segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Fugindo da Globo, jornais miram investigados da Lava Jato no Bahamas Leaks

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Jornal GGN - Quando o GGN noticiava o império das contas offshores relacionadas ao Grupo Globo e à família Marinho em Bahamas e Panamá, na última sexta-feira (23), os jornais brasileiros que têm acesso aos 175 mil registros de empresas no paraíso fiscal do Caribe miravam outros alvos: entre todos os investigados da Operação Lava Jato, encontraram apenas 7 com contas nos Bahamas Leaks.
O blog de Fernando Rodrigues, do Uol, mobilizou 11 repórteres para varrer o mais novo gigante banco de dados de empresas registradas no paraíso fiscal para verificar quem têm as contas entre: todos os condenados na Lava Jato, todos os ministros de Estado, presidente e ex-presidentes da República, os 11 ministros do STF e os que se aposentaram nos últimos 15 anos, todos os ministros do TCU e os que se aposentaram nos últimos 15 anos, 513 deputados federais, 81 senadores e seus suplentes e diretores da Petrobras desde a fundação da estatal.

Nessa primeira parte da varredura, encontrou o nome de Léo Pinheiro, da OAS; envolvido com duas offshores no paraíso fiscal; a empreiteira Queiroz Galvão, que tem o registro de duas empresas em Bahamas e afirmou ao Blog que obedecem à legislação brasileira, estão ativas e destinam-se à realização de investimentos internacionais; a Odebrecht, que tem três contas no país; o dono da Engevix, José Antunes Sobrinho, que foi preso na 19º fase da Lava Jato, aparece como diretor de uma offshore que, segundo seu advogado, teve os recursos declarados à Receita.


Também surgem o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, relacionado às offshores Latin Holdings Investment Corporation e ASE Securities Limited, que ainda segundo sua assessoria foram declaradas à Justiça; e o lobista Guilherme Esteves de Jesus, que chegou a ser preso preventivamente na Lava Jato, e tem registradas duas offshores em Bahamas em seu nome, mas nega a existência delas.

Na última sexta (23), o GGN revelou que o Grupo Globo tem contas, além do Panamá, no paraíso fiscal de Bahamas. É a Globo Overseas LTD, que foi aberta em janeiro de 1999 e desligada em agosto de 2002, datas que coincidem com a criação da também holandesa Globo Overseas pelo grupo, para conseguir adquirir os direitos de transmissão da Copa do Mundo no Brasil de 2002.

Para o feito, o grupo televisivo adquiriu diversas contas offshores e empresas no exterior, para fugir dos impostos, gerando uma fraude fiscal que somava R$ 615 milhões à época, o que hoje representaria mais de R$ 1 bilhão.

No Bahamas Leaks, a Globo Overseas aparece relacionada ao escritório Icaza, Gonzalez, Ruiz & Aleman, o mesmo que nos Panamá Papers trouxe a conexão da Globo com a Mossack Fonseca. Esse escritório criou a panamenha Chibcha Investment Corporation, que traz os irmãos Marinho como sócios, e também criou a Blainville International Inc, controladora da famosa Agropecuária Veine, que aparece como uma das donas do helicóptero Augusta 109, que servia à família Marinho.

Além disso, dois integrantes da família que controla as Organizações Globo aparecem também em Bahamas Leaks. O próprio José Roberto Marinho, surgindo como presidente, vice-presidente, tesoureiro e secretário da empresa New World Real State, e Paulo Daudt Marinho, filho de José Roberto Marinho, que é registrado como dono da empresa offshore Canary Global LTD.

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