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Jornal GGN - O jornal Estado de S. Paulo, que prova diariamente, através do blog do jornalista Fausto Macedo, ter acesso diferenciado para a cobertura da Lava Jato, agora se insurge contra os vazamentos de delações premiadas da Odebrecht, que atingem políticos de várias vertentes, inclusive do PSDB e PMDB.
O periódico publicou um editorial, nesta segunda (19), defendendo que a imprensa, pelo bem da "democracia", saiba separar o joio do trigo e evidenciar, junto à opinião pública, que há diferença entre os políticos que receberam dinheiro para favorecer empresas e políticos que pediram doações eleitorais e que, por inocência, não sabiam que a origem do dinheiro não era lícita.
De maneira bem direta, o Estadão diz ainda que só os "petistas", únicos arquitetos dos esquemas de corrupção revelados pela Lava Jato, merecem estar na mira de vazamentos seletivos que promovem verdadeiros linchamentos midiáticos. Políticos de outros partidos merecem que os jornalistas façam o que manda o código de ética da profissão: apurar bem os vazamentos, antes de colocar todos os nomes no mesmo balaio.
Em relação à delação da Odebrecht, o jornal disse que "o material que está vindo à tona nos últimos tempos é relevante demais - pelos efeitos que produz nas vidas das pessoas e da Nação - para que mereça não mais que os cuidados de praxe."
"Está claro, a esta altura, que as delações dos executivos da Odebrecht não diferenciam os políticos que receberam doações eleitorais legais daqueles que receberam propina para favorecer a empreiteira. Tudo ganha contornos ainda mais confusos quando as delações atribuem a quase toedos os políticos agraciados apelidos jocosos, que induzem a imaginá-los como bandidos, desses que carregam alcunhas reveladoras de seus traços criminosos."
Agora, o Estadão preocupa-se com o fato de que a Lava Jato gerou "no País a sensação de que ninguém escapará da 'delação do fim do mundo'. (...) essa atmosfera de apocalipse, sob a qual se misturam culpados e inocentes, só favorece os verdadeiros arquitetos desse monumental esquema de corrupção do qual a Odebrecht era um dos pilares, isto é, os petistas ora escorraçados do poder."
"Considerando-se que ainda há mais de sete dezenas de depoimentos a serem vazados - ou alguém duvida de que esse será o seu primero destino? -, obviamente para manter intactas as condições de temperatura e pressão da crise e, com isso, continuar desgastando o governo e o Congresso, cabe ressaltar a responsabilidade da imprensa nesse cenário."
Ao final, o veículo adverte que "o jornalismo de qualidade - feito de independência, sensatez e inteligência, capaz de separar o joio do trigo - é o único antídoto realmente eficar contra o envenenamento da democracia (...)."
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