terça-feira, 3 de setembro de 2024

A mentira é uma droga pesada

Ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

"A direita já usou Bolsonaro. Ele, agora, entrou na zona de descarte. Já tem outro em seu lugar, analisa Laurez Cerqueira

Laurez Cerqueira

A direita rachou em São Paulo. Tarcísio não quer Bolsonaro fazendo campanha no seu terreiro. Tornou-se um incômodo. A direita já usou Bolsonaro. Ele, agora, entrou na zona de descarte. Já tem outro em seu lugar.

Inelegível e com sua carga de processos: a tentativa de golpe, os escândalos da venda de joias e de outros presentes, do patrimônio da Presidência da República, falsificação de cartões de vacina, relatório da CPI da Covid, que o condena, passou a ser uma carga muito pesada para carregar. Ele está em declínio, vai se transformar num Collor, destino dos populistas forjados atrás das câmeras.

Os inquéritos estão sendo finalizados na Procuradoria-Geral da República e no Supremo Tribunal Federal com todo o rigor da lei. A maratona dos julgamentos o apavora e ele já começou a sentir as primeiras sensações do abandono lento, gradual e definitivo. A ilusão do poder está se desfazendo. Isso é perceptível nas imagens divulgadas pela mídia.

O ministro Alexandre de Moraes e o procurador Paulo Gonet estão preparando uma peça histórica contra Bolsonaro, Braga Neto, Heleno e toda a malta que tramou a tentativa de golpe do 8 de janeiro. Certamente serão indiciados por uma robusta lista de crimes.

Pela primeira vez na história do Brasil, militares de alta patente vão ser punidos. A Constituição, as leis e os regulamentos que regem as Forças Armadas são claros como a luz do dia. Os quatro coronéis e outros militares, que assinaram a “carta do golpe”, por exemplo, mais outros que estão sendo investigados num inquérito aberto pelas Forças Armadas, também deverão ser punidos com todo o rigor da lei.

Uma nuvem carregada de processos paira sobre Bolsonaro e seus comparsas. Os governadores Romeu Zema e Ronaldo Caiado, aspirantes a candidatos à Presidência da República, também não estão fazendo questão da presença de Bolsonaro nas campanhas eleitorais de seus estados.

Pablo Marçal, o Javier Milei da campanha eleitoral do Brasil, neste ano, estreou na cena política desarrumando o cenário com suas pantomimas. Porém, suas lacrações são surradas, manjadas, já estão sendo vistas com desconfiança pelos eleitores.

No último debate, a tentativa de monopolizar as atenções o isolou. Foi desmascarado pela verdade dos fatos. As feições dele, capturadas pelas câmeras, revelou seu estado de espanto e da sensação que havia perdido o debate. Acuado, sentiu o peso das gravíssimas denúncias. Ele chegou atrasado no espetáculo. Suas pantomimas já não fazem mais graça. Olhem para Donald Trump e para Jair Bolsonaro. Estão murchando. Fim de festa. A mentira é uma droga pesada!



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