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O emocionante velório de Marisa Letícia, companheira de vida e luta do ex-presidente Lula, deixou evidente que ambos têm uma base social leal e amorosa.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, que une marido e mulher na trajetória de pelejas da ditadura ao planalto, ficou completamente lotado.
Mas, naturalmente, todos que o tem como um líder queriam saber o que ele sentia naquele momento.
E Lula falou com o coração pra essas pessoas e pra milhões que acompanhavam a cerimônia fúnebre pela imprensa alternativa através das redes sociais.
O breve discurso como desde sempre, uniu amor e política.
Os previsíveis não demoraram a criticá-lo por denunciar mais uma vez a pressão psicológica que a mulher sofreu por parte da mídia e do juiz Sérgio Moro, que divulgou gravações telefônicas dela com familiares, absolutamente desnecessárias ao processo.
Se quem o censura pelo desabafo na hora mais escura se colocar realmente no lugar de Lula, talvez compreenda porque no velório fez um protesto político.
Mas é impossível para os que odeiam Lula e quanto mais amor ele receber, mais o odiarão.
Ao aparecer no meio de uma multidão, abalado, mas firme, após dias vendo pessoas cruéis desejarem a morte da esposa e prometendo não desistir da luta política, Lula atraiu a reação de sempre da direita raivosa.
E isso também é compreensível, afinal, eles não têm um líder como Lula que fale e inspire massas em qualquer circunstância e no velório da ex-primeira-dama do líder que sobrevive blindado, não puderam chegar perto do caixão.
Tenho muitas críticas a Lula, mas não nego o fato de que quanto mais ele apanha da vida, mais forte e maior fica.
Por isso, sugiro calem.
Enquanto Lula cuidava de Marisa no hospital, os raivosos não calaram para a nomeação de Moreira Franco como ministro, o Angorá da lista de propinas da Odebrecht?
Não ignoraram também a nomeação de Antônio Imbassahy como ministro, aquele que como prefeito da capital Baiana teve a maior obra investigada por superfaturamento com empresas citadas na Lava Jato?
Calaram pra eleição de Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, na presidência da Câmara e Senado, também citados no esquema de corrupção da Petrobras.
Por que diabos se revoltam tanto contra Lula e só contra ele?
Continuem calados e tecendo a própria mortalha.
Marisa Letícia não teve a sorte de morrer como dona Ruth Cardozo, naturalmente e com tratamento digno como ex-primeira-dama na imprensa e nas redes sociais.
Dona Ruth foi tratada com dignidade.
Ganhou até documentário na Globo News, após a morte.
Ruth foi velada por autoridades, Marisa por trabalhadores.
Dona Ruth foi uma grande mulher, mas diferentemente de Marisa, nunca foi cobrada por nada que o marido fez, afinal seu marido é Fernando Henrique Cardoso, o representante máximo da plutocracia brasileira que nunca soube de nada sobre corrupção.
E FHC meus caros…
É protegido por Deus e o Diabo.
Foi errado o tratamento com Ruth? Não.
Mas, com Marisa foi e, por isso Lula tem mais que o direito, o dever de registrar sobre seu caixão o protesto que serve de estímulo à resistência e luta à sua base social.
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