Entenda o que está por trás da valorização e dos aplausos das autoridades norte-americanas na suposta "democracia" com a derrubada de Kucyznski
Foto: Reprodução Facebook
Jornal GGN - A derrubada de Pedro Pablo Kucyznski da Presidência do Peru, por investigações desdobradas da Operação Lava Jato no Brasil com ilícitos envolvendo a Odebrecht aonde a empreiteira tem presença comercial, foi comemorada pelo governo dos Estados Unidos. Nesta sexta-feira (23), a saída de PPK, como é chamado o agora ex-presidente do país latino-americano, e a entrada com a posse de Martín Vizcarra mostra "a democracia", afirmou em comunicado o Departamento de Estado dos EUA.
O Congresso peruano aceitou nesta sexta a renúncia de Kuczynski, após a pressão feita por parlamentares e pelo próprio partido do ex-mandatário, com a divulgação de vídeos e áudios em que aliados de PPK estariam tentando subornar outros parlamentares em troca de barrar o impeachment que já estava tramitando no Parlamento peruano contra o então presidente.
Após a divulgação da mídia, Pedro Pablo Kucyznski foi pressionado: caso não renunciasse, seu impeachment seria inevitável, indicavam os aliados. A carta de renúncia foi apresentada nesta quarta-feira e, na sexta, os parlamentares aprovaram a saída do presidente. No mesmo dia, foi realizada a posse de Martín Vizcarra.
Para o contentamento do Departamento de Justiça norte-americana, Vizcarra carrega a bandeira "contra a corrupção", a exemplo do que adotou a própria Operação Lava Jato no Brasil para angariar apoios, apesar de questionáveis os métodos de atuação. "A justiça deverá atuar com independência, responsabilidade e rapidez", pontuou o novo mandatário.
Na outra ponta do continente, os EUA aplaudiram. "O respeito à Constituição durante essa transição reflete a força do país como uma democracia resiliente, compatível com os princípios articulados na Carta Democrática Interamericana", disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert.
Mas por trás da comemoração à "democracia resiliente", os EUA vem adotando um projeto de dominação judicial, por meio de colaborações com autoridades dos países latino-americano, e sob a bandeira de combate à corrupção. Como consequência, os países que não adotam as regulamentações consideradas padrão para os Estados Unidos, com a responsabilização, multas e prisões de dirigentes, ocorre a automática derrubada de empresas nacionais, como no caso do Brasil, a empreiteira Odebrecht, que possuía ampla presença de atuação mundial.
A sequência do discurso de Heather Nauer, porta-voz norte-americana, trouxe a confirmação da extensão dos aplausos: "Trabalharemos com o Peru na Cúpula das Américas de abril, em Lima, onde reafirmaremos o compromisso coletivo de nosso hemisfério com a democracia".
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