Um traço característico da cosmovisão fascista é a exaltação da força. O próprio Mussolini era um brutamontes, mas muito de seus seguidores não – e fica aquela coisa caricata, do chefete fascista mirrado falando da superioridade dos fortes, tipo o Plínio Salgado.
No Brasil atual, isso sempre me vem à mente quando vejo o impagável astrólogo Olavo de Carvalho prometendo que vai dar porrada em todo mundo, com seu fôlego bronquítico de velho fumante inveterado.
Mas agora o exemplo máximo é Kim Kataguiri. É verdade que ele é "atlético": é um dos golden boys da Atlas Foundation no Brasil. (Desculpem o péssimo trocadilho.) Está lá, franzino, anunciando invasões a escolas, retiradas a força. É o novo chefete fascista, comandando a escalada de violência do MBL.
Foi Sylvia Moretzsohn quem me chamou a atenção para a semelhança com o CCC, o "Comando de Caça aos Comunistas" da época da ditadura. As forças de repressão do Estado, judiciário incluído, fazem uma parte do serviço - com desenvoltura cada vez maior, como mostra a incrível decisão do juiz brasiliense autorizando o uso de tortura contra estudantes. A outra parte vem de grupos da extrema-direita, que usam a violência para intimidar a resistência. Essas novas milícias, tudo indica, estão formadas pelo MBL e grupelhos que o orbitam.
O CCC, no entanto, sempre viveu meio nas sombras. Até hoje, Boris Casoy faz de tudo para apagar sua vinculação com o grupo. Já os Kataguiris do MBL são loucos por holofotes; querem ser reconhecidos como heróis do retrocesso. Contam com a impunidade e com o silêncio absoluto de seus aliados na mídia. Nesse ponto, vejam só, estamos pior ainda do que estávamos na ditadura passada.
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