Parte do plano de Zoneamento Ecológico-Econômico do
DF, instrumentos foram criados para guiar o desenvolvimento sustentável na
região
Gabriela Moll, da Agência Brasília - http://www.df.gov.br/
Nos próximos quatro anos, Brasília se prepara para
implementar o plano de desenvolvimento sustentável que abrange todos os riscos
ambientais e sociais que envolvem o território: o Zoneamento
Ecológico-Econômico (ZEE). Previsto na Lei Orgânica do Distrito Federal e ação
nacional em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, o documento indicará
como os investimentos e os novos empreendimentos de ocupação do solo devem ser
feitos com o menor impacto ambiental possível.
Em fase de elaboração, o objetivo é que o plano se
torne projeto de lei ao longo do segundo semestre e que as ações comecem a ser
implementadas em 2016. Para construir os dados, o grupo técnico formado pelos
governos federal e local e que envolve mais de 22 órgãos — entre secretarias de
Estado, ministérios, órgãos reguladores e autarquias — criou quatro mapas que
permitirão a análise de riscos ambientais e socioeconômicos no DF: contaminação
de solos, perdas de solos por erosão, perda de Cerrado nativo e perda de áreas
de recarga de aquíferos.
Prevenção de
danos
O material inédito levou cerca de oito meses para
ser consolidado e engloba itens como desenho de ambientes urbanos, acidentes
geográficos, estrutura do solo e infiltração de águas da chuva.
A subsecretária de Planejamento Ambiental e
Monitoramento, da Secretaria do Meio Ambiente, Maria Sílvia Rossi, define os
instrumentos como a base do Zoneamento Ecológico-Econômico no DF. “Os mapas
mostram o grau dos riscos envolvidos na tomada de decisões”, explica. Os
gráficos já são utilizados e permitem que órgãos competentes analisem políticas
públicas com previsão de gestão de impactos.
“É um conjunto que apresenta as vulnerabilidades
das áreas”, resume a subsecretária. Ela explica que, para construir as ações de
implementação, é necessário respeitar as particularidades sociais e ambientais
de cada local. “Precisamos saber onde podemos trabalhar com prevenção de danos
e onde temos que corrigir os estragos.”
Implementação
Dois planos da Secretaria de Agricultura,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural têm os mapas de risco do zoneamento como
fundamento para as análises técnicas. Um deles é o plano de manejo e
conservação de água e solo em áreas de produção rural.
“Usamos o mapa de risco de recarga de aquíferos,
por exemplo, para avaliar como os núcleos urbanos podem impactar o mínimo
possível nascentes e bacias”, explica o representante da pasta e integrante da
comissão técnica do zoneamento, José Lins. O outro plano traça possibilidades
de projetos na agricultura irrigada no DF. “Avaliamos as técnicas menos
agressivas para áreas específicas por meio dos instrumentos que mostram o risco
de erosão e de perda de Cerrado nativo”, esclarece Lins.
A ideia é que as políticas de todos os setores
envolvidos na elaboração do plano estejam alinhadas com o zoneamento. “O
material consolidou informações que nos ajudam em diversas áreas”, afirma o
representante da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento
Rural. “Definimos os melhores locais para implementar áreas industriais,
podemos recomendar o uso de menos poluentes e outras práticas que devem ser
adotadas com o menor impacto ao meio ambiente.”
Avaliação
rápida
A consulta facilita ainda a análise de técnicos
para desburocratizar os processos na área de licenciamento ambiental. “É uma
forma rápida e direta de avaliarmos as condições para podermos autorizar novas
construções”, explica o gerente de Licenciamento de Obras e Infraestrutura do
Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Leonardo Rodrigues. “No caso de uma
indústria química, por exemplo, sabemos que temos que a manter o mais longe
possível das áreas de recarga de aquíferos.”
Em maio deste ano, a Secretaria de Gestão do
Território e Habitação se baseou nas ferramentas do zoneamento para construir
as diretrizes urbanísticas do Setor Habitacional do Grande Colorado, em
Sobradinho. “Com os gráficos, foi possível identificar pontos importantes, como
áreas de risco erosivo e preservação ambiental”, analisa a subsecretária de
Unidades de Planejamento Territorial da Secretaria de Gestão do Território e
Habitação, Cláudia Varizo.
O material é utilizado pela pasta no início de
outros processos e serve como complemento ao Plano Diretor de Ordenamento
Territorial (Pdot), que define as regras básicas de uso e ocupação do solo no
DF. “Usamos a mesma metodologia dos gráficos para fundamentar as diretrizes nas
grandes regiões”, diz a subsecretária, que destaca a importância dos
instrumentos no diagnóstico de sensibilidades no DF, o que é uma vantagem em
relação aos mapas de base usados anteriormente.
Acesse os mapas:
- contaminação de solos
- perdas de solos por erosão
- perda de Cerrado nativo
- perda de áreas de recarga de aquíferos
- contaminação de solos
- perdas de solos por erosão
- perda de Cerrado nativo
- perda de áreas de recarga de aquíferos
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