Publicado por Diario do Centro do Mundo
Sebastião Mello e Manuela d’Ávila
Publicado originalmente no Blog do autor:
Por Jeferson Miola
Às 19:34h deste sábado, 28/11, a menos de 12 horas do início da votação do 2º turno, a BAND noticiou resultados falsos de uma pesquisa inexistente sobre a disputa em Porto Alegre.
Na matéria, a BAND afirmou que “pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 28”, mostra Sebastião Melo com 54% das intenções de voto e Manuela com 46%.
A BAND informou também que “a pesquisa foi feita entre os dias 27 e 28 de novembro e ouviu 804 eleitores”, e que “o número de identificação na Justiça Eleitoral é RS-03118/2020”.
Os “erros” cometidos pela BAND, facilmente comprovados mediante consulta simples à página do TSE, são gravíssimos:
1] o instituto Datafolha não registrou no TSE, como obriga a Lei, e não realizou nenhuma pesquisa eleitoral em Porto Alegre em todo ano de 2020, conforme página do TSE. A BAND, portanto, noticiou a existência de uma suposta pesquisa que, na realidade, não existe;
2] o número de identificação – RS-03118/2020 – citado pela BAND como se fosse do registro da suposta pesquisa Datafolha corresponde, na verdade, à pesquisa registrada pelo IBOPE no TSE em 18/11/2020 e cuja divulgação ocorreu em 24/11/2020.
Aparentemente, não se tratam apenas de erros ou de inconsistências jornalísticas, mas sim da construção de notícia fraudulenta com nítidas intenções político-eleitorais.
A divulgação da pesquisa falsa pelo grupo de comunicação/BAND ocorre no momento em que todos levantamentos detectam virada eleitoral em Porto Alegre, com a perspectiva de vitória da candidata Manuela D’Ávila, da chapa PCdoB/PT.
Neste mesmo sábado, dia 28/11, foi divulgada pesquisa IBOPE – esta sim real e legalmente registrada – que mostra a virada eleitoral e a trajetória ascendente da Manuela com 51%.
Curiosamente, a BAND divulgou uma notícia inexistente com dados favoráveis ao candidato do Bolsonaro em Porto Alegre, Sebastião Melo, mas não noticiou a verdadeira pesquisa feita pelo IBOPE, que mostra Manuela na frente na véspera da eleição.
Não é mera coincidência, também, que a notícia farsesca construída pela BAND tenha sido estampada no facebook do candidato bolsonarista que, após repercussão negativa da farsa nas redes, apagou a postagem.
É lamentável que um grupo de comunicação atue como partido político e interfira na eleição com o objetivo de fraudar a soberania popular.
A justiça eleitoral tem o dever de punir urgentemente os responsáveis pelos graves crimes perpetrados.
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