
A semente de Lula está plantada. Eles subestimam o poder da palavra e do discurso. Acham que o poder financeiro é quem dita todas as regras. Confiam nisso tanto quanto ignoram o próprio distúrbio de acumuladores compulsivos de capital.
Mas a história lhes diz não. Fosse essa lei macabra de financismo hegemônico nos interstícios da experiência social, jamais teríamos Lula, Mandela, Gandhi, Revolução Francesa, Russa ou Cubana.
Jamais teríamos, pois, o próprio pensamento.
O pensamento é inimigo do financismo cínico e do neoliberalismo desalmado. O pensamento é inimigo da direita.
Quando eles combatem a esquerda, eles combatem a faculdade mesma de pensar. Não apenas o 'pensar' computacional (desse, eles gostam), que aglutina e organiza os gérmens oportunistas do darwinismo mental, mas o pensar coletivo, a engrenagem histórica que produz riqueza semântica - e não apenas riqueza material.
Eles temem a palavra. Chamam-na de 'ideologia'. Pois. Ideólogos do egoísmo e da morte chamando a esquerda de 'ideológica' lembra um Narciso tucano afogado na lama tóxica de um certo rio sólido paulista.
A disputa, caras pálidas, como sempre, é no terreno da linguagem.
O que viceja, no entanto, entre tantas infâmias verbais no limite do distúrbio clínico, é a força da história e dos sentidos da história, que pouco se importam com a engrenagem dos veículos hegemônicos de imprensa, os maiores inimigos que a realidade social já teve a infelicidade de conhecer.
Para a história, com H maiúsculo, a Rede Globo é apenas um subproduto da bestialidade classista esparramada pelo solo fértil e soberano de um povo - que ainda não se deu conta completamente do que lhe pertence.
A história e a biologia sabem o que é um parasita (e eu também).
Fato é que, a semente de Lula não está apenas 'plantada'. Ela germina. A masmorra de Curitiba, nossa Guantánamo subdesenvolvida, é um 'sulco na terra' regado três vezes por dia por uma vigília que sabe cuidar como ninguém da terra e dos homens.
Quando esta semente encontrar sua liberdade e brotar com suas múltiplas ramificações e bandeiras, espraiando-se na atmosfera social que se prepara para receber mais uma vez a fibra da teimosia, o ciclo da vida política recomeça.
Os que vivem para morrer não podem ser comparados aos que morrem para nascer. Não são o seu contrário, são apenas a impossibilidade soberana cravada no peito da inércia egoísta.
Hoje e já, a maioria dos brasileiros sabe como se faz um país. Eles aprenderam no sonho, na luta e na prática com um homem e com o nosso mais singular partido político: o PT.
Não ter medo, às vezes, pode ser perigoso. Mas, às vezes, é essencial.
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