Michael Roberts [*]
M&C afirma que existe uma fraqueza fundamental na análise de Marx sobre o carácter duplo do valor de uso e do valor de troca numa mercadoria. O treinador humano de M&C faz perguntas para levar GZ a responder que existe, de facto, uma fraqueza na teoria de Marx, nomeadamente o facto de esta deixar de fora a natureza como fonte de valor. GZ concorda então que precisamos de alterar a teoria do valor de Marx para uma teoria “geral” do valor que incorpore o valor da “natureza”.
Este debate foi distribuído principalmente na América Latina e em Espanha (por exemplo, no jornal colombiano Desde Abajo), embora as versões anteriores em inglês também estejam a ser amplamente distribuídas em vários países de língua inglesa. Até o presidente colombiano Gustavo Petro entrou neste diálogo, o que suscitou um interesse considerável.
Petro é não só presidente como está muito interessado na teoria marxista em relação à crise ambiental e aos danos gerados pelo capitalismo a nível global e na Colômbia. E está empenhado em encontrar uma forma de introduzir a lei do valor na medição dos danos ecológicos e ambientais causados à natureza pelo capital. Conclui do diálogo que precisamos de alterar a lei do valor de Marx para incorporar a natureza, que considera estar ausente da teoria do valor de Marx. Petro tem utilizado as ideias expressas neste diálogo em várias apresentações orais:
https://www.youtube.com/watch?v=GzAIzRyrt30;
https://www.youtube.com/watch?v=LHMO3ZD6Fsg.
Consideremos esta ideia de que a teoria do valor de Marx é inadequada, incompleta e até falsa porque não inclui a natureza como fonte de criação de valor. Penso que tal ideia é desnecessária e enfraquece a teoria do valor de Marx na sua crítica penetrante e convincente do capitalismo.
Marx começa O Capital com esta primeira frase: "A riqueza das sociedades em que prevalece o modo de produção capitalista apresenta-se como ‘uma imensa acumulação de mercadorias". Note-se o uso da palavra “riqueza”; não valor, mas riqueza. Marx está a dizer que todos os bens e serviços que os seres humanos utilizam são uma medida de riqueza. O valor desta riqueza é uma questão diferente e valor só se aplica ao modo de produção capitalista.
No meu recente livro (com Guglielmo Carchedi) intitulado Capitalism in the 21st Century (p. 10-13), abordamos brevemente a natureza como fonte de valor. Marx diz que a natureza é uma fonte de VALOR DE USO – porque é, afinal, material. A natureza é matéria que fornece usos para os seres humanos (ar, água, calor, luz, abrigo, etc) sem a intervenção da força de trabalho humana. MAS, embora a natureza possa ter valor de uso, não tem valor no modo de produção capitalista. O valor é criado quando a natureza é modificada pela força de trabalho humana para criar uma mercadoria propriedade do capital que possa ser vendida (esperançosamente com lucro) no mercado. A destruição ambiental das florestas pela produção capitalista (exploração de fósseis, extração mineira, abate de árvores e limpeza, etc) significa uma perda da “riqueza” (wealth) de valores de uso, mas não significa uma perda de valor (valor de troca) para o capital. Como socialistas, queremos considerar o impacto na natureza e no ambiente, mas o capital não está interessado a menos que a força de trabalho seja exercida sobre a natureza para criar novos valores de uso que possam ser vendidos no mercado.
Assim, não é necessário no capitalismo valorizar a natureza. E como a lei do valor de Marx só se aplica ao modo de produção capitalista, então não é necessário “corrigir” a lei de Marx. De facto, uma das caraterísticas da dupla natureza do valor numa mercadoria na produção capitalista é a contradição entre os valores de uso (as necessidades da humanidade e a riqueza da natureza) e o valor de troca (a mercantilização do trabalho humano e da natureza em produtos para venda com lucro). Esta contradição terminaria no socialismo/comunismo, onde a produção seria direta para o consumidor e apenas para valores de uso (ou riqueza) sociais. Não haveria mercadorias, valores e preços e, assim, o trabalho humano estaria em harmonia com a natureza. Portanto, não existiria uma lei do valor nem a necessidade de “generalizá-la” ou alterá-la.
No entanto, o ser humano do diálogo M&C quer ampliar a teoria do valor de Marx à natureza. Assim, ele/ela conseguiu que o modelo de IA GZ desenvolvesse uma lei do valor vaga e “generalizada”.
A fórmula de Marx para o valor das mercadorias é composta por: c (o valor das máquinas e das matérias-primas utilizadas na produção) + v (a parte do novo valor criado na produção que vai para o trabalho humano) + s (a parte do novo valor apropriada pelo capital). Assim, valor total = c+v+s. De acordo com M&C, esta fórmula é inadequada e, por isso, GZ obriga-se a apresentar uma fórmula ampliada para o valor total de uma mercadoria que inclui a contribuição da natureza (n). Apresenta inicialmente esta fórmula como c+v+s+n.
Mas como é que se mede n?
Não em horas de trabalho humano, porque a teoria ampliada diz que não há trabalho humano envolvido. E em unidades físicas de árvores, animais, rios, etc? Isso não faz sentido porque a fórmula de Marx é medida em horas de trabalho. Combinar horas com unidades físicas é como medir maçãs com pêras. Talvez n pudesse ser medido em termos monetários, ou seja, em rendas de terras. Mas a renda é uma parte da mais-valia na teoria marxista e já está contabilizada em s, pelo que não há necessidade de n. Talvez n pudesse ser medido como um stock de activos físicos utilizados na produção, mas nesse caso as matérias-primas já estão incluídas em c na teoria do valor de Marx. Portanto, esta extensão não faz sentido.
No entanto, o diálogo prossegue. M&C pede a GZ que se junte a ele num "ataque combinado” à teoria do valor de Marx e, mais uma vez, o modelo de IA obedece como uma marioneta amestrada. Em todas as ocasiões, o modelo de IA concorda sempre com as perguntas (na verdade, mais como afirmações) do ser humano; nunca discorda. De acordo com M&C e com a concordância obrigatória do modelo de IA GZ, uma teoria do valor adequada não deve basear-se apenas no trabalho humano, mas incluir as florestas, os animais (trabalho animal) e não apenas nas horas de trabalho humano “abstrato”, mas também no “trabalho concreto” (competências específicas dos seres humanos e dos animais).
O M&C humano e o GZ AI saem-se agora com uma fórmula mais sofisticada para incluir a natureza no valor total. O valor total é agora composto por:
Tempo de trabalho humano (digamos 300); mais algum valor extra do trabalho “concreto” especial, incluindo o “trabalho animal” (abelhas ou cavalos a trabalhar, digamos 75); mais a natureza (matérias-primas, digamos 300); mais alguma natureza concreta específica de “melhor qualidade”, como melhores florestas (digamos 50). Assim, o valor ou preço total = 750. Afirma-se que esta medida de valor difere do valor total de Marx, que incluiria apenas o tempo de trabalho humano (300). O modelo ampliado assume agora que 100 desse tempo de trabalho se destina à subsistência da força de trabalho humana. Assim, na teoria do valor de Marx, enquanto a mais-valia seria (300-100) ou 200, na nova teoria generalizada do valor seria 750-100, ou 650; portanto, é criado muito mais valor e muito mais valor excedente (surplus). Mais exploração!
Mas a fórmula ampliada é defeituosa. Em primeiro lugar, a teoria ampliada exclui o valor transferido da maquinaria utilizada na produção (c). Considera apenas o novo valor criado. Mas o valor total da produção é c+v+s, recorde-se. Esta diferença é importante porque muito do valor extra identificado na fórmula ampliada já está incorporado na medida de valor de Marx. O “trabalho animal” não é equivalente ao trabalho humano. No modo de produção capitalista, os cavalos, as abelhas e os escravos são tratados como máquinas ou matérias-primas. Por isso, a sua contribuição está incluída nas matérias-primas ou máquinas utilizadas na produção, ou seja, na alínea c). O valor da mercadoria na teoria do valor de Marx já inclui, portanto, o trabalho humano, a natureza como matéria-prima utilizada e os “animais” como máquinas também utilizadas na produção. Não há necessidade de inventar novas formas de valor.
Isto leva-me à questão de saber se as máquinas criam novo valor. Esta é a questão que preocupa o Presidente Petro. É uma velha questão sobre se as máquinas criam valor (incluindo a IA). A resposta de Marx foi que o valor é criado só pela força de trabalho humana. As máquinas têm valor (mas esse valor é criado pela mão-de-obra humana prévia que as produziu). Elas têm valor de uso (aumentam a produtividade do trabalho), mas não criam novo valor. Como dizia Marx, se o trabalho humano cessasse, as máquinas também cessariam. Mesmo a inteligência artificial precisa do contributo humano (formação, dados, estímulos, etc.) – como podemos ver facilmente no “diálogo” do M&C com o GZ.
Se houvesse apenas máquinas a fabricar máquinas e a produzir sem qualquer trabalho, não haveria valor (nem modo de produção capitalista, porque a exploração do trabalho humano não se verifica). Mas estamos muito longe disso. Além disso, a inteligência humana é criativa e imaginativa, ou seja, pensa em coisas que ainda não existem, ao passo que as máquinas/IA não o fazem – mais uma vez, isso é provado pelo facto de o modelo GZ se limitar a regurgitar as perguntas do M&C nas respostas que o formador do M&C quer ter.
Na teoria económica de Marx, o trabalho abstrato é a única fonte de valor e de valor excedente (surplus value). No entanto, no caso de uma economia em que os robots constroem robots e em que não há trabalho humano envolvido, o valor é criado na mesma? Foi este o argumento de Dmitriev em 1898, na sua crítica à teoria do valor de Marx. Afirmou que, num sistema totalmente automatizado, uma determinada entrada de máquinas pode criar uma saída maior de máquinas (ou de outras mercadorias). Neste caso, o lucro e a taxa de lucro seriam determinados exclusivamente pela tecnologia utilizada (produtividade) e não pelo trabalho (abstrato). Se 10 máquinas produzem 12 máquinas, o lucro é de 2 máquinas e a taxa de lucro é de 2/10 = 20%.
Mas o valor reduzido a valor de uso não tem nada a ver com a noção de valor de Marx, que é a expressão monetária do trabalho abstrato despendido pelos trabalhadores. Se as máquinas pudessem criar “valor”, esse valor seria valor de uso e não valor como resultado do trabalho abstrato do homem. Mas, se as máquinas podem criar “valor”, o mesmo acontece com uma infinidade de outros factores (animais, forças da natureza, manchas solares, etc.) e a determinação do valor torna-se impossível. E se as máquinas pudessem, supostamente, transferir o seu valor de uso para o produto, isso esbarraria imediatamente no problema da agregação do valor de diferentes valores de uso – por exemplo, maçãs mais pêras, como na fórmula ampliada acima apresentada por GZ.
Para Marx, as máquinas podem ser valorizadas, mas não criam (novo) valor. Pelo contrário, o trabalho concreto transfere o valor das máquinas (e, de um modo mais geral, dos meios de produção) para o produto. Aumentam a produtividade humana e, por conseguinte, a produção por unidade de capital investido, ao mesmo tempo que diminuem a quantidade de trabalho vivo necessário para a produção de um determinado produto. Dado que só o trabalho cria valor, a substituição dos meios de produção por trabalho vivo diminui a quantidade de valor criado por unidade de capital investido.
A crítica de Dmitriev confunde a dupla natureza do valor no capitalismo: valor de uso e valor de troca. Há o valor de uso (coisas e serviços de que as pessoas precisam) e o valor de troca (o valor medido em tempo de trabalho e apropriado do trabalho humano pelos proprietários do capital e realizado através da venda no mercado). Em cada mercadoria do modo de produção capitalista, há valor de uso e valor de troca. No capitalismo, não pode haver um sem o outro. Mas é este último que rege o investimento capitalista e o processo de produção, não o primeiro.
O valor (tal como definido) é específico do capitalismo. Claro que o trabalho vivo pode criar coisas e prestar serviços (valores de uso). Mas o valor é a substância do modo capitalista de produzir coisas. O capital (os proprietários) controla os meios de produção criados pelo trabalho e só os utiliza para se apropriar do valor criado pelo trabalho. O capital não cria valor por si próprio. Assim, no nosso hipotético mundo de robots/IA, a produtividade (dos valores de uso) tenderia para o infinito, enquanto a rentabilidade (mais-valia em relação ao valor do capital) tenderia para zero.
A essência da acumulação capitalista é que, para aumentar os lucros e acumular mais capital, os capitalistas querem introduzir máquinas que possam aumentar a produtividade de cada trabalhador e reduzir os custos em relação aos concorrentes. Este é o grande papel revolucionário do capitalismo no desenvolvimento das forças produtivas à disposição da sociedade. Mas há uma contradição. Ao tentar aumentar a produtividade do trabalho com a introdução de tecnologia, está a ocorrer um processo de eliminação de mão-de-obra. A nova tecnologia substitui a mão-de-obra. Sim, o aumento da produtividade pode levar a um aumento da produção e abrir novos sectores de emprego para compensar. Mas, com o tempo, um “enviesamento do capital” ou a eliminação de mão-de-obra significa que é criado menos valor novo (uma vez que o trabalho é o único conteúdo de valor) relativamente ao custo do capital investido. Por conseguinte, a rentabilidade tende a diminuir à medida que a produtividade aumenta. Por sua vez, isto conduz finalmente a uma crise de produção que pára ou mesmo inverte o ganho de produção resultante da nova tecnologia. Isto deve-se exclusivamente ao facto de o investimento e a produção dependerem da rentabilidade do capital no nosso modo de produção moderno (capitalista).
A questão fundamental é a lei de Marx sobre a tendência para a queda da taxa de lucro. O aumento da composição orgânica do capital conduz a uma queda da taxa de lucro global, dando origem a crises recorrentes. Se os robots e a IA substituírem o trabalho humano a um ritmo acelerado, isso só poderá intensificar essa tendência. Muito antes de chegarmos a um mundo totalmente robotizado, o capitalismo passará por períodos cada vez maiores de crise e estagnação.
Assim, podemos ver que, enquanto a teoria do valor de Marx explica por que razão a rentabilidade do capital tenderá a diminuir e, por conseguinte, a gerar crises regulares e recorrentes de produção e investimento, a chamada melhor teoria do valor da “natureza ampliada” de M&C e GZ apenas mostraria um aumento constante da mais-valia para o capital, sem que daí resultasse qualquer crise no modo de produção capitalista. A crise poderia ser apenas ambiental. O modo de produção capitalista não teria uma contradição interna, integrada entre lucro e necessidades sociais humanas.
O capitalismo tenta transformar em lucro as “dádivas gratuitas da natureza”. Ao fazê-lo, esgota e degrada os recursos naturais, a flora e a fauna, orgânicos e inorgânicos. No entanto, há uma batalha constante do capital para controlar a natureza e para baixar os preços crescentes das “matérias-primas”, uma vez que os recursos naturais se esgotam e não são renovados, acrescentando mais um fator à tendência para a queda da taxa de lucro (ver acima o livro Capitalism in the 21st century,, pp. 15-18, que mede realmente o impacto disto na rentabilidade).
Nenhum destes argumentos é mencionado no diálogo M&C-GZ, que continua a tentar apresentar uma teoria do valor ainda mais generalizada que, aparentemente, inclui o valor intrínseco (valor de uso?) mais o valor transformativo (trabalho humano aplicado) mais o valor ecológico (impacto da natureza) e o valor social (bem-estar da comunidade). Agora temos uma teoria do valor que não fornece uma análise crítica da contradição entre valor e riqueza, valor de uso e valor de troca, ou entre lucro e necessidade social, como faz a teoria do valor de Marx, mas sim uma teoria do “valor de tudo”, seja sob o capitalismo ou não. Isto, na minha opinião, torna a teoria do valor redundante e liberta o capitalismo da sua contradição e crise.
O diálogo fala do “fetichismo do trabalho” de Marx, ao deixar de fora a natureza como fonte de valor; e da “abordagem idealista” de Marx, ao deixar de fora a natureza; e da abordagem “antropomórfica” de Marx, que se baseia no ser humano, ao deixar de fora a natureza. Os apoiantes de Marx também não são científicos porque não conseguem desenvolver a teoria do valor com "uma análise mais matizada ” (diz GZ) que inclua a natureza. Uma abordagem científica não se limitaria a uma “defesa firme de todas as sílabas escritas por Marx”; em vez disso, progrediria tal como Einstein fez com a relatividade geral para alterar a física clássica de Newton ou a mecânica quântica que agora alterou a relatividade geral.
M&C aproveita depois a oportunidade para destacar os piores infractores da teoria do valor de Marx. Há "expoentes contemporâneos que vêem a natureza como um mero ‘reservatório de recursos’ ou, quando muito, como uma matriz passiva subordinada à atividade laboral humana como ‘única’ geradora de valor, ligada à criação de riqueza real mas excluída do processo de valorização capitalista no seu conjunto, como o economista britânico Michael Roberts e o intelectual marxista Rolando Astarita. Além disso, podemos mencionar as posições dos comentadores acadêmicos trotskistas argentinos Esteban Mercatante e Juan Dal Maso, que se opõem a qualquer expansão teórica da ortodoxia marxista para dar um lugar mais proeminente à natureza na análise econômica." O ecologista socialista John Bellamy Foster é também atacado como outro defensor da ortodoxia marxista.
O modelo GZ apoia obrigatoriamente a M&C e vai mais longe ao afirmar que existe uma falsa consciência por parte destes ortodoxos marxistas contemporâneos. “A recusa em considerar o papel da natureza na criação de valor como teoricamente legítimo pode resultar de uma relutância em se desviar da doutrina marxista estabelecida e não de uma análise abrangente da criação de valor”. Portanto, estamos doutrinados e não somos científicos. Obrigado GZ (ou mais apropriadamente, M&C).
Finalmente, de que é que se trata todo este diálogo? Parece que M&C estão convencidos de que Marx e Engels ignoraram o papel ou o valor da natureza em oposição aos humanos no nosso planeta. Mas isso é uma farsa dos pontos de vista de M-E. Permitam-me que cite Engels na sua obra inicial, Umrisse (que pode ser encontrada no meu livro Engels 200 p88).
"Fazer da terra um objeto a ser mercadejado – a terra que é o nosso todo, a primeira condição da nossa existência – era o último passo para nos tornarmos um objeto a mercadejar. Foi e é até hoje uma imoralidade só ultrapassada pela imoralidade da auto-alienação. E a apropriação original – a monopolização da terra por uns poucos, a exclusão dos restantes daquilo que é a condição da sua vida – não tem nada de imoral em relação à subsequente mercantilização da terra". Quando a terra é mercantilizada pelo capital, está sujeita a tanta degradação como o trabalho.
E depois, do seu grande livro, A Dialética da Natureza: “Assim, a cada passo somos lembrados de que não dominamos a natureza como um conquistador sobre um povo estrangeiro, como alguém que está fora da natureza – mas que nós, com carne, sangue e cérebro, pertencemos à natureza e existimos no seu seio, e que todo o nosso domínio sobre ela consiste no facto de termos a vantagem sobre todos os outros seres de sermos capazes de conhecer e aplicar corretamente as suas leis”. Ele continua: "Os homens não só sentem, mas também sabem, a sua unidade com a natureza, e assim mais impossível se tornará a ideia sem sentido e antinatural de uma contradição entre mente e matéria, homem e natureza, alma e corpo. ...
Não são Marx e Engels que ignoram o papel e o valor da natureza, são os capitalistas – pelo menos até que lhes seja dado um golpe na cara com as alterações climáticas [NR]. Para Marx e Engels, a possibilidade de acabar com a contradição dialética entre o homem e a natureza e de criar um certo nível de harmonia e de equilíbrio ecológico só seria possível com a abolição do modo de produção capitalista. Esta conclusão parece ter sido perdida pelos nossos marxistas do colapso.
03/Outubro/2024
[NR] Resistir.info considera que as ditas "alterações climáticas", que sempre existiram, são um falso problema. Trata-se na verdade de um eufemismo para a antiga hipótese do "aquecimento global", agora desmoralizada. Ver: resistir.info/climatologia/impostura_global.html
[*] Economista.
O original encontra-se em thenextrecession.wordpress.com/2024/10/03/marxs-theory-of-value-collapse-ai-and-petro/
Este artigo encontra-se em resistir.info
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