quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Os farsantes que definham a democracia brasileira

A elite brasileira verde e amarelo segue com seu discurso despolitizado de ódio à esquerda e aos 'perigosos comunistas'.

          Luciana Burlamaqui // www.cartamaior.com.br
Vivemos uma grande farsa no Brasil encenada por políticos, mídia, juízes, advogados e a sociedade civil de direita. 

A TV Globo finge que noticia de forma imparcial, mas não dá voz equilibrada a Dilma, Lula e o Partido dos Trabalhadores, além de diminuir o espaço e o tom quando a denúncia atinge o governo golpista e o PSDB. Muitos jornalistas da emissora agem como atores e atrizes a serviço de seus chefes para preservarem o gordo salário no final do mês. 

Juízes do Supremo Tribunal Federal dificultam qualquer investigação contra Aécio Neves e só se manifestaram contra Eduardo Cunha, depois do impeachment consumado no Congresso. 

A Constituição é aviltada pelo governo golpista na destituição, por duas vezes, do presidente da EBC Ricardo Melo, e no desrespeito ao poder legal de voto negado ao Conselho Curador da emissora, fulminando-o novamente com sua destituição. 


A perseguição movida pelo medo da conspiracão - o alimento da alma destes políticos – começou de forma espúria, contra o garçom do Planato José Catalão demitido sumariamente sem qualquer justa causa e seguiu implacável na destituição de vários nomes de peso em todas as áreas do executivo federal. 

José Serra, ministro golpista das relações exteriores finge que se preocupa com o Brasil e lança uma política internacional que revela seu preconceito contra os países mais vulneráveis e sua visão anti-América Latina, subjugada aos interesses do capital americano.

Os ministérios dos homens brilhantes, que Temer elogiou em entrevista a Sônia Bridi na TV Globo, logo após assumir interinamente, é de horrorizar qualquer ser humano lúcido neste país. Mas a farsa, dá voz a voz de Temer, pela emissora. Uma roda de farsantes que dá as mãos e finge que nada de errado está acontecendo. O áudio do ex-ministro e presidente do PMDB, Romero Jucá desenhando de forma cristalina o golpe contra a presidenta Dilma é abrandado pela emissora. Segundo os comentaristas da Globo News; Merval Pereira, Renata Lo Prete e a turma que os acompanha, o áudio do senador e ex-ministro, não tem nada a ver com golpe. O mesmo grupo de jornalistas passou todo o período do impeachment dando risadas desreipetosas sobre a presidenta Dilma e fazendo fofocas ao vivo sobre a destituição dela. 

Temer finge que foi eleito pelo povo brasileiro e que vai unir o país. A Globo finge que não tem nada a ver com a manipulação que fez para criar e intensificar a crise econômica, e tenta demonstrar que não há nenhum protesto relevante (milhares de pessoas nas ruas todos os dias) pedindo a saída do golpista Michel Temer. O objetivo das organizações Globo é a saída do poder em definitivo do PT, Lula e Dilma. Para alcançar este objetivo, vale tudo. 

As lideranças dos movimentos de direita fingem que está tudo bem e desapareceram diante das notícias de corrupção e golpe desmascarados desde o áudio de Jucá que tinha a intenção de levar Michel Temer ao poder para estancar a Lava Jato. 

As notícias internacionais do golpe trazem a verdade. Os movimentos de rua gritam com a alma e o coração. Os artistas que ocuparam os escritórios do MINC em todo país se mantém leais a causa e, a partir deles, começam a surgir os primeiros documentários desta farsa histórica. 

A Polícia Militar segue barbarizando em todo o país, com o apoio do governo golpista do Temer, e em São Paulo a mando também do governo fascista de Geraldo Alckmim. 

A elite brasileira verde e amarelo segue com seu discurso despolitizado de ódio à esquerda e aos “perigosos comunistas”. E as eleições para prefeitos seguem com seus candidatos da direita fortemente despreparados, fazendo política à moda antiga: promessas vazias, sorrisos falsos, pouquíssima realidade, nenhum conhecimento sistêmico das cidades e suas fichas sujas jogadas debaixo do tapete por milagres inexplicáveis da mão da “justiça”. 

Estamos em um salve-se quem puder! 

Só a união de todos os grupos e indivíduos progressistas em diferentes frentes com o objetivo de fortalecer a pressão popular no Brasil e junto aos orgãos internacionais de peso pode, talvez, nos salvar das nuvens de trevas que intoxicam nossa alma com o gosto amargo da opressão e do riso sarcástico dos ladrões de votos. 

Somos milhões ao lado da verdade. 

Chega de farsa! 

Luciana Burlamaqui é jornalista, cineasta, diretora do longa-metragem Entre a Luz e a Sombra e produtora da Zora Mídia, voltada para produção de filmes focados em temáticas humanistas.


Créditos da foto: rovena rosa

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