por conta da queda do preço do petróleo e do boicote comercial dos Estados Unidos, a Venezuela se tornou uma sombra do que representou no passado para as exportações brasileiras.

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