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A última reportagem da Folha-The Intercept revela dois pontos:
1. Em que pese seus erros, no caso JBS, o procurador Marcelo Miller era a voz de bom senso no grupo, ao chamar a atenção para as críticas que a operação sofreria, se levasse à inviabilização da Odebrecht.
2. Os diálogos mostram que conseguiu convencer o grupo, até o irascível Carlos Fernando dos Santos Lima, da importância de preservas os empregos, apontando para o desgaste dos colegas americanos com a quebra da Enron. Mas comprova também a absoluta incompetência dos escalões superiores para encontrar uma saída que preservasse empresa e empregos.
Se até os cabeças-duras paranaenses entenderam a importância de separar empresa de controladores, porque nenhuma medida racional foi para frente?
E aí, o jogo salta para o Procurador Geral da República Rodrigo Janot e o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
O caminho razoável seria impor uma multa enorme aos controladores, obrigando-os a se desfazer da empresa para poder quitar a multa. Mudaria o controle do grupo, mas a empresa não seria inviabilizada, nem os empregos perdidos, nem a economia brasileira destruída.
Quando se começou a trabalhar nesse caminho, uma capa da IstoÉ, inspirada no movimento punitivista em marcha, fez com que Janot recuasse, cada qual tratasse de preservar a própria pele eximindo-se de suas responsabilidade.
Confirma apenas que o maior pecado da Lava Jato não estava em meia dúzia de procuradores provincianos, deslumbrados pelo próprio poder, mas na falta total de diretrizes dos escalões superiores. Deixaram os rapazes montar a lambança com medo de serem apanhados pela onda punitivista irracional que tomou conta do país.
É um país de pusilânimes.
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