Documento assinado por nomes de
peso da intelectualidade brasileira, como Fabio Konder Comparato, Marilena
Chauí, Cândido Mendes, Celso Amorim, João Pedro Stédile, Leonardo Boff, Luiz
Pinguelli Rosa e Maria da Conceição Tavares, entre vários outros, denuncia a
tentativa de destruição da Petrobras e de seus fornecedores; "Com efeito,
há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de
petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas", diz o texto;
"Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico,
tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas,
responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez
mais a uma condição subalterna e colonial"; documento propõe pacto pela
democracia
20 DE FEVEREIRO DE 2015 ÀS 19:35 / http://www.brasil247.com/
247 - Um manifesto em defesa da
democracia e da Petrobras foi divulgado nesta sexta-feira por alguns dos
principais intelectuais brasileiros. O texto denuncia a tentativa de destruição
da Petrobras, de seus fornecedores e de tentativa de mudança do modelo que rege
a exploração de petróleo no Brasil. Leia, abaixo, texto do jornalista Luis
Nassif e, também, o manifesto dos intelectuais:
Por Luís Nassif, do http://jornalggn.com.br/
É hora de encarar os fatos: há
uma conspiração em marcha para desestabilizar o governo,
ainda que à custa da
desorganização da economia. Não dá mais para tapar o sol com a peneira. É uma
conjunção muito grande de fatores:
A cobertura enviesada da mídia em
cima de vazamentos seletivos da Operação Lava Jato. Conseguiram transformar até
a Swissleaks em operação Lava Jato.
O comportamento do Procurador
Geral da República Rodrigo Janot, tratando o crime de vazamento de informações
como se fosse uma ocorrência normal.
As declarações sincronizadas da
mídia, Joaquim Barbosa e Sérgio Moro, procurando manietar o já inerte Ministro
da Justiça.
A visita de procuradores ao
Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a pretexto de colaborar com as
investigações contra a Petrobras.
Finalmente, a decisão do
Ministério Público Federal, de agora há pouco, de dar o golpe final contra as
empreiteiras da Lava Jato, inviabilizando-as definitivamente.
Não tem lógica alegar estrito
cumprimento da lei para liquidar com as empresas. Nem o mais empedernido
burocrata ficaria insensível aos efeitos dessa quebra sobre a economia
brasileira, sobre empregos e sobre o crescimento.
Qualquer agente público
minimamente responsável trataria de apurar responsabilidades e punir duramente
as pessoas físicas responsáveis, evitando afetar as empresas, ainda mais
sabendo dos desdobramentos sobre a economia como um todo.
Só intenções políticas obscuras
para justificar essa marcha da insensatez.
PS - Alo, presidente Dilma
Rousseff. Esqueça essa preocupação sobre se as pessoas vão ou não duvidar da
sua honestidade. Ninguém duvida dela. Eles não estão atrás da sua reputação:
estão atrás do seu cargo. Acorde!
Abaixo, manifesto de
personalidades contra o jogo político em andamento.
Manifesto: O QUE ESTÁ EM JOGO
AGORA
A chamada Operação Lava Jato, a
partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político
que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.
Com efeito, há uma campanha para
esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e
produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o
pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão,
alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do
conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa
situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos
internacionais.
Está à vista de todos a
voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do
petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós,
esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e
em parlamentares com eles alinhados.
Debilitada a Petrobras, âncora do
nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas
empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos
qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial.
Por outro lado, esses mesmos
setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a
abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de
Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares
do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na
busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos,
antinacionais e antidemocráticos.
O Brasil viveu, em 1964, uma
experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de
arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas
da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de
interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o
nosso principal símbolo de soberania.
20 de fevereiro de 2015
Alberto Passos Guimarães Filho
Aldo Arantes
Ana Maria Costa
Ana Tereza Pereira
Cândido Mendes
Carlos Medeiros
Carlos Moura
Claudius Ceccon
Celso Amorim
Celso Pinto de Melo
D. Demetrio Valentini
Emir Sader
Ennio Candotti
Fabio Konder Comparato
Franklin Martins
Jether Ramalho
José Noronha
Ivone Gebara
João Pedro Stédile
José Jofilly
José Luiz Fiori
José Paulo Sepúlveda Pertence
Ladislau Dowbor
Leonardo Boff
Ligia Bahia
Lucia Ribeiro
Luiz Alberto Gomez de Souza
Luiz Pinguelli Rosa
Magali do Nascimento Cunha
Marcelo Timotheo da Costa
Marco Antonio Raupp
Maria Clara Bingemer
Maria da Conceição Tavares
Maria Helena Arrochelas
Maria José Sousa dos Santos
Marilena Chauí
Marilene Correa
Otavio Alves Velho
Paulo José
Reinaldo Guimarães
Ricardo Bielschowsky
Roberto Amaral
Samuel Pinheiro Guimarães
Sergio Mascarenhas
Sergio Rezende
Silvio Tendler
Sonia Fleury
Waldir Pires
Nenhum comentário:
Postar um comentário
12