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Não é justiça. É vendetta.
O que Joaquim Barbosa faz com Genoino e Dirceu não tem nada
a ver com o conceito de justiça em si – um ato em que existe ao menos uma
parcela de uma coisa chamada isenção, ou neutralidade, para usar uma palavra da
moda.
Barbosa é movido por um ódio infinito.
Ele mantém Dirceu confinado na Papuda por raiva. E quer
Genoino engaiolado, mesmo com problemas cardíacos, também por raiva.
A precariedade do sistema jurídico brasileiro é tamanha que
se dá a um homem poder para fazer o que Barbosa vem fazendo, com uma hipócrita
base de fatos que são fabricados para que a perseguição tenha ares legais.
Você escolhe médicos que vão dizer que Genoino está bem, e
que não precisa de cuidados especiais. Isto funciona como aqueles repórteres da
Veja que são escalados para provar, aspas, teses já definidas antes da primeira
entrevista. O objetivo não é descobrir coisas, não é investigar um assunto. É
chancelar uma conclusão que vem na frente dos fatos.
E depois que os médicos fazem seu servico abjeto, você
exerce sua vingança mesquinha como se fosse um magistrado de verdade.
O caso de Dirceu é igualmente vergonhoso. Uma nota de jornal
— um jornal tão famoso pelos erros que conquistou a alcunha de Falha de S.Paulo
— vira uma prova contundente contra Dirceu. Numa inversão monstruosa da ideia
da justiça, você tem que provar a inocência, e não o contrário.
Num cenário de reiterada desumanidade, destoou o gesto do
deputado Jean Wyllys ao se negar a inventar ‘regalias’ para Dirceu. O partido
de Wyllys faz oposição ao PT, e era presumível, diante do que se tem visto na
cena política do país, que ele denunciasse as condições ‘espetaculares’ de
Dirceu na Papuda.
Mas Wyllys optou pela honestidade. Relatou o que viu. Foi
fiel ao que testemunhou. Não adulterou o que seus olhos encontraram. Seria um
gesto banal, não fosse o ambiente de cinismo, cálculo e desonestidade que domina
hoje o debate político nacional numa reprodução do que aconteceu, com trágicas
consequências, em 1954 e 1964.
Joaquim Barbosa provavelmente esteja frustrado. O sonho de
virar presidente naufragou miseravelmente. Só a mídia queria, além dele próprio
e de um punhado de fanáticos de direita.
Ele foi obrigado a despertar para a dura realidade de que os
holofotes lhe são dados apenas para dizer o que interessa à mídia. Ele queria
falar recentemente do processo que move contra Noblat por alegado racismo. Ninguém
na imprensa lhe deu espaço. Tentou trazer este assunto na entrevista que deu a
Roberto Davila na Globonews. Davila mudou de assunto com um sorriso.
As declarações de Lula sobre o conteúdo político do Mensalão
também não devem ter ajudado no humor de Barbosa. Sua obra magna, aspas, corre
um sério risco de se desfazer em impostura.
Joaquim Barbosa é hoje uma fração do que pareceu ser, e
amanhã será ainda menor, e o que sobrar provavelmente se cobrirá de ignomínia
para a posteridade.
Para Dirceu e Genoino, o problema é que enquanto ele não
volta ao nada de que saiu JB se dedica à arte sadica de persegui-los, sem que
eles consigam se defender, prostrados que estão pelas circunstâncias, cada qual
de seu jeito.
Neste sentido, não é apenas uma vingança, mas uma covardia.
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