Não se espante o caro leitor e a distinta leitora com as notícias que nos virão na semana que se inicia e na próxima.
Passadas as eleições, é hora da maldade e ela virá ainda que leve algum tempo para que sua feiura se revele sem véus.
Virá nos números de casos e de mortes pela Covid-19, virá pela retração da economia, da renda e do trabalho, virá pela triste situação de uma sociedade que passou a julgar normal e inevitável mais do que as injustiças com que sempre conviveu, passou a banalizar a própria morte em vão.
Virá e isso constrange o coração e a garganta, embora tenha toda a razão o amigo de Facebook, Ricardo Queiroz, de quem leio que não se tem tempo de chorar derrotas e que é preciso lamber as feridas e lutar, porque “a miséria avança, a fome está nas ruas, as pessoas estão morrendo por conta dos cortes nas políticas sociais e o aprofundamento da concentração de renda”.
A direita venceu, não se esqueçam, com a soma dos seus mais o bolsonarismo, mas é difícil dizer que tenha ganho porque, afinal, em geral manteve o poder, mesmo mudando de rosto e, até, usando alguns que se pretendem novos oligarcas nordestinos.
Ao contrário de 2016 e de 2018, as eleições que vieram logo após a interrupção do curso normal da politica, venceu com oposição e isso, embora seja pouco, é absolutamente diferente no quase nada do que foram as forças progressistas naquelas eleições, ao menos nos grandes centros.
E, mantendo o poder com este impróprio, ainda que político, referendo eleitoral, ficou de dona do pedaço, para o bem e para o mal.
Como bem não há à vista e as ameaças do mal formam pesadas nuvens diante de todos, o pedaço da história que a ela cabe é ruim, muito ruim.
À esquerda, pede-se apenas que tenha a sabedoria das árvores, que se vergam ao vento, suportam a chuva torrencial, resistem ao sol inclemente, mas estão no mesmo lugar e não tombam, se mantém suas raízes.
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