Nonato Menezes
A Associação de Assistência aos Servidores da Fundação Educacional do Distrito Federal – ASEFE. foi aquela instituição que por algumas décadas se propunha a viabilizar assistência aos servidores públicos da educação em áreas básicas como lazer, financeira, médico-odontológica, entre outras, de maneira direta ou em forma de convênios.
Hoje, além das boas e más lembranças, deparamos com notas como esta: ASEFE pode se referir à Associação de Assistência aos Trabalhadores em Educação do DF (um nome que aparece em processos legais) ou à Associação dos Servidores Estaduais e Federais (encontrada em um registro de OSCs). Também pode ser um nome de usuário em redes sociais, como a conta @asefeon no Instagram, que posta sobre o processo de associação e recadastramento em uma entidade. Ou em texto como este, publicado no site da CUT-DF, um apelo tardiamente à preservação do patrimônio que restou da poderosa ASEFE.
Este é um tema, entre outros, que deveria ser alvo de debates, não só entre os servidores do setor de educação, mas da sociedade do Distrito Federal, tal a importância que teve a ASEFE para o bem-estar de milhares de pessoas, assim como para o comércio e para a geração de empregos. Importância que não foi levada em conta por instituições que dizem defender os direitos e as necessidades dos trabalhadores.
Instituições de representação e defesa dos trabalhadores como o SINPRO-DF, SAE-DF, CUT-DF e até mesmo a CNTE sediadas em Brasília, não deveriam ter deixado a ASEFE sucumbir, não pela instituição em si, mas pelo que ela representava e por quem trabalhava. O PT, por exemplo, poderia ter visto a ASEFE como um bom motivo para engajamento social e de intervenções políticas responsáveis que poderiam ter evitado sua ruína. Acontece que os partidos progressistas, notadamente no Distrito Federal, já não conseguem mais respirar fora da caixinha eleitoral. Tudo, portanto, que está à frente ou ao lado não tem importância.
Mas a ruína da ASEFE, seguida da necessidade da Cooperativa de Crédito dos Trabalhadores em Educação do DF – Cred-ensino ter que ser incorporada por outra cooperativa por falta de apoio das referidas instituições, é parte da falta de visão estratégica delas, em particular, e dos setores progressistas do Distrito Federal, que somada ao provincianismo das “lideranças” políticas e sindicais da cidade deu motivos ao fortalecimento inegável das forças reacionárias.
Ter evitado o fim da ASEFE poderia ter sido com ação política efetiva, mesmo admitindo que as críticas às seguidas gestões dela sejam justas e necessárias. Mas, jamais houve manifestação séria por sua sobrevivência. Como nada foi feito para garantir parte do bem-estar dos servidores, restou àquelas instituições acompanharem um processo em que todos perderam. Ou, se houve um ganhador, esse foi o SINPRO-DF, que herdou parte dos serviços assistenciais como convênios que por exemplo, hoje executados num flagrante desvio de finalidade.
Diferenças à parte, não tem como negar as semelhanças que existem entre o que levou a ASEFE à ruína e o processo vivenciado hoje pelo SINPRO-DF. O que nos remete ao ponto em que chegou o SAE, por exemplo, hoje completamente desprovido de importância, menos aos diretores e diretoras que só sairão de lá quando a aposentadoria chegar.
No soprar dos ventos, é só esperar o desfecho do rodopiar das folhas na sombra do que outrora foi o nosso sindicato. Com ruídos fortes que já despertaram interesses da direita predadora.

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