segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

O ódio ao amor que Lula recebe do povo

Ricardo Stuckert

LUCIANA OLIVEIRA
http://www.brasil247.com/

O emocionante velório de Marisa Letícia, companheira de vida e luta do ex-presidente Lula, deixou evidente que ambos têm uma base social leal e amorosa.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, que une marido e mulher na trajetória de pelejas da ditadura ao planalto, ficou completamente lotado.

Quem tentou, conseguiu dar um abraço de solidariedade a Lula.
Mas, naturalmente, todos que o tem como um líder queriam saber o que ele sentia naquele momento.

E Lula falou com o coração pra essas pessoas e pra milhões que acompanhavam a cerimônia fúnebre pela imprensa alternativa através das redes sociais.

O breve discurso como desde sempre, uniu amor e política.

Os previsíveis não demoraram a criticá-lo por denunciar mais uma vez a pressão psicológica que a mulher sofreu por parte da mídia e do juiz Sérgio Moro, que divulgou gravações telefônicas dela com familiares, absolutamente desnecessárias ao processo.

Se quem o censura pelo desabafo na hora mais escura se colocar realmente no lugar de Lula, talvez compreenda porque no velório fez um protesto político.

Mas é impossível para os que odeiam Lula e quanto mais amor ele receber, mais o odiarão.

Ao aparecer no meio de uma multidão, abalado, mas firme, após dias vendo pessoas cruéis desejarem a morte da esposa e prometendo não desistir da luta política, Lula atraiu a reação de sempre da direita raivosa.

E isso também é compreensível, afinal, eles não têm um líder como Lula que fale e inspire massas em qualquer circunstância e no velório da ex-primeira-dama do líder que sobrevive blindado, não puderam chegar perto do caixão.

Tenho muitas críticas a Lula, mas não nego o fato de que quanto mais ele apanha da vida, mais forte e maior fica.

Por isso, sugiro calem.

Enquanto Lula cuidava de Marisa no hospital, os raivosos não calaram para a nomeação de Moreira Franco como ministro, o Angorá da lista de propinas da Odebrecht?

Não ignoraram também a nomeação de Antônio Imbassahy como ministro, aquele que como prefeito da capital Baiana teve a maior obra investigada por superfaturamento com empresas citadas na Lava Jato?

Calaram pra eleição de Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, na presidência da Câmara e Senado, também citados no esquema de corrupção da Petrobras.

Por que diabos se revoltam tanto contra Lula e só contra ele?

Continuem calados e tecendo a própria mortalha.

Marisa Letícia não teve a sorte de morrer como dona Ruth Cardozo, naturalmente e com tratamento digno como ex-primeira-dama na imprensa e nas redes sociais.

Dona Ruth foi tratada com dignidade.

Ganhou até documentário na Globo News, após a morte.

Ruth foi velada por autoridades, Marisa por trabalhadores.

Dona Ruth foi uma grande mulher, mas diferentemente de Marisa, nunca foi cobrada por nada que o marido fez, afinal seu marido é Fernando Henrique Cardoso, o representante máximo da plutocracia brasileira que nunca soube de nada sobre corrupção.

E FHC meus caros…

É protegido por Deus e o Diabo.

Foi errado o tratamento com Ruth? Não.

Mas, com Marisa foi e, por isso Lula tem mais que o direito, o dever de registrar sobre seu caixão o protesto que serve de estímulo à resistência e luta à sua base social.

Luciana Oliveira

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