POR FERNANDO BRITO
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A Folha conta o óbvio: que o procurador-geral da República, Augusto Aras, movimenta-se para agradar Jair Bolsonaro e conseguir a vaga de ministro do STF que já foi o objeto do desejo de Sergio Moro.
Era o movimento previsto no tabuleiro, desde que
ocupante do Planalto referiu-se à escolha do procurador como sendo a decisão sobre quem seria “a rainha” no jogo de xadrez do poder.
Agora é a hora de Aras exercer o duplo papel da
peça do enxadrismo: defesa do rei e ataques fulminante às posições do
adversário, neste caso o próprio Moro.
Sem o poder, Moro tem poucas peças e a duvidosa
lealdade de seus peões da Polícia Federal.
Suas posições são fracas e nem mesmo com a total
solidariedade em seu castelo, a mídia, ele mantém. Os antigos adoradores do
“Super-Homem” mostram que, majoritariamente, bandearam-se para o “Coisa”.
Em tese, os poderes que Bolsonaro teria
reivindicado – o de demitir do diretor-geral da PF e o próprio Ministro da
Justiça – a ele pertencem legalmente.
Os palavrões, grosserias e imbecilidade da tal
reunião, embora possam atrair a curiosidade e até ofender a um ou a outro,
ficarão na gaveta do “não vêm ao caso”, porque são provas apenas do crime de
estupidez, não capitulados nas lei e de uma quebra de decoro que, embora
prevista, não será motivo de perda do cargo para alguém que, desde há muito, é
o indecoroso em pessoa.
Está desenhado, com todas as tintas da
imundície, que nem Judiciário, nem Ministério Público e muito menos o Poder
Executivo resistem à falta de caráter de seus integrantes, porque todos se
garantem pelo corporativismo e pela politização que vira partidarismo.
Do ponto de vista institucional, invertemos para
o retrocesso os “50 anos em 5” que serviu de slogan a Juscelino Kubitschek.
Num pais atônito pela reclusão e pela dor, os
canalhas movem suas peças num jogo onde quem mais perde é a democracia.
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