por : José Eduardo Mendonça // http://www.diariodocentrodomundo.com.br/
Facebook, um perigo para a imprensa
Falando no começo do mês em um almoço para executivos de marketing, a editora chefe do Guardian News and Media, Katharine Viner, ecoou uma preocupação crescente: a da ocupação do espaço da imprensa pelas mídias sociais, especialmente o Facebook, dizendo que seu futuro estava agora “nas mãos de poucos, que controlam o destino de muitos”.
Uma das consequências, disse ela, é que, mesmo não intencionalmente, anunciantes acabam apoiando conteúdo mais chamativo e viral que valioso ou verdadeiro. “O modelo de negócios da maioria das organizações digitais de notícias é baseado em cliques, e o mundo atual da publicidade digital não discrimina entre o que é verdadeiro ou não, apenas entre o que é grande ou pequeno”, afirmou ela à Press Gazette.
Viner diz que se cria uma luta esmagadora. “Para o jornalismo, é ditada por uma mudança constante e desconhecida de algoritmos de feed de notícias. Para os anunciantes, é uma luta com outros para pagar o espaço mais eficaz e fazer com que as pessoas comprem o que estão vendendo”.
A executiva, que também mencionou o Google como “desafio à saúde de nossa cultura”, disse que a relação com ambos era complicada, uma vez que as duas plataformas ajudam o Guardian a alcançar mais leitores. “Mas há limites para o que a escala traz em termos de dinheiro”, acrescentou.
Em março, o Guardian anunciou planos de corte de 250 empregos e um corte de 20% nos custos. Facebok e Google dominam a publicidade online, com 40% de toda a receita, de acordo com a eMarketer.
Mudanças anunciadas recentemente pelo Facebook na maneira como apresenta conteúdo a seus usuários podem ter implicações enormes para o tráfego de sites de notícias. A empresa disse que vai priorizar posts criados por amigos, e não os de publishers.
24 jornalistas são mortos na América Latina nos primeiros seis meses do ano
Vinte e quatro jornalistas foram assassinados ou morreram em circunstâncias não esclarecidas na América Latina nos primeiros seis meses de 2016. Oito das mortes ocorreram em junho.
Mais da metade das mortess aconteceram em dois países: México (9) e Guatemala (5). Outras ocorreram em Honduras (3), El Salvador (3), Brasil (2) e Venezuela (2). Culpados foram identificados em só cinco casos.
Dez dos 24 profisionais cobriam casos de corrupção, crime organizado e problemas com governos locais. Sabe-se que pelo menos quatro deles haviam sido ameaçados, informa o Journalism in the Americas, do Knight Center, da Universidade do Texas.
Twitter tenta superar estagnação, e segue derrapando
Sem alarme, o Twitter lançou na primeira semana de maio seu primeiro streaming de um evento, o torneio de tênis de Wimbledon. Não se sabe se isto poderá compensar o aumento muito baixo de usuários e a perda de confiança da plataforma no mercado.
Seis meses atrás, a companhia apresentava o Moments, seção diária com curadoria de suas notícias, mas o serviço não mostra sinais de vitalidade. Será necessário criar novas maneiras de fazer mais dinheiro da mesma base de usuários, cerca de 320 milhões por ano, com crescimento de apenas 3% ao ano.
Moments foi criado para tornar a rede social mais fácil de usar para aqueles que não passam o dia nela. A ideia era rejuvenescer a base, aplacar investidores e deter a perda de executivos, lembra o Digiday. E o produto é tocado por uma equipe editorial, e não por algoritmos, com acordos com Mashable, Entertainment Weekly, BuzzFeed, NASA, New York Times, Vogue e Washington Post.
Mas nos seis meses desde seu lançamento, anunciantes nem chegararam a demonstrar entusiasmo, entre outras razões porque o preço cobrando pelo patrocínio de seções era alto demais. Outra é que uma parte significativa da receita do Twitter está migrando para o Snapchat.
Há quem esteja otimista. “Sem levarmos em conta a publicidade paga, achamos que Moments é um passo importante para fazer do Twitter uma plataforma mais envolvente que usuários gostem mais de usar”, afirmou Orli LeWinter, vice-presidente sênior de estratégia social da 3601.
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