Renan foi na goela do judiciário e chamou Vallisney de Souza Oliveira, que autorizou a operação Métis, realizada pela PF no Senado, de juizeco de primeira instância. E para não perder a viagem disse que o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, se porta como chefete de polícia. Moraes é o homem de Alckmin no governo federal.
Renan e Temer nunca foram da mesma turma do PMDB. Mas neste momento jogam juntos. Engana-se quem acha que as duras palavras do presidente do Senado não foram negociadas antes com o atual presidente.
Temer está por aqui com Moraes. Já percebeu que o seu ministro da Justiça é muito mais Alckmin do que ele. E que não está disposto a se lançar ao mar para salvar a pele de parceiros históricos de Temer que estão envolvidos até as tampas com a Lava Jato.
Boa parte do governo quer a demissão de Moraes. Temer também. Mas quem conhece o atual presidente sabe que seu jogo é dissimulado. É do tipo de vazar suas próprias cartas e seus áudios.
E como sabe o preço que teria de pagar ao demitir o ministro de Alckmin, vazou sua opinião pela voz de Renan.
A coletiva de ontem do presidente do Senado é uma linha no chão para o destino da Lava Jato.
Renan tem razão que a operação da PF desmoraliza o legislativo e coloca em risco o equilíbrio dos poderes. Mas esse risco não foi levado em conta para derrubar Dilma.
O babado é outro.
Renan sabe que o acordo de delação da Odebrechet e a prisão de Cunha somadas devem levar o PMDB à lona em breve. E ele não terá como se salvar.
E que o PSDB, principalmente Alckmin, vão tentar de tudo para chegar à presidência ainda em 2017.
O racha do atual governo já é uma fratura externa.
Agora é acompanhar essa crise com binóculos, porque mesmo para quem estiver por perto, muito do que parece ser uma coisa, pode ser outra.
Renan e Temer estão jogando juntos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
12