(Hoje em Dia) - A Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos, anunciou, há alguns dias, a assinatura de joint venture com a Poste
Italiane, os correios estatais da Itália, para explorar – entre outros serviços
correlatos - o mercado brasileiro de
telefonia celular virtual.
Conhecendo-se a tradicional benevolência do Ministro Paulo
Bernardo com as multinacionais de telecomunicações, em casos como a proteção do
mercado de tv a cabo; flexibilização de regras e obrigações; e vultosos
empréstimos públicos a juros subsidiados para o financiamento de sua expansão
no país, enquanto elas remetem bilhões de dólares em lucro para o exterior,
cabe perguntar:
Com que critérios foi feita a escolha da Poste Italiane ?
Por que estrangeiros foram escolhidos para ficar com 51% das
ações, e foi dado à Poste Italiane, e não à ECT o controle do negócio, se a
empresa vai operar no Brasil ?
Já que a Poste Italiane pertence ao governo italiano e 100%
de suas ações são estatais – se fosse privada seria muito pior – por que fechar
essa parceria necessariamente com ela, e não com uma estatal de outro país,
como a Deutsche Post, da Alemanha – a maior do mundo, dona da DHL - ou a China
Post, por exemplo ?
Para a ECT entrar nesse mercado, ela estava necessariamente obrigada a se associar a uma
empresa estrangeira ?
Ou não poderia simplesmente – caso fosse imprescindível -
ter contratado serviços alheios para a montagem de seu sistema, sem
necessariamente abrir mais um pedaço de nosso mercado a uma empresa de fora que
vai acabar enviando seus lucros para o exterior ?
Os correios, com um faturamento de mais de 10 bilhões de
reais por ano, não teriam os recursos – cerca de 150 milhões de reais iniciais
- para entrar sozinhos no negócio, sem precisar se associar aos italianos ?
E, por último, se estamos – finalmente – perdendo o prurido
de trabalhar com empresas estatais de outros países, controladas por governos
estrangeiros, por que não fazer o mesmo com uma estatal brasileira, que é do
ramo, como a Telebras ?
Fazendo a joint venture com os italianos, o governo não
estaria jogando pela janela - queimando mesmo e esperamos que de forma não
proposital - uma oportunidade única para relançar comercialmente a Telebras ?
Colocando-a para competir, mesmo que marginalmente, com as multinacionais
que estão controlando o mercado nacional de telecomunicações, e que nos brindam
com péssimos serviços – das mais baixas velocidades de conexão de internet do
planeta – combinados a algumas das mais altas tarifas do mundo ?
Alguém duvida do imediato sucesso de qualquer produto
associando duas marcas históricas, emblemáticas, do ponto de vista da
credibilidade e confiabilidade, como a ECT e a Telebras, em qualquer ponto do
território nacional ?
Por que não aumentar o capital, incluindo a Telebras ?
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