domingo, 2 de abril de 2017

ALTMAN: CONFLITO NO PARAGUAI NÃO É REVOLTA POPULAR NEM TEM CARÁTER DEMOCRÁTICO

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"Nem sempre quando o parlamento queima a coisa é boa. Ou vamos nos esquecer do incêndio no Reichstag? O Partido Liberal, espécie de PSDB local, enlouqueceu e atiçou capangas para cima do Congresso", diz o jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, ao explicar os recentes conflitos no Paraguai

Por Breno Altman, no Facebook

Desesperados e eufóricos, o que é compreensível, setores da esquerda brasileira caem na esparrela da mídia monopolista e vibram com os ataques incendiários de ontem ao parlamento paraguaio.

A emenda que dá direito à reeleição de Horacio Cartes é a mesma que permitiria o ex-presidente Lugo, da Frente Guasu, de esquerda, se candidatar.
Houve, sim, um acordo entre o Partido Colorado, do atual presidente, e a coalizão progressista, para candidatos de ambas formações poderem disputar as próximas eleições sem os atuais entraves.

O Partido Liberal, uma espécie de PSDB local, enlouqueceu, pois estava seguro que, sem Cartes e Lugo no páreo, sua hora triunfal chegaria.

Com o acordo, quebrou a cara. Seus parlamentares e dirigentes, furiosos, atiçaram militantes e capangas para cima do Congresso.

Não se trata de nenhuma revolta popular e não tem qualquer caráter democrático. Resume-se à política de confrontação patrocinada por uma corrente política conservadora, sequiosa por suceder outro conservador, Cartes, e que não aceita de forma alguma a participação de Lugo, atualmente líder em todas as pesquisas.

Portanto, vamos devagar com o andor. Nem sempre quando o parlamento queima a coisa é boa. Ou vamos nos esquecer do incêndio no Reichstag?

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