Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)
"Domingo Lula será eleito no primeiro turno com uma votação que variará entre 50,8% e 53%", prevê Carlos D'Incao
Por Carlos D'Incao
As análises da grande mídia fazem uma narrativa do “ninguém ganhou”. Na verdade, essas análises desses grandes conglomerados está repleta de analistas que pouco entendem de ciência política e sociologia. Quando surge um fato novo, jogam na preguiçosa análise da neutralidade e da simples descrição dos eventos.
A polarização entre dois candidatos é uma tendência histórica contínua e isso se deve à simples existência da luta de classes dentro de um sistema presidencialista. Em alguns países, como nos EUA, que criminalizaram a esquerda, é comum a existência de apenas 2 partidos.
Assim, chegamos à conclusão de que tínhamos ontem um debate, na verdade, entre dois candidatos: Lula e Bolsonaro.
Dito isto chegamos a outro ponto: o debate político, nos tempos atuais, só tem amplitude significativa de alcance no primeiro bloco. Os demais blocos só são vistos por aqueles que já possuem seu voto definido e tem interesse político efetivo.
Posto esses dois elementos vamos aos interesses em jogo: Lula quer a vitória no primeiro turno e Bolsonaro quer desesperadamente um segundo turno.
A primeira pergunta foi um presente para Lula que ceifou de Ciro boa parte de seu eleitorado. Ciro ficou visivelmente abatido. Não esperava por um Lula combativo e eloquente e se perdeu em uma retórica de números, estatísticas e micro-ataques mesquinhos que foram prontamente rebatidos.
O segundo momento foi o de Bolsonaro com o seu padrefake. A ação foi odiosa e agradou apenas aos seus próprios eleitores. Os ataques descomedidos não são (há décadas) considerados como atitude de estadista, de líder, mas de postulante e, no caso de Bolsonaro uma atitude de moleque desequilibrado.
Os direitos de resposta enfatizaram esse elemento e Lula ganhou parcela dos indecisos e avançou sobre os votos úteis.
Depois disso, entrou em cena os coadjuvantes que em nada acrescem em um momento da eleição que, de fato, reflete o espírito beligerante que está na realidade eleitoral e do próprio povo.
Os demais blocos pouco ou nada mais acresceram. Caso acrescessem, ainda assim Lula se defendeu e contra-atacou bem, Bolsonaro mentiu sobre temas que até o seu eleitorado admite, abusou de sorrisos sarcásticos e estranhamente assumiu uma postura de uma criatura magra, porém flácida… dando ao mesmo a incomoda impressão de ser invertebrado…
Ciro apagou e o padrefake apanhou de Soraya. Tebet continuou como uma boa oradora com pouco conteúdo e o candidato do NOVO ainda apanhou de Lula.
Mas o que interessava já havia passado: Lula ceifou votos de Ciro e dos indecisos. A odiosa performance da dupla Bolsonaro e do pseudo padre pode ainda aumentar a ideia dos eleitores de Tebet de que é uma boa ideia migrar para o mundo do voto útil.
Domingo Lula será eleito no primeiro turno com uma votação que variará entre 50,8% e 53%. A militância deve se mobilizar contra os pequenos boicotes da burguesia, como a não gratuidade do transporte para o povo pobre e continuar nas redes batendo e rebatendo Bolsonaro e todos os seus candidatos ”escadinha”.
Depois desse debate, em menos de 72 horas Bolsonaro sairá de nossas vidas. Lula venceu.
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