terça-feira, 17 de maio de 2016

Os salteadores da República

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http://www.brasil247.com/ // LULA MIRANDA

Usurpar, pilhar, destruir e, por fim, repartir.

São essas as primeiras ações, os primeiros atos.

É assim, afinal de contas, que procedem todos aqueles que usurpam o poder – seja por intermédio de golpes ou de guerras sangrentas.

Foi assim que procederam, por exemplo, os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Os alemães também viam em Hitler uma solução para a crise. E, não se engane, estes, os nazistas, também diziam lutar em nome de supostos valores e de uma suposta justiça. Ou seja: achavam, e propagavam esse ideal, que lutavam por uma causa justa.

É assim que procede, também, o Estado Islâmico – que, a bem da verdade, não é nem "Estado" nem "Islâmico", diga-se, mas que assim se considera. E assim é considerado por alguns que pensam e agem como seus líderes e fanáticos seguidores, ao arrepio das leis e dos ditames basilares da civilidade.

É também assim, essencialmente, mas agora com o falso verniz de uma suposta civilidade e legalidade, que ora procedem os constrangidos e envergonhados, mas determinados, golpistas reunidos em torno do governo provisório (e precário) de Michel Temer.

Primeiro, usurparam o poder, que antes dividiam com a presidenta Dilma e seu partido (e demais aliados) - pois, todos sabemos, governavam numa coligação de partidos e ideologias, por vezes díspares (e até mesmo disparatadas).

Em seguida, após o golpe, puseram-se a pilhar e a destruir boa parte de tudo que até então havia sido erigido: "Mais Médicos", o SUS, o "Bolsa Família", o "Minha Casa, Minha Vida", as estatais, a política de valorização do salário mínimo, os direitos humanos etc.

Por último, repartiram o botim entre os salteadores. Destinando parte das verbas e cargos para políticos, correligionários, "cupinchas" e militantes de partidos que não participavam do governo (ao contrário, eram de oposição).

Estes, por sua vez, passam a governar, por intermédio de um atalho espúrio, sem a devida e necessária legitimação do voto.

Passam a governar sem o devido diploma ou mandato auferido pelo povo.

Assim como numa guerra e/ou invasão, o Estado brasileiro está sendo pilhado.

Assim como as novas terras foram conquistadas e saqueadas por salteadores, indivíduos finórios e maquiavélicos, homens que, de posse do poder (usurpado), revelam-se bestiais criminosos da pior espécie, assassinos, ladrões e estupradores, por aqui os salteadores da coisa pública são os mesmos ladrões, corruptos, homens sem nenhuma moral ou caráter.

Daí a vergonha e o constrangimento de suas principais, velhacas e tristes figuras.

Daí o indisfarçável vexame e despudor dos jornalistas que lhes emprestam apoio.

Lula Miranda

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