Impeachment não é recall e por que a esquerda já venceu e o PT rejuvenescerá
por Francisco Luís, especial para o Viomundo // http://www.viomundo.com.br/
Os debates no Congresso mostram a derrota da direita.
Como não tem argumentos para discutir o impeachment — as “pedaladas já foram pagas” –, os golpistas transformam esse processo em recall.
Recall é quando a população quer tirar o governo e, para isso, se vale vale do mantra da crise e do desemprego.
Impeachment não é recall. Isto é o golpe dentro golpe.
Esse fato desnuda a fragilidade do golpe. A esquerda toma as ruas, se agiganta e manda recado que não será fácil implementar esta tragédia para o Brasil.
Ningém sabe se haverá ou não votos para o impeachment, mas sabemos que a margem será apertada.
Mas tão importante quanto os votos é o processo. Dois anos de bombardeios contra o PT e a esquerda, e, inacreditavelmente, estamos de pé, crescendo e ocupando espaços.
Meus olhos brilham de esperança pela quantidade de atos contra o golpe e da qualidade das músicas e a explosão cultural que vivemos…
De certa forma, estamos vivendo um novo 68.
A manipulação desesperada da direita de que com um possível aprovação do impeachment Dilma sairia na segunda é mentirosa. Visto que isto só ocorrerá nos meados de maio, e o final do julgamento será aproximadamente em novembro.
Portanto, se processo de impeachment seguir, a mobilização contra o golpe irá se intensificar, como foi mostrado na sexta-feira, com paralisação de avenidas, estradas e greves localizadas.
Ou seja, não haverá, como imaginam os golpistas, nenhum melhora imediata.
Isso jogará o Brasil no caos até o final do ano, com reflexos na eleições municipais. Além do mais, mais vários analistas já preveem uma década perdida.
A união da esquerda e a presença dos jovens nos atos contra o golpe mostram que o feitiço virou contra o feiticeiro: o PT rejuvenesce, pois se encontra com o seu passado ao ocupar as ruas. Volta finalmente ao lugar de onde nunca deveria ter saído.
Uma geração mais velha da esquerda se vê apoiada por uma nova geração que, da sua maneira, resolveu seguir a luta pela igualdade de fato e não apenas como uma mera garantia legal.
Este processo de luta está fazendo o que o PT deveria ter feito em todo os seus 13 anos de governo: politizando o povo. O PT volta a ser um partido educador; volta a repetir que a luta é verdeira formadora da consciência de classes.
Em caso de derrota na votação, os três pontos para fazermos oposição já estão claros:
1) Acordão Cunha, Temer, PSDB e setores da mídia para livrar o corruptos e acabar com a Lava Jato.
2) Destruição dos programas sociais e uma política recessiva ou de austeridade para destruir o movimento operário, com repressão violenta.
3) O verdadeiro golpe contra a a democracia, visto que denunciados de corrupção tomam o poder pela mão grande.
Se perdemos, se repudiará um governo de salvação nacional, pois não se faz pacto com golpistas que rasgam a Constituição e muito menos com traidores.
Se ganharmos, teremos um governo desenvolvimentista e de esquerda. Além de continuar, o processo, de tomada das ruas e politização, atuando para implementar uma pauta de esquerda, como a implantação do imposto de grande fortunas, sinalizando que os ricos paguem pela crise.
Os ares da ruas mostram o rejuvenescimento do PT e o fortalecimento da esquerda.
Esperamos não perder essa derradeira oportunidade.
Por isso, faço um apelo à presidenta e a Lula: a saída é a mobilização social e voltarmos a ser um governo de esquerda, pois, pelo menos, poderemos olhar para nós com um sorriso de dever cumprido.
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