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Por Gustavo Gollo
O ministro do exterior da China anunciou ter conseguido o esboço de um código de conduta para gerenciar disputas no Mar da China, resolvendo assim os pontos centrais das questões locais. Como resultado, a situação local se acalmou visivelmente, apesar da intromissão americana tentando perturbar a paz na região. A diplomacia chinesa tem dado mostras de grande sensibilidade e destreza, em contraste com o estilo americano usual de solução de conflitos através do porrete.
Os EUA vinham, há algum tempo, espicaçando a China e empurrando seus vizinhos contra ela, insuflando desavenças milenares relativas a fronteiras marinhas. O estabelecimento desse código de conduta tornará tais provocações inócuas. Deve ter contribuído para o acordo o fato de as partes envolvidas, Filipinas, Vietnã e Japão, já conhecerem bem o monstro, tendo todas elas sido vítimas dos recorrentes genocídios americanos.
O estabelecimento de um canal legal para a solução pacífica das contendas locais expõe a ridícula tentativa americana de encravar uma cabeça de ponte para o fomento de um conflito bélico na região. Isolados no propósito hediondo de cavar uma grande guerra, os americanos deverão retornar para casa com o rabo entre as pernas. A diplomacia começa a vencer o porrete. (Sem esquecermos que o presidente americano propôs a transferência de verbas diplomáticas para as forças armadas advogando a maior eficiência da “diplomacia” executada com um porrete).
Apesar da vitória chinesa e da paz claramente delineada no Mar da China, uma nova ameaça local está surgindo. Trata-se da implantação de um violento sistema de mísseis na Coreia do Sul, nas proximidades de China e Coreia do Norte, alegadamente com o propósito de conter a outra Coreia, mas ameaçando intensamente a China. O novo empenho da diplomacia chinesa consiste em impedir a implementação de mais essa base de ataque americana em torno de seu país. Tal tentativa incluirá a mediação chinesa do desarmamento da Coreia do Norte.
Fico a conjecturar o que teria levado os coreanos a se transformar em alvos primários de uma grande guerra, aceitando o enclave de uma base estrangeira ameaçadora em seu território. Problemas políticos locais similares aos ocorridos aqui – uma reencenação do mesmo roteiro de retirada da presidente eleita –, fomentados, provavelmente, pelas mesmas forças que os implementaram aqui, estão tendo, certamente, enorme influência nos acontecimentos. Também fico a imaginar a intensidade da chantagem disseminada pelo mundo inteiro, nesses tempos em que a espionagem engole a totalidade das ações de todos os personagens do imenso teatro do poder, incluindo nelas, despudoradamente, toda a vida privada de tais criaturas.
Lembremos que telefones, computadores, televisores, carros e demais aparelhos computadorizados possuem embutidas as ferramentas de espionagem impostas pela CIA e capazes de controle por eles; e que câmeras e microfones, em geral, estão sob o controle de espiões.
Fico imaginando também se nossos governantes conseguem compreender tal ameaça, e o quanto as chantagens têm sido responsáveis pelo descaramento das ações governamentais cometidas recentemente por aqui.
Voltando à questão da ameaça de guerra, concluo haver fortes motivos para a comemoração da paz, mesmo considerando que pretextos para uma guerra podem ser forjados a qualquer momento. Apesar disso, penso que a paz possa ser conseguida isolando-se os americanos em sua mania atroz de fomentar guerras atrás de guerras.
Bons ventos para o Mar da China.
*O envio de bombardeiros nucleares B-52, caças F-35, e a implantação de sistema de mísseis americanos na Coreia causam grande preocupação, não só pela Coreia do Norte, alvo alegado para esse armamento, mas também pela China. Lembremos que em guerra anterior os americanos massacraram o Iraque em represália a sauditas sediados no Afeganistão. O importante pode ser cavar uma guerra, todo o resto detalhe.
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