Um dos líderes da bancada ruralista, Nelson Marquezelli votou contra o impeachment de Collor e a favor do de Dilma; também defendeu a CPI contra o MST
Da Redação // http://www.viomundo.com.br/
O deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) é um dos 366 que votaram a favor da PEC 241.
Na segunda-feira (10/10), pouco antes da votação da PEC 241, integrantes do grêmio do Instituto Federal de Goiás o questionaram sobre a sua posição favorável à já chamada PEC da Morte, da Maldade, do Arrocho e do Fim do Mundo.
A conversa está bombando nas redes sociais.
Em vídeo divulgado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), Marquezelli, para justifica a redução de recursos para Educação, afirma:
(…) Tem que cortar universidades, tem que cortar, vamos deixar (o investimento) no (ensino) médio, ensino fundamental… Quem pode pagar, vai ter que pagar. Meus filhos vão pagar…
Quem não tem dinheiro, não faz universidade… Vai estudar na USP – faz o concurso que lá é de graça...”
Sobre o drama das pessoas que não têm acesso à saúde, ele solta esta outra pérola:
“Como que não tem? Se cuida! Eu vi um cara reclamando aí com um cigarro na mão. O cara fuma três maços de cigarro por dia…”.
(…) não é isso, só se for (?) burro… eu tô colocando posição clara… problema é que falta gestão na saúde, gestão na educação…”
Confira o que ele disse no vídeo abaixo.
Em função dessas respostas, Marcelo Nassif, do site Jornal do Nassif, resolveu fazer uma busca na trajetória de Marquezelli. Nós a reproduzimos abaixo.
“QUEM NÃO TEM DINHEIRO, NÃO FAZ FACULDADE”, resposta do milionário deputado aos jovens sobre a PEC
Mas, afinal, quem é o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP), que, ao ser questionado por estudantes sobre o seu voto favorável à PEC 241, respondeu: “Quem não tem dinheiro, não faz faculdade”.
É um milionário, empresário e político brasileiro. Está no sexto mandato como deputado federal, sempre com atuação conservadora, à direita.
É um dos maiores exportadores de suco de laranja do país.
Seu primeiro projeto na Câmara dos Deputados tornava obrigatória a inclusão de suco de laranja nos cardápios da merenda escolar e dos quartéis e previa cortes nas verbas da União para os estados e municípios que não cumprissem a determinação.
Por que milionário?
Ele diz que os filhos dele vão pagar a universidade. Realmente, não terá problema nenhum nisso, sejam filhos, netos ou bisnetos.
Pela renda e patrimônio que possui, ele pode pagar qualquer mensalidade escolar ou despesas com saúde (apesar de, como deputado, ter assistência médica gratuita da melhor possível no país e até no exterior).
Na declaração de renda do Sr. Nelson Marquezelli, quando candidato em 2010, ele relacionava um patrimônio no valor total de quase R$ 7 milhões (R$ 6.990.306,92). Dentre os seus bens, cerca de 15 casas, apartamentos e terrenos, 5 propriedades rurais (http://noticias.uol.com.br/politica/politicos-brasil/2010/deputado-federal/29101941-nelson-marquezelli.jhtm)
Mas na declaração de 2014 seu patrimônio quase dobrou para R$ 12 milhões (R$ 12.279.100,44) (http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-anteriores/eleicoes-2014/sistema-de-divulgacao-de-candidaturas).
Porém, constam apenas duas casas, nenhuma propriedade rural. Já o valor das “jóias do casal” aumentou de R$ 68 mil para R$ 508 mil.
Todos estes valores são de acordo com o que estabelece a Receita Federal para o imposto de renda, ou seja, valores da época de aquisição dos bens e ou valor venal.
Alguns dos fatos que marcam a trajetória de Marquezelli:
* Sempre integrou a bancada ruralista, da qual é um dos expoentes (dez/2001: file:///C:/Users/User/Downloads/ARGUMENTO%2008%20(4).pdf);
(2007: file:///C:/Users/User/Downloads/ARTIGO%20BANCADA%20RURALISTA%202007.pdf).
* Foi um dos 38 parlamentares que votaram contra a abertura de impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, do qual foi importante aliado.
* Defendia o veto integral ao Código Florestal (http://congressoemfoco.uol.com.br/deputado-ruralista-quer-veto-ao-codigo-florestal.html).
* Foi o responsável pelo projeto de reajuste de mais de 60% nos próprios salários dos deputados, alegando que isso os parlamentares não precisariam mais “fazer bico” (http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/questao-de-foco/marquezelli-agora-deputado-nao-precisa-ter-bico/
* Votou “Não” na emenda contra o trabalho escravo, provando que não se preocupa tanto assim com o movimento trabalhista (lema do seu partido, PTB) (http://www.trabalhoescravo.org.br/)
*Defendeu no Congresso os interesses dos criadores de pássaros, conhecidos como “passarinheiros”; e até hoje tem atuação neste segmento – PTB na Câmara ago/2016 (http://www.ptbnacamara.com.br/index.php/blog/2016/08/ibama-publica-novo-edital-para-distribuicao-de-anilhas-para-passaros-informa-marquezelli).
* Votou favoravelmente a mudanças propostas no Código Florestal, entre as quais a liberação de crédito agrícola para quem desmatou e a anistia a desmatamentos em topos de morro e manguezais.
* Foi um dos quatro deputados federais que, em 2009, assinaram a CPI contra o MST e receberam doações da Cutrale. A empresa monopoliza o mercado de laranja do Brasil e acumula denúncias na Justiça. Em 2006, Marquezelli foi beneficiado com R$ 40.000,00 (http://contrapontopig.blogspot.com.br/2009/10/contraponto-588-lita-da-cutrale.html)
* Foi citado no Escândalo da Merenda Escolar em SP(http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/investigado-da-alba-branca-revela-entrega-de-dinheiro-em-distribuidora-de-bebidas-do-deputado-marquezelli/).
Em fevereiro de 2016, o lobista Marcel Ferrreira Júlio disse que ele extorquia fornecedores de merendas para escolas públicas de São Paulo. Além de Marquezelli, também foram apontados como participantes no esquema o deputado federal Baleia Rossi (PMDB), os deputados estaduais Fernando Capez (PSDB) e Luiz Carlos Godim (SD).
Segundo um investigado da Operação Alba Branca, uma distribuidora de bebidas de propriedade de Marquezelli, em Pirassununga/SP, era um dos destinos da entrega de propinas da quadrilha da merenda escolar, que agia em pelo menos 22 prefeituras e mirava em contratos da Secretaria da Educação do governo Alckmin (PSDB).
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